No começo do século XVIII, bandeirantes seguiam pela região do atual município de Nova Era à procura de pedras e metais preciosos. Em 19 de março de 1703, foi fundado o Arraial de São José da Lagoa, por ocasião da passagem de Antônio Dias de Oliveira e dos irmãos Camargos, pelas margens até hoje muito auríferas do rio Piracicaba. O nome recebido pela localidade é uma referência ao padroeiro daquele dia, São José, tendo se estabelecido como um grande centro de mineração. O povoamento inicial é atribuído a João Correia da Silva, bisneto de Amador Bueno, o aclamado de São Paulo. Ao lado de sua esposa, Maria Pedroso de Morais, João Correia instalou uma fazenda à margem do Rio de Peixe, ainda nos primeiros anos do século XVIII.
A decadência da produção aurífera no estado mineiro, devido tanto à exaustação das minas quanto ao rigor fiscal, levou à substituição da atividade garimpeira pela agropecuária. Foram abertas várias fazendas ao redor do povoado, que por sua vez observou um crescimento do comércio e do artesanato. Em 1750, São José da Lagoa configurava-se como capela curada pertencente à Freguesia de Rio Piracicaba, depois de ter estado, eclesiasticamente subordinada a Caeté e, posteriormente, a Santa Bárbara. Em 1832, ainda sob a condição de capela curada, passou a pertencer à Freguesia de Antônio Dias, transformando-se em distrito subordinado a Itabira pela lei provincial nº 384, de 9 de outubro de 1848, dada a criação da paróquia.
Dado o desenvolvimento, o distrito é emancipado pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17 de dezembro de 1938, com a denominação de Presidente Vargas, passando a denominar-se Nova Era pelo decreto-lei estadual nº 1058, de 31 de dezembro de 1943, mediante escolha feita pelo então governador Benedito Valadares.
A Igreja Matriz São José da Lagoa foi construída anterior ao ano 1754. Em 03 de setembro de 1754, Domingos Francisco Cruz, morador em uma área de mineração denominada “Passagem” (hoje Bairro Santa Maria), através de escritura pública lavrada no Cartório do arraial de Nossa Senhora da Conceição de Catas Altas (Diocese de Mariana), fez ao “Glorioso Patriarca São José” a doação de “uma roça cita na dita (freguesia São Miguel do Piracicaba) para patrimônio de sua Nova Capela”. Na escritura e em petição refere-se à capela como existente, “construída pelos moradores a quase um ano e nela se celebra o Santo Sacrifício da Missa em altar portátil e como esteja acabada necessita de se benzer.”
Em 1766 a construção da nova igreja foi iniciada, pois a capela existente não comportava mais a população local que havia aumentado muito. Recebeu sua primeira benção em 10 de novembro de 1768, realizada pelo Padre Antônio Pereira Moura Vasconcelos. Seu sino maior data de 1795.
A igreja construída no período colonial, em seu processo evolutivo foi ampliada e a sua capela-mor foi redecorada em estilo rococó, sendo um trabalho do final do século XVIII.
O processo evolutivo continuou até o início do século XX e, talvez, uma de suas últimas transformações tenha sido a escada em espiral, feita por um marceneiro da comunidade de “Pedra Furada”.
A maior transformação realizada na parte física da construção ocorreu no momento de sua passagem de capela (quando a localidade ainda era Curato) para paróquia, em 1848. Em 11 de agosto de 1923 a energia elétrica chegou a Matriz São José da Lagoa. Consta que em 1941, foram feitas obras de reconstrução e restauração, pois o edifício estava danificado e adulterado.
O mapa está disponível em: 1927_14_MG Município de Itabira .
© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024
Nenhum comentário:
Postar um comentário