sexta-feira, 29 de fevereiro de 1980

30 – Nossa Senhora da Piedade da Boa Esperança (Rio Espera) - Zona da Mata – Fundada em 1710

A região, foi, primitivamente, habitada pelos índios Croatas e Puris, de origem Tupi. Em 1710, o bandeirante Manoel de Melo, depois de passar pelo arraial de Itaverava, atravessou a barco a antiga região de Guarapiranga, e chegou a um local que achou apropriado para servir como ponto de espera de seus chefiados, exploradores paulistas que foram divididos em três grupos e partiram em rumos diferentes.
Depois retorno do grupo, Manoel de Melo, encantado com a beleza do local marcado para espera dos seus liderados, e percebendo que o mesmo centralizava todo um potencial de expansão de exploração, foi a Itaverava, a fim de comprar provimentos e em 1711, retorna, lançando nele os fundamentos de uma fazenda, onde começou suas explorações e pesquisas. Encontrou algum ouro de aluvião, mas não tendo a sua extração dado lucros, passou a se dedicar à agricultura, cultivando cereais como arroz, milho, feijão e produtos de pequena lavoura, como verduras e legumes, tudo feito com muita dificuldade, pois a atividade era exercida por processo muito rudimentar.
Para tanto, foram trazidos para a região escravos africanos, já encontrados no seu primeiro meio século de existência, eram numerosos e contribuíram muito para o progresso que, pouco a pouco, se notou no povoado. 
Os habitantes, animados com o desenvolvimento, requereram ao Bispo de Mariana permissão para ser erigida uma capela em honra a Nossa Senhora da Piedade. Em 1760, foi demarcado o lugar para a construção da capela, tendo esta sido concluída depois de 5 anos. A primeira missa foi celebrada em dia 25 de dezembro de 1765, pelo padre Manuel Ribeiro Taborda, primeiro vigário de Itaverava.
Em volta da Capela, onde é a atual Praça da Piedade, ponto central do antigo povoado, nasceu o distrito de Piranga, que, primeiro, chamou-se de Nossa Senhora da Piedade da Boa Esperança e, criado pela Lei Provincial nº 471, de 1 de junho de 1850 ou 1858, confirmada pela Lei estadual de nº 2, de 14 de setembro de 1891. A cidade que hoje tem o nome de Rio Espera foi criada pela Lei estadual nº 556, de 30 de agosto de 1911, criou o município, com desligamento territorial da cidade de Piranga.

O mapa está disponível em: 1927_16_MG Município de Rio Espera.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

quinta-feira, 28 de fevereiro de 1980

29 – Lamim - Zona da Mata – Fundada em 1710

Os primeiros habitantes da região hoje compreendida como Lamim eram os indigenas puris. A colonização da região iniciou-se em 1710, quando os açorianos Francisco de Souza Rego, Pedro José Rosa e José Pires Lamim, provenientes de Itaverava, fundaram o povoado.
As margens do ribeirão Lamim se erigiu um arraial. Conta-se que Francisco de Souza Rego teria balançado uma bandeira do divino espirito santo, assim que fixou bases no local.
O lugar tomou o nome de um dos seus fundadores, José Pires Lamim, que faleceu aos 25 anos de idade, cuja primitiva capela, homenageando o Divino Espirito Santo, foi erigida sobre sua sepultura, com provisão de 04 de julho de 1760 dada por D. Frei Manoel da Cruz, para, assim, perpetuar sua memória.
Os proprietários da fazenda do Lamim, Francisco de Souza Rego e sua mulher, Ana Maria da Assunção, erigiram outra capela dedicada ao Espírito Santo, em virtude de ter-se arruinado a primeira. A provisão para esta segunda capela data de 06 de junho de 1769. Em 12 de setembro de 1781 foi benta a capela.
O povoado foi elevado a distrito em 1768, fazendo parte, até 1790, ao termo de São José del Rei. Posteriormente a 1790 o distrito se vinculou ao termo de Queluz. Em ambos os casos era submetida a comarca do rio das Mortes. Em 1831, todo o termo da vila de Queluz passou a pertencer a comarca de Ouro Preto. Em 1872 foi criada a comarca de Queluz.
Lamim permaneceu como parte do Queluz até 1938, quando passou a ser um distrito do recém criado município de Rio Espera. A cidade conseguiu a sua emancipação política apenas em 1962, pela lei estadual 2.764.
Foi descoberto ouro nas terras da fazenda, o que atraiu uma grande população para explorar o mineral. Mesmo com esse pequeno surto minerador, a região foi fundamentalmente agrária. Sua economia se baseia, até os dias atuais, na agricultura de subsistência e na pequena pecuária leiteira.

O mapa está disponível em: 1927_10_MG Município de Queluz

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 1980

28 – Nossa Senhora da Conceição de Campo Alegre dos Carijós (Conselheiro Lafaiete) – Região Central – Fundada em 1709

O desenvolvimento de Conselheiro Lafaiete foi diretamente afetado pela abertura do Caminho Novo, sendo atravessado de norte a sul pela rota que escoava o ouro para os portos.
Em 1709, mesmo ano da construção do Caminho Novo, foi instituída a freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós. A agricultura se desenvolveu e em meados do século XVIII a proporção de agricultores em relação a mineradores era bem maior que na maioria das outras localidades da região aurífera de Minas Gerais. 
Também em 1709, o padre Gaspar Ribeiro Fonseca, enviado pelo bispo do Rio de Janeiro Dom Frei Francisco de São Jerônimo, criou a paróquia de Nossa Senhora da Conceição, pertencente à Diocese do Rio de Janeiro, passando a aldeia a chamar-se Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Campo Alegre dos Carijós.
Mandou-se trazer, da cidade de Porto, em Portugal, uma nova imagem da padroeira, em madeira, belíssima em sua concepção artística, que até os dias de hoje é venerada na cidade. O culto à Virgem reunia a população constituída de nobres - alguns descendentes de D. Afonso Henrique, fundador de Portugal - , do povo, ficando, do lado de fora da igreja, os escravos.
O aumento dos “fogos”, como se denominavam as moradias, e o crescimento rápido da população, levaram a Irmandade do Santíssimo Sacramento a construir, a partir de 1732, nova Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em imponente estilo barroco, à base de taipa e madeira, no local onde se encontra até hoje, a qual recebeu posteriormente uma sapata de pedras ao seu redor.
Em 1752 iniciou-se a construção da Igreja de Santo Antônio e, em 1764, da Igreja de Nossa Senhora do Carmo.
Quando o ouro diminuiu e a cobrança dos quintos sobrecarregou a população, houve um grande clima de descontentamento, sendo forte, em Carijós o movimento da Inconfidência, sendo filhos da terra o Pe. José Rodrigues da Costa e o Pe. Fajardo.
Foi elevado a Vila Real de Queluz, em 19 de setembro de 1790, desmembrado da Vila de São José del Rei, hoje Tiradentes. 
Pela Lei Provincial nº. 1.276, de 1866, foi elevada à categoria de cidade e em 1872 foi criada a Comarca de Queluz. 
O nome Conselheiro Lafaiete passou a vigorar a partir de 27 de marco de 1934, pelo Decreto Estadual n.° 11.274, em homenagem ao Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira, quando se comemoravam o centenário de seu nascimento.

O mapa está disponível em: 1927_10_MG Município de Queluz

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terça-feira, 26 de fevereiro de 1980

27 – Itabira do Campo (Itabirito) - Região Central – Fundada em 1709

Foi no século XVIII, em 1709, que o Capitão-Mor Francisco Homem Del Rey e de Luiz de Figueiredo chegaram à região do Pico de Itaubyra (atual Pico de Itabirito), em 1709, deu início aos primeiros núcleos fixos de habitantes e à intensificação da extração do ouro na atual sede de Itabirito.
Na parte alta dessa localidade, foi construída, em 1721 a Ermida de Nossa Senhora da Boa Viagem.  Posteriormente, a construção se  tornaria a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, que ainda preserva o estilo colonial.
A economia de Itabira do Campo (nome antigo de Itabirito), apesar da crise provocada pela diminuição do ouro em Minas Gerais a partir de 1780, continuou sendo alimentada pelos trabalhos de extrações auríferas e pelas atividades agrícolas e pecuárias.
A partir de 1752, já na condição de Distrito Colonial de Vila Rica, recebeu o nome de Itabira do Campo, que o identificou até o ano de 1923, quando emancipou-se politicamente em 7 de setembro, com o nome de Itabirito, originário do Tupi, que significa "pedra que risca vermelho", nome este que denomina um minério de ferro abundante na região.
Durante o século XIX, houve um alto fluxo de imigração para Itabirito, causados tanto pela exploração aurífera quanto pela construção da Estrada de Ferro.

Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem
- Datada do século XVIII, a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem fica no coração do centro histórico de Itabirito. Atribui-se a construção da Igreja ao período entre 1710 a 1720. Seu interior um tanto sombrio, convida a alma à elevação, ao colóquio com Deus, à prece, à meditação. Há um conjunto de três altares principais: o Altar Mor da Padroeira, Nossa Senhora da Boa Viagem e os de Nossa Senhora do Carmo e São Miguel Arcanjo; suas molduras bem talhadas relembram uma infinidade de arabescos, há ainda colunas espirais salomônicas, douradas. As suas torres nos relembram castelos medievais com seu estilo sírio. Há verdadeira harmonia na combinação das cores das suas pinturas. No forro teto do presbitério aparecem grandes quadros representando a Ave Maria, gênero este de pintura único no Estado.

O mapa está disponível em: 1927_02_MG Município de Ouro Preto  .

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 1980

26 – Antônio Dias (Vale do Aço) – Fundada em 1706

A área onde está situado o atual município de Antônio Dias foi explorada pela primeira vez no começo do século XVIII por bandeirantes. Antônio Dias de Oliveira foi o responsável pela fundação de um núcleo bandeirante no local, em 1º de junho de 1706, cuja data é considerada o dia da fundação da cidade.
O povoado de Antônio Dias Abaixo, tornou-se mais tarde grande centro de mineração, passando a funcionar como ponto de apoio e reabastecimento dos garimpeiros. Antônio Dias de Oliveira, logo que chegou nestas terras, mandou construir uma Capela na localidade de Arraial Velho, onde residiu por muitos anos. 
A Capela construída foi dedicada ao santo protetor dos negros escravos, São Benedito, certamente pelo fato do bandeirante Antônio Dias de Oliveira ser natural de Taubaté e São Benedito ser padroeiro daquela localidade e o santo de devoção daquele povo, principalmente dos escravos. Aquela Igreja construída pelo bandeirante e sua gente, mais tarde caiu e foi reerguida. Com a criação da Confraria das Irmandades, a Igreja passou a chamar-se “Igreja de Nossa Senhora do Rosário”, nome que permanece até hoje. 
Tempo depois, o povoado foi transferido para alguns quilômetros abaixo, onde se instalou a sede. Antônio Dias de Oliveira construiu no local, a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré. A capela construída naquela época se compunha apenas da parte onde está o altar-mor, as tribunas e corredores laterais, a sacristia e o teto com a pintura artística. Anos mais tarde a Capela foi ampliada pelo Coronel Fabriciano Felisberto de Brito, que faleceu antes de terminar a obra. 
A ampliação e a reforma da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré foi terminada pelos filhos do Coronel Fabriciano. O bandeirante Antônio Dias de Oliveira faleceu aos 90 anos de idade e atendendo a um pedido seu, foi sepultado na porta da Capela que ele construíra.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré passou por várias reformas em diversas épocas. Cada pároco fazia alguma coisa que era mais necessária em cada época.
Em 14 de julho de 1832, foi criada a freguesia de Nossa Senhora de Nazaré de Antônio Dias Abaixo, através de resolução do Conselho Provincial, ocasião a qual estimava-se a presença de cerca de 2 030 habitantes. 
Assim, o povoamento foi elevado à categoria de distrito de Itabira, sendo desmembrado em 30 de agosto de 1911, pela lei estadual nº 556, sob a condição de vila, instalando-se em 1º de junho de 1912 com o nome de Antônio Dias Abaixo. A lei estadual nº 716, de 16 de setembro de 1918, alterou sua denominação para simplesmente Antônio Dias, a qual permanece, sendo estabelecida a condição de cidade pela lei estadual nº 893, de 10 de setembro de 1925. Pela lei estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923, foram criados os distritos de Hematita e Melo Viana.

O mapa está disponível em: 1927_15_MG Município de Antônio Dias.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

domingo, 24 de fevereiro de 1980

25 – Aiuruoca - Sul de Minas – Fundada em 1706

A fundação de Aiuruoca ocorreu em 1706 por João de Siqueira Afonso, taubateano, descobridor das Minas de Aiuruoca e fundador do arraial do mesmo nome, atraindo exploradores portugueses e paulistas. 
Logo fundado o arraial, recebeu em 1708, a patente de capitão-mor e superintendente das Minas de Aiuruoca e Ibitipoca o capitão Melchior Felix de reconhecida nobreza das principais famílias de Taubaté, sendo neto do fundador da mesma, e morador no distrito de Aiuruoca onde possuía roças e escravos.
Em 1711, Manoel Garcia de Oliveira improvisou uma Cavalaria na Aiuruoca e saiu em socorro da cidade do Rio de Janeiro, a qual sofria uma invasão comandada por franceses. Esta Cavalaria foi provida em 8 de janeiro de 1715, tendo como capitão-mor Salvador Freire da Silva. Posteriormente, em 1723, Manoel Garcia foi nomeado o seu capitão-mor. Foi este capitão-mor da Aiuruoca quem informou ao governador Martinho Proença, em 16 de junho de 1737, sobre os descobertos de ouro na Campanha do Rio verde, segundo as informações de José de Barros.
Elevou-se a paróquia em novembro de 1717, tendo, como seu primeiro vigário, o padre Manuel Rebelo (1718-1725). As extensões territoriais da Freguesia da Aiuruoca eram enormes, de cuja divisão posteriormente, foram criadas várias outras paróquias e capelas.
Por Alvará Régio de 16 de fevereiro de 1724 foi criado o Distrito Judiciário de Aiuruoca, subordinado à Comarca do Rio das Mortes.
A Freguesia de Aiuruoca passou à categoria de Vila em 14 de agosto de 1834. E por mais de 150 anos foi Comarca Eclesiástica, as vezes com os poderes: religioso, civil e criminal. Quando o ouro se esgotou, os moradores se dedicaram à criação de gado leiteiro e à agricultura. Tendo como pano de fundo a Serra dos Papagaios, onde se encontra a Estação Ecológica Serra dos Papagaios, é um município privilegiado pela beleza natural e sua história.
A primeira capela foi construída só aparece nos registros oficiais em 1711. Ela durou até 1740, quando ruiu e assim foi construída a segunda matriz. A igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, é a terceira edificação, de 1902. Mas a atual abriga todos os objetos e características da primeira igreja da cidade.
A Igreja Matriz de Aiuruoca é considerada mais antiga do que a maior parte das cidades do Sul de Minas e até mesmo do que a diocese em Campanha (MG), à qual ela pertence. Em frente à praça da cidade, a paróquia tem uma fachada em três planos e a torre da porta principal, com madeira pintada, lembra épocas diferentes em que sofreu restauração.

O mapa está disponível em: 1927_15_MG Município de Aiuruoca .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

sábado, 23 de fevereiro de 1980

24 – Conceição do Mato Dentro - Região Central Norte – Fundada em 1706

 Em 1704, Gahriel Ponce de Lion, Gaspar Soares e Manuel Corrêa de Paiva, todos de Piratininga, chefiaram a bandeira que descobriu ouro no rio Santo Antônio. Depois de inúmeras lutas contra os indígenas, retiraram-se para a vertente da serra, onde, entre os penhascos da Ferrugem e os espigões do Campo Grande e Cotocori, localizaram as mais ricas lavras auríferas de toda a região nordeste da Capitania.
Desde o alto do Vintém até as planícies da Bandeirinha o ouro brotava em profusão daquelas terras. Nas areias do minúsculo Cuiabá, Gabriel Ponce de Lion encontrou, de uma só bateada, cerca de 20 oitavas de ouro. Em pouco tempo o local estava coberto de cabanas. Por iniciativa daquele bandeirante, iniciou-se a construção de uma capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Outros aventureiros, ouvindo dos viajantes o relato das riquezas do Santo Antônio, invadiram a região, que passou a ser um novo Eldorado.
Divididas as lavras entre os descobridores, desenvolvem-se a mineração, a lavoura e a criação, surgem as primeiras casas grandes e os primeiros engenhos. A imigração era ininterrupta e índios e negros eram adquiridos com ouro em pó. Em 1706, o padre Manoel de Abreu, fazendo uma coleta entre os ricos possuidores de sesmarias na região, conseguiu cerca de 200 oitavas de ouro para erigir uma igreja em louvor da padroeira dos povoadores. Em 1713, parte do templo, isto é, a sacristia e o altar-mor, já estavam concluídos.
A igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi erguida nos primeiros anos do século XVIII, por iniciativa do sertanista Gabriel Ponce de Leon. Foi ele que mandou vir de Itu, São Paulo, em 1703, a imagem da padroeira. Em 1722 a capela-mor já se encontrava concluída e, em 1772, foi concedido auxílio real para dar procedimento às obras que foram concluídas no dia 06 de novembro de 1802, quando a igreja recebeu a benção inaugural.

Pela Carta Régia de 16 de fevereiro de 1724, foi a povoação elevada a freguesia com o nome de Conceição do Mato Dentro, verificando-se, posteriormente, por Alvará de 16 de janeiro de 1750, a criação do Distrito. Em virtude da Lei provincial n.° 171, de 23 de março de 1840, foi criado o município de Conceição em terras desmembradas do Município de Serro, dando-se-lhe por sede Conceição do Serro, antiga Conceição do Mato Dentro. A 12 de março de 1842, deu-se a instalação do Município, cuja sede foi elevada a cidade pela Lei provincial n.° 553, de 10 de outubro de 1851.
Na divisão judiciário-administrativa do Estado, fixada pelo Decreto-lei estadual n.° 1 058, de 31 de dezembro de 1943, a comarca, o termo e o Município tiveram seu topônimo alterado para Conceição do Mato Dentro.

O mapa está disponível em: 1927_14_MG Município de Conceição .

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 1980

23 - São João Batista do Morro Grande (Barão de Cocais) - Região Central – Fundada em 1704

Conhecida nacionalmente como Portal do Caraça, foi fundada no início do século XVIII, por bandeirantes portugueses e paulistas que descobriram o lugar depois de descer o rio São João, a partir do povoado Socorro. O primeiro nome de São João do Morro Grande foi porque o arraial nasceu ao sopé de um extenso morro e por isso ficou conhecido como Morro Grande.
Os bandeirantes decidiram se fixar no lugar porque encontraram Boa Pinta, ou seja, descobriram novas minas de ouro. A notícia do metal amarelo abundante atraiu novos elementos, casas foram edificadas ao longo das voltas do rio, surgindo assim o bairro dos macacos, núcleo principal de Morro Grande.
Em 1764, teve início a construção da atual Igreja Matriz São João Batista do Morro Grande, primeiro projeto arquitetônico de Aleijadinho, que esculpiu a imagem de São João Batista na porta de entrada e projetou o conjunto da tarja do arco-cruzeiro no interior da igreja. Foram gastos 21 anos para a conclusão da Matriz, que foi inaugurada em 1785.
O alvará régio de 1752 e a Lei nº 2 de 14 de setembro de 1891, criou o distrito com a denominação de São João do Morro Grande. 
Em 1938, o nome do distrito foi reduzido para Morro Grande. Através do decreto lei estadual nº 1058 de 31 de dezembro de 1943, é emancipado o distrito de Morro Grande, que se separa de Santa Bárbara, passando a chamar-se Barão de Cocais, em homenagem ao Barão José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, que nasceu e viveu na antiga Vila Colonial de Cocais, atual distrito de Barão de Cocais.

Santuário de São João Batista
- Primeiro projeto arquitetônico de Aleijadinho. Construção iniciada em 1764 e concluída em 1785. É considerada projeto de Aleijadinho, pelo desenho do frontispício, pelo arco cruzeiro, pela ousadia de dispor as torres diagonalmente em relação ao corpo de igreja. Aleijadinho esculpiu ainda a imagem de São João Batista em pedra sabão e projetou a tarja do arco cruzeiro no interior da Matriz. A Matriz possui altares folheados a ouro e a pintura do teto é atribuída ao mestre Ataíde.
Trata‐se da primeira igreja mineira a quebrar a rigidez da cornija, que se alteia formando um semi‐círculo acima do óculo‐relógio; outro detalhe "revolucionário" é a colocação das torres redondas, formando ângulo de 45° em relação à fachada. Por outro lado, a portada conserva elementos barrocos, no estilo D. João V; o oratório abriga uma bela imagem de São João, que é provavelmente a mais antiga das esculturas de pedra-sabão feitas por António Francisco Lisboa. Internamente, os altares e retábulos revelam épocas diferentes, os mais antigos apresentando maior qualidade de execução. Apesar da louvação realizada pelo mesmo Aleijadinho em 1785, as obras no coro e na capela‐mor prolongaram‐se até 1798.

O mapa está disponível em: 1927_13_MG Município de Santa Bárbara .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

22 - Arraial Novo do Rio das Mortes - Região Central – Fundada em 1704

 A cidade de São João del Rei originou-se do antigo Arraial Novo do Rio das Mortes. A ocupação do arraial remonta a 1704, quando um paulista chamado Lourenço Costa descobre ouro no ribeirão de São Francisco Xavier.
A descoberta fez com que as fossem distribuídas a várias pessoas que começam a explorar as margens do ribeirão. Algum tempo depois, o português Manoel José de Barcelos encontrou mais ouro na encosta sul da Serra do Lenheiro, num local chamado Tijuco. Naquele local estabeleceu-se o primeiro núcleo de povoamento que daria origem ao Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar, mais tarde Arraial Novo do Rio das Mortes.
Já bastante próspera, em 1713 a localidade é elevada a vila e recebe o nome de São João del-Rei em homenagem a Dom João V, rei de Portugal. No ano seguinte, é nomeada sede da Comarca do Rio das Mortes. Desde os tempos de sua formação, desenvolve-se aí uma vasta produção mercantil e de gêneros alimentícios, resultantes tanto da atividade agrícola, quanto da pecuária. Essa faceta vai possibilitar o contínuo crescimento da localidade, que não sofre grandes perdas com o declínio da atividade aurífera, verificado em toda a Capitania das Minas Gerais a partir de 1750.
Nessa época a crise do sistema colonial agrava-se. A exploração do ouro entra em franca decadência, e a Coroa Portuguesa continua a exigir pesados impostos da população. Essa situação conflitante faz crescer o nível de consciência de setores intermediários da sociedade, levando padres, militares, estudantes, intelectuais e funcionários das principais vilas mineiras, como São João del-Rei, Tiradentes e Vila Rica, a conspirar contra a metrópole.
Em poucos anos, o movimento conhecido como Inconfidência Mineira toma corpo e ganha adeptos em cada arraial e vila da Capitania das Minas Gerais. Grandes planos são traçados tendo em vista a produção de bens de consumo aliada à liberdade comercial, o que descartaria a política monopolizadora da metrópole. A Vila de São João del-Rei é escolhida para abrigar a nova capital. Porém, em 1789 o movimento é frustrado pela denúncia do coronel Joaquim Silvério dos Reis, devedor de somas altíssimas à Fazenda Real.
Graças à vocação comercial de São João del-Rei, a sua feição colonial não é a mesma das demais vilas mineradoras da época. Já em princípios do século XIX, ela se mostra amadurecida comercialmente: lojas instaladas em elegantes casarões oferecem todo tipo de mercadoria, desde as produzidas na comarca até as importadas. O movimento de passantes, caixeiros-viajantes, mulheres e crianças circulando pelas ruas confere-lhe um aspecto alegre e colorido. Também é precoce o surgimento da imprensa, assinalado pela fundação, em 1827, do 'Astro de Minas', o segundo jornal de Minas Gerais na época.
Em 1838 a progressista Vila de São João del-Rei torna-se cidade. Nessa época, possuía cerca de 1.600 casas, distribuídas em 24 ruas e 10 praças. Ainda no século XIX, contava com casa bancária, hospital, biblioteca, teatro, cemitério público construído fora do núcleo urbano, além de serviços de correio e iluminação pública a querosene.
Desenvolve-se, ainda mais, com a inauguração em 1881 da primeira seção da Estrada de Ferro Oeste-Minas, que liga as cidades da região a outros importantes ramais da Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1893 a instalação da Companhia Industrial São Joanense de Fiação e Tecelagem traz novo impulso à economia local, a tal ponto que a cidade é novamente indicada para sediar a capital de Minas Gerais. Em junho do mesmo ano, o Congresso Mineiro Constituinte aprova, em primeira discussão, a mudança da capital para a região da Várzea do Marçal, subúrbio de São João del-Rei. Mas, numa segunda discussão, o projeto inclui Barbacena e também Belo Horizonte, um planalto localizado no Vale do Rio das Velhas, onde existia o antigo Arraial do Curral del-Rei.
Com a escolha da região do Curral del-Rei em dezembro de 1893, a importância econômica de São João del-Rei diminui gradativamente. Mas a cidade não perde seu charme colonial, sendo motivo de atenção dos modernistas brasileiros, que a visitam em 1924. Ela é registrada na obra de algumas das figuras mais representativas do movimento, como a pintora Tarsila do Amaral e o escritor Oswald de Andrade. Em 1943 seu acervo arquitetônico e artístico, composto por importantes edificações civis e religiosas, é tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Shan.
A formação peculiar da cidade, que evoluiu de arraial minerador para importante pólo comercial da região do Campo das Vertentes, é responsável por sua característica mais interessante: uma mescla de estilos arquitetônicos que tem origem na arte barroca, passa pelo ecletismo e alcança o moderno. Em São João del-Rei, é possível apreciar a evolução urbana de uma vila colonial mineira, cujo núcleo histórico permanece bastante preservado em harmonia com as construções ecléticas do século XIX e as mudanças ocorridas no século XX.
Fundação da cidade:
São João del Rei foi fundada em fins do século XVII, por taubateanos liderados por Tomé Portes del Rei, que, por isso, é considerado seu fundador.
Em 1709, a cobiça pelo ouro gera discórdia entre portugueses e paulistas, dando causa à Guerra dos Emboabas, acontecendo o triste episódio do "Capão da Traição" quando os paulistas foram emboscados e chacinados pelos portugueses.
Em 08 de dezembro de 1713, arraial alcançou foros de vila, com o nome de São João del Rei, homenagem a D. João V, e também passa a ser sede da Comarca do Rio das Mortes.
O ouro, a pecuária e a agricultura foram os fatores de desenvolvimento e progresso da vila e, aos 6 de março de 1838 é elevada à categoria de cidade.
São João del Rei participou sempre das decisões mineiras e nacionais.
Em 1833, na Sedição Militar de Ouro Preto, em 1842, na Revolução Liberal e, sendo sede do 11ºBI - Batalhão Tiradentes, participou das revoluções de 1930 e 1964. Combateu na Itália, triunfando em Montese e Castelnuevo. Aqui nasceram is grandes heróis nacionais: Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes - o Mártir da Independência e Patrono Cívico da Nação Brasileira; Bárbara Heliodora Guilhermina da Silva - a heroína da Inconfidência São João del Rei é conhecida como um entroncamento de caminhos, desde a expedição de Fernão Dias, que em 1674 abriu a trilha mais tarede conhecida como o Caminho Velho (de São Paulo à Minas). Nos últimos anos do século XVII, o taubateano Tomé Fortes del Rei estabeleceu-se na beira deste caminho, cobrando pedágio na passagem do Rio das Mortes, cultivando roças e criando gado.
Posteriormente o chamado Caminho Novo, que vinha do Rio de Janeiro, também passava pela atual São João del Rei, palco de fatos históricos nacionais, como a Guerra dos Emboabas e Inconfidência Mineira. Em 1730, a famosa Picada, partia justamente de São João del Rei, atingindo a divisa goiana em Paracatu.
Depois, em 1872, foi criada a Estrada de Ferro Oeste de Minas, para complementar a Estrada de Ferro Leopoldina, que vinha do Rio de Janeiro e chegando à São João del Rei seguia para as lonjuras de Pitangui e Paracatu, rastreando a velha Picada de Goiás.
Mas São João del Rei não vive só de passado. Sabe invoca-lo, orgulhando-se dele, encontrando nele a força do ideal e de amor à liberdade e à justiça, como seus filhos Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes e o Presidente Tancredo Neves.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 1980

Arraial de Brumal - Região Central – Fundada em 1704

O Distrito de Brumal município de Santa Bárbara, após ser fundado nos primeiros anos do século XVIII devido à descoberta de ouro pelo bandeirante Antônio Bueno na Serra do Caraça. Recebeu nomes como Barra Feliz e Brumado, passando a chamar-se em oficialmente Brumal pelo decreto Lei nº 1058 de 31 de dezembro de 1943.
Surgido no contexto da mineração do século XVIII, o arraial originou-se a partir da construção da Igreja de Santo Amaro, erigida em 1727. Como parte integrante do núcleo, temos a Capela de Nosso Senhor dos Passos construída em 1865. O núcleo urbano surgiu ao redor da Matriz de Santo Amaro, e tem suas edificações – em sua maioria de um pavimento - construídas no mesmo nível e alinhamento das ruas. 
Em todos os anos no dia da festa de Santo Amaro acontece a cavalhada de Brumal.
Cavalhadas são festas que vieram da idade média e representam a luta entre Mouros e Cristão para conquistar a Terra Santa. Na Cavalhada há desfiles de cavalheiros, corridas e jogos acompanhados por um conjunto musical. 
Dizem que o Sr. Jorge da Siva Calunga (morador do distrito) fez uma promessa a Santo Amaro e se a graça fosse alcançada faria em Brumal no dia da festa de Santo Amaro uma Cavalhada em homenagem ao santo, no ano de 1937. Desde então a cavalhada tornou-se folclore, e todos os anos a cavalhada está firme e forte para não ser esquecida.

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21 – Santo Antônio do Ribeirão (Santa Bárbara) - Região Central – Fundada em 1704

Foi estabelecida como Arraial de Santo Antônio do Ribeirão (Santa Bárbara) pelo bandeirante paulista Antônio Silva Bueno, em 4 de dezembro de 1704, que ali encontrou ouro de aluvião e veios de pedras preciosas. 
Em 1713 teve início a construção da Matriz de Santo Antônio (Matriz de Santa Bárbara). 
Posteriormente a cidade se tornou importante passagem na rota entre a Corte, no Rio de Janeiro, e as minas do centro/norte de Minas Gerais (Estrada Real - Caminho do Ouro e dos Diamantes). Foi elevada à categoria de vila em 16 de março de 1839, e em 1858 à categoria de município com o nome de "Santa Bárbara do Mato Dentro". 
Em 1861, os ingleses que ali chegaram organizaram a Santa Barbara Mining Company, na região que hoje se encontra Florália e Bateias, com o objetivo de retomar a exploração do ouro. Por volta de 1870, foi visitada pelo imperador Dom Pedro II que, no Santuário do Caraça, declarou que "só esta paisagem já paga a viagem a Minas Gerais". 
Em 1878 tornou-se sede de comarca, desmembrando-se do município de Caeté. Nessa época seu território abrangia os atuais municípios de Barão de Cocais (São João do Morro Grande), Cocais (Nossa Senhora dos Cocais), Catas Altas, Conceição do Mato Dentro, São Miguel do Piracicaba, São Gonçalo do Rio Abaixo, Bom Jesus do Amparo, Nova União, Socorro, Brumado, e João Monlevade (Carneirinhos).
No início do século XX (1908/1911), com seu filho Afonso Pena já como Presidente do Brasil, teve nova fase de desenvolvimento como importante entreposto comercial, como última estação da estrada de ferro na ligação com o grande sertão mineiro. 
Em 1911, foi inaugurada a Estação Ferroviária de Santa Bárbara, pertencente ao Ramal de Nova Era da Estrada de Ferro Central do Brasil.
A igreja matriz de Santo Antônio, em Santa Bárbara (Minas Gerais), também chamada matriz de Santa Bárbara, é uma igreja setecentista de Minas Gerais, tombada pelo IPHAN, conhecida por ter pinturas de Mestre Ataíde em estilo barroco mineiro.

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 1980

20 – Nossa Senhora da Conceição do Guarapiranga (Piranga) - Região Central - Fundada em 1704

Nas primeiras décadas do século XVIII, várias diligências foram criadas para explorar as bordas sudeste e sul dos arraiais de Vila Rica e Ribeirão do Carmo. O coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, estabelecido nas minas do Ribeirão do Carmo, mandou-o com uma turma de cativos e camaradas para penetrarem ao sul do dito ribeirão "pelo sertão incógnito que se achava entre ele e Guarapiranga". Várias faisqueiras foram descobertas nos lugares chamados Pinheiro (Pinheiros Altos, distrito de Piranga), Pirapetinga (atual distrito de Santo Antônio do Pirapetinga), Bacalhau (Distrito de Piranga) e Rocha (atual Senador Firmino)ː a primeira área viria a fazer parte da freguesia do Sumidouro, enquanto as três últimas, da de Guarapiranga. Menos ricas que as do Carmo, ainda assim atraíram correntes migratórias que seguiram as "picadas" e "lavrando estas faisqueiras foram achando aumento nelas, razão por que foram povoando sítios, arraiais, capelas, freguesia".

Piranga nasceu como Arraial de Nossa Senhora da Conceição do Guarapiranga, uma referência à devoção à Virgem Maria, trazida ao Brasil pelos portugueses, e ao pássaro Guará, que povoava as margens do Rio Piranga.
O ano de 1704 é considerado como o ano oficial de fundação do Arraial de Nossa Senhora da Conceição do Guarapiranga, que coincide com a descoberta e lavra do ouro a céu aberto, no Córrego das Almas, que corta o centro da cidade.
Entre os anos de 1708 a 1710, a Fazenda da Cotia, em Santo Antônio do Pirapitinga – Bacalhau – foi palco de batalhas da Guerra dos Emboabas, fato marcante da história de Minas Gerais;
Em 16 de fevereiro de 1718, foi erigida a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição (demolida), uma das cinco primeiras de Minas Gerais.
Em 1720, o arraial de Guarapiranga já apresentava importância econômica expressiva, ao ocupar a sexta posição entre os dezenove núcleos auríferos fiscalizados pela Câmara de Mariana, com a soma de 1.193 escravizados africanos e crioulos. Esse destaque foi reconhecido pela administração colonial que, em 1724, elevou o distrito à condição de Freguesia. No mesmo ano, na Carta Régia do Rei de Portugal que promoveu vinte igrejas mineiras à condição de vigaria com título colativo, pois possuíam "alto rendimento e número de fregueses", constava a matriz de Guarapiranga. A freguesia que aí se formou possuía quatro irmandades de compromissoː a de Nossa Senhora da Conceição, a das Almas, a do Santíssimo e a de Nossa Senhora do Rosário dos pretos, respectivamente, criadas em 1718, 1727, 1744 e 1745.

Em 1º de abril de 1841, foi realizada a emancipação do município, revogada logo depois, e novamente proclamada em 20 de julho de 1868, pela lei 1537. Em 7 de setembro de 1923, o nome do município de Nossa Senhora da Conceição é reduzido para Piranga, como é atualmente conhecido.
No período colonial, o povoado era conhecido pelo nome de "Guarapiranga". A mudança do termo para "Piranga" ocorreu com a elevação do arraial à categoria de vila, em 1841.

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terça-feira, 19 de fevereiro de 1980

19 – Nossa Senhora da Conceição de Prados - Campo das Vertentes – Fundadas em 1704

 O povoado que deu origem a Prados, surgiu nos primórdios do século XVIII, por volta de 1704, quando dois irmãos bandeirantes, Manoel e Félix Mendes do Prado, chegaram aqui com uma comitiva de Taubaté. A notícia do ouro fácil atraiu muitos paulistas para a região.
Eles deram origem a um núcleo de mineração que, mais tarde, tornou-se o Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Prados, um dos mais importantes do Termo da Vila de São José. Têm-se notícias de casamentos realizados na Capela de Prados já em 1716. O fato de o lugar ter sido passagem de boiadas e tropas muito contribuiu para o desenvolvimento da localidade.
A localidade de Prados pertenceu à vila São José Del Rei, atual Tiradentes, até 1890, emancipada pelo decreto estadual número 41 de 15 de abril. O município foi instalado em 1891. Neste mesmo ano, foram lhe conferidas as regalias de comarca pela lei estadual número 23 de 24 de maio.
O centro histórico dessa cidade setecentista mantém igrejas e casarões bem conservados. Ali viveu a mulher considerada como a mais atuante no movimento da Inconfidência Mineira - a rica pradense Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, mulher do inconfidente Francisco Antônio de Oliveira Lopes. O casarão que lhe serviu de residência após o degredo do marido é hoje um atelier de artesanato que fica em frente à Igreja Matriz.
A devoção a Imaculada Conceição de Maria, cujo a crença chegou por volta do ano de 1646, com o rei D. João IV, e espalhou-se por todo o território nacional. É talvez a devoção dos primeiros povoadores do Arraial dos Prados que explique a dedicação do templo à Imaculada Conceição. 
A “freguesia” de Nossa Senhora da Conceição de Prados em 1718, foi promovida canonicamente a Paróquia de N. Sra. da Conceição de Prados. Em 1752, um alvará régio criou a Vigaiaria Colada à Igreja Matriz de Prados, pertencente à Arquidiocese de Mariana. No ano de 1960, com a criação da Diocese de São João Del Rei, a Paróquia passou a fazer parte desta igreja particular. Em 1989, com o estabelecimento das foranias ou regiões pastorais, a Paróquia recebeu o título de sede da Forania de Prados.
A construção de sua igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição de Prados data do início do século XVIII e é rica em detalhes que a tornam um verdadeiro bem nacional, desde 1995 também reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Além da matriz, integram a Paróquia as igrejas de Santo Antônio, de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e de Nossa Senhora do Carmo, além de outros cinco templos na área rural de Prados. Atualmente, 27 pastorais, movimentos e ministérios estão em atuação na Paróquia.

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 1980

18 – São José da Lagoa (Nova Era) - Região Central – Fundada em 1703

 No começo do século XVIII, bandeirantes seguiam pela região do atual município de Nova Era à procura de pedras e metais preciosos. Em 19 de março de 1703, foi fundado o Arraial de São José da Lagoa, por ocasião da passagem de Antônio Dias de Oliveira e dos irmãos Camargos, pelas margens até hoje muito auríferas do rio Piracicaba. O nome recebido pela localidade é uma referência ao padroeiro daquele dia, São José, tendo se estabelecido como um grande centro de mineração. O povoamento inicial é atribuído a João Correia da Silva, bisneto de Amador Bueno, o aclamado de São Paulo. Ao lado de sua esposa, Maria Pedroso de Morais, João Correia instalou uma fazenda à margem do Rio de Peixe, ainda nos primeiros anos do século XVIII.
A decadência da produção aurífera no estado mineiro, devido tanto à exaustação das minas quanto ao rigor fiscal, levou à substituição da atividade garimpeira pela agropecuária. Foram abertas várias fazendas ao redor do povoado, que por sua vez observou um crescimento do comércio e do artesanato. Em 1750, São José da Lagoa configurava-se como capela curada pertencente à Freguesia de Rio Piracicaba, depois de ter estado, eclesiasticamente subordinada a Caeté e, posteriormente, a Santa Bárbara. Em 1832, ainda sob a condição de capela curada, passou a pertencer à Freguesia de Antônio Dias, transformando-se em distrito subordinado a Itabira pela lei provincial nº 384, de 9 de outubro de 1848, dada a criação da paróquia.
Dado o desenvolvimento, o distrito é emancipado pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17 de dezembro de 1938, com a denominação de Presidente Vargas, passando a denominar-se Nova Era pelo decreto-lei estadual nº 1058, de 31 de dezembro de 1943, mediante escolha feita pelo então governador Benedito Valadares.

A Igreja Matriz São José da Lagoa foi construída anterior ao ano 1754. Em 03 de setembro de 1754, Domingos Francisco Cruz, morador em uma área de mineração denominada “Passagem” (hoje Bairro Santa Maria), através de escritura pública lavrada no Cartório do arraial de Nossa Senhora da Conceição de Catas Altas (Diocese de Mariana), fez ao “Glorioso Patriarca São José” a doação de “uma roça cita na dita (freguesia São Miguel do Piracicaba) para patrimônio de sua Nova Capela”. Na escritura e em petição refere-se à capela como existente, “construída pelos moradores a quase um ano e nela se celebra o Santo Sacrifício da Missa em altar portátil e como esteja acabada necessita de se benzer.”
Em 1766 a construção da nova igreja foi iniciada, pois a capela existente não comportava mais a população local que havia aumentado muito. Recebeu sua primeira benção em 10 de novembro de 1768, realizada pelo Padre Antônio Pereira Moura Vasconcelos. Seu sino maior data de 1795.
A igreja construída no período colonial, em seu processo evolutivo foi ampliada e a sua capela-mor foi redecorada em estilo rococó, sendo um trabalho do final do século XVIII.
O processo evolutivo continuou até o início do século XX e, talvez, uma de suas últimas transformações tenha sido a escada em espiral, feita por um marceneiro da comunidade de “Pedra Furada”.     
A maior transformação realizada na parte física da construção ocorreu no momento de sua passagem de capela (quando a localidade ainda era Curato) para paróquia, em 1848. Em 11 de agosto de 1923 a energia elétrica chegou a  Matriz São José da Lagoa. Consta que em 1941, foram feitas obras de reconstrução e restauração, pois o edifício estava danificado e adulterado. 

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domingo, 17 de fevereiro de 1980

17 – Nossa Senhora da Conceição das Catas Altas - Região Central – Fundada em 1703

 O bandeirante português Domingos Borges descobriu na falda oriental da Serra do Caraça ricas minas auríferas. A ele se deve também a fundação do arraial de Catas Altas em 1703, embora o paulista Manuel Dias, em 1703, também seja citado como descobridor.
No ano de 1716, já se encontrava na Freguesia Nossa Senhora da Conceição das Catas Altas o minerador e fazendeiro português Capitão Thomé Fernandes do Valle que minerou na Serra, e tinha sua fazenda onde construiu uma capela dedicada a Senhora Sant'Ana, e lavras de ouro na região da Valéria. Local que recebeu o nome de "Valéria" por causa de seu sobrenome Valle. Em 1718, o arraial foi elevado à freguesia, através de medidas da administração colonial, sendo a paróquia declarada de natureza coletiva. Seis anos mais tarde, foi nomeado o primeiro vigário de Catas Altas, então chamada de Catas Altas do Mato Dentro para diferenciar de Catas Altas da Noruega e porque era um termo que os bandeirantes usavam quando entravam mata a dentro (à medida que entravam mata a dentro, batizavam algumas localidades com o nome acompanhado de Mato Dentro). A construção da atual Igreja da Matriz teve início em 1729 e prolongou-se até por volta de 1780, encontrando-se inacabada na parte interna até os dias atuais, com obras atribuídas a Aleijadinho, Mestre Ataíde, Francisco Vieira Servas e outros.
O Santuário do Caraça, fundado pelo português Irmão Lourenço de Nossa Senhora Mãe dos Homens, que teve seu colégio iniciado em 1820 pelos Padres Lazaristas, funcionando por quase 150 anos, é referência para a cidade de Catas Altas por sua beleza natural e histórica.
Situada ao pé da Serra do Caraça, a apenas 120 quilômetros de Belo Horizonte, a aconchegante e turística cidade pertenceu ao ciclo do ouro. O primeiro registro de batismo encontrado, foi celebrado na antiga Matriz de Nossa Senhora de Conceição, em 1712. Nesta época já se delineava o aglomerado urbano que se formava ao redor da mineração. A exploração de ouro na Serra da Caraça, teve início em 1708.
Mais foi somente bem recentemente, em 21 de dezembro de 1995, que o então distrito de Catas Altas emancipou-se de Santa Bárbara.

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sábado, 16 de fevereiro de 1980

16 – Santo Antônio de Curvelo - Região Central – Fundada em 1700

 Por volta de 1700, já à época da decadência da produção aurífera, o lugarejo que existia às margens do ribeirão Santo Antônio, que é um dos cursos de água que cortam o município de Curvelo, servia de pouso aos viajantes que utilizavam os rios São Francisco e Guaicuí em seu itinerário entre as capitanias da Bahia, de Pernambuco e de São Vicente.
Em 1714 a região do atual município de Curvelo, até então juridicamente vinculada à Capitania de Porto Seguro, que mais tarde seria incorporada pela capitania da Bahia, passa a subordinar-se à Comarca de Sabará, por sua vez pertencente à recém-criada capitania de São Paulo e Minas de Ouro.
Em 16 de março de 1720, poucos meses antes da criação da capitania de Minas Gerais, cria-se a freguesia com o nome de Santo Antônio da Estrada e o Padre Antônio de Ávila Curvelo, oriundo do que é hoje Matias Cardoso mas já residente no lugarejo, é seu primeiro vigário, daí o nome do município.
O arraial de Curvelo desmembrou-se de Sabará e tornou-se município autônomo por decreto da Regência de 13 de outubro de 1831, tendo por sede a vila homônima. Contudo, apenas em 30 de julho de 1832 instalou-se a Câmara de Vereadores, então pré-requisito para o exercício da emancipação político-administrativa, e apenas em 7 de dezembro do mesmo ano houve a ereção do pelourinho, símbolo da autonomia do poder municipal. Por fim, em 15 de novembro de 1875, a vila foi elevada à categoria de cidade por lei provincial assinada pelo presidente da província de Minas Gerais, o paulista Pedro Vicente de Azevedo.
Matriz de Santo Antônio – Benzida em 1877, tem como forte atração o Altar-Mor entalhado pelo mestre Chico Entalhador.

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 1980

15 - Nossa Senhora das Dores do Rio do Peixe (Lima Duarte) - Zona da Mata – Fundado em 1694

 Até meados do século XVII, a região do atual município de Lima Duarte não passava de uma área de mata virgem, quando por volta do ano de 1692, apareceram os primeiros bandeirantes. Este grupo era liderado por padre João Faria Filho, então vigário de Taubaté, além de ter sido um dos pioneiros dos descobrimentos de Ouro Preto.
Padre João foi quem encontrou ouro no leito do Rio do Peixe. Desse descobrimento, Bento Corrêa De Souza Coutinho deu a notícia ao Governador Geral do Brasil na Bahia, Dom João de Lencastre, através de carta enviada a 29 de julho de 1694. A partir daí, iniciou-se o povoamento daquele lugar com a migração de colonizadores vindos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além de portugueses.
Mesmo assim, durante anos a região permaneceu isolada, já que os proprietários das terras tinham objetivo de contrabandear ouro. No entanto, por volta da década de 1700, através de denúncias, Dom Rodrigo José de Menezes, então governador e capitão general de Minas Gerais, tomou conhecimento dessa situação e interditou todas as terras que lá situavam-se, redistribuindo-as aos mineradores, passando a cobrar impostos sobre o ouro extraído. Em 1740 foram construídas as primeiras povoações, às margem do Rio do Peixe. 
Sua primeira denominação foi Nossa Senhora das Dores do Rio do Peixe, e a origem deste nome se deve a Santa padroeira da primeira capelinha de Nossa Senhora das Dores e o fato de ser o município banhado pelo rio do Peixe.
Conta-se que, em 1781, corria o boato de que no rio do Peixe haviam-se descoberto faisqueiros de bom rendimento, fazendo-se extrativos pela Ibitipoca, apesar da proibição por parte do Governo. Foi apurada a veracidade dom fato, e tendo o próprio governador percorrido a área comentada, foi recebido no nascente arraial do Rio do Peixe com festividades, aproveitando os moradores para lhe pedirem terras de cultura. Reconhecendo a inutilidade das proibições feitas, resolveu o governador permitir se cultivassem aquelas matas e o arraial passou a crescer. 
Dado o desenvolvimento populacional demográfico daquela área, em 1839 a povoação foi elevada a Distrito de Paz e em 27 de junho de 1859 foi criada freguesia ao povoado do Rio do Peixe, por lei provincial nº. 991. 
Por empenho pessoal de João de Deus Duque e Francisco Delgado Mota a freguesia foi elevada à vila pela lei provincial nº. 2.804, de 3 de outubro de 1881, por desmembramento da vila de Barbacena. 
A Vila foi elevada à cidade em 1884, pela lei provincial nº. 3.629, de 30 de outubro, já com o nome de Lima Duarte, em homenagem a José Rodrigues de Lima Duarte, visconde, Ministro da Marinha, Conselheiro de Estado, deputado provincial e geral e senador do Império, importante líder político do Partido Liberal na região.

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 1980

14 – Santo Antônio de Itaverava – Região Central – Fundadas em 1694

A colonização de  Itaverava teve início no século XVII, sendo um dos primeiros arraiais auríferos da região. No verão de 1694, Manoel de Camargos, seu filho Sebastião de Camargos e alguns negros chegaram a Itaverava, descobrindo ouro na região. Logo depois, Manoel de Camargos é morto pelos índios e os sobreviventes retrocedem.
Depois disso, diversas bandeiras chegaram a região com o objetivo de encontrar mais minas. Após a formação do arraial de Itaverava, foi edificada a sua primeira igreja, dedicada a Santo Antônio de Lisboa, em 1726, que se transformou em matriz da localidade.
No século XVIII, quando ainda pertencia ao Termo de Vila Rica, era comum a grafia Itaberaba. Não há discrepâncias em relação a significação do topônimo: "pedra brilhante" ou "pedra reluzente" em língua tupi. O município foi criado em 1962, com território desmembrado de Conselheiro Lafaiete.

Igreja de Santo Antônio de Lisboa
- Uma capela cujo patrono era Santo Antônio de Lisboa. Os registros mais antigos de ofícios religiosos realizados nessa capela são de batismos ocorridos no ano de 1712.
Embora a freguesia de Santo Antonio de Itaverava tenha sido criada em 1726, a construção de uma igreja maior começou somente em 1744, impulsionada pela Irmandade do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora do Rosário. Porém, essa segunda igreja não durou muito, sendo necessária uma nova reconstrução, que dessa vez seria levada a cabo pelo padre Manuel Ribeiro Taborda – o primeiro vigário colado daquela matriz, e que habitou em um casarão que ainda existe do lado da igreja. Essa terceira edificação ocorreu a partir de 1768.
No interior dessa igreja, existe um grande e harmonioso conjunto decorativo, com alguns traços de barroco joanino e muitas características do rococó.

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 1980

13 - Bom Retiro de Santa Luzia - Região central de Minas– Fundada em 1692

O município de Santa Luzia tem a sua fundação datada do final do século 17 (1692), quando o bandeirante José Correia de Miranda, sob a bandeira de Borba Gato, estabeleceu o primeiro núcleo populacional da região.

A história do município originou-se com aventureiros que em busca de riquezas, descobriram Santa Luzia. Tudo começou, em 1692, durante o ciclo do ouro. Uma expedição dos remanescentes da bandeira de Borba Gato implantou o primeiro núcleo da Vila, às margens do Rio das Velhas, no qual se fazia garimpo de ouro de aluvião. Em 1695 uma grande enchente do rio destruiu todo o povoado, localizado próximo ao atual bairro de Bicas, então o pequeno vilarejo mudou-se para o alto da colina, onde hoje, é o centro histórico da cidade. Em 1697, ergueu-se o definitivo povoado, que recebeu o nome de Bom Retiro. Em 1724 foi criada a Freguesia de Santa Luzia, subordinada a Sabará.

Nesse local, no topo da colina, edificou-se um rancho que acolhia numerosas tropas vindas de Sabará e outras localidades, pelas estradas que se cruzavam em forma de um "T" e que deram origem à rua do Serro, rua Direita e rua Santa Luzia. Porém, ao contrário da maioria das povoações mineiras da época, Santa Luzia cresceu e floresceu muito mais em função do comércio que da mineração. Faiscadores e tropeiros construíram uma capela, dedicada a Santa Luzia, em frente ao rancho, que foi mais tarde, inteiramente aproveitada para a capela-mor da matriz. A construção da capela, em lugar de movimento de tropas, serviu para desenvolver a atividade comercial no local, atraindo para lá pessoas que se encontravam dispersas pelas regiões vizinhas. O lugarejo foi crescendo perto da capela, a beira das estradas, convivendo, lado a lado, residências e casas comerciais.

A construção da Igreja Matriz de Santa Luzia veio da iniciativa do Sargento-mor Joaquim Pacheco Ribeiro, o que teria ocorrido em retribuição a uma graça alcançada. O militar de origem portuguesa estabeleceu-se na localidade com suas três filhas e deixou extensa descendência. O interior da igreja possui características de distintas fases do barroco mineiro. Sua fachada passou por intervenções no início do século XX quando foram retiradas as telhas coloniais do campanário e detalhes entalhados da, entre outras modificações. A última grande obra de restauração e conservação por que a construção passou ocorreu entre as décadas de 1980 e de 1990. Em 2006, a igreja teve reintegradas a seu acervo 3 imagens de anjos que estavam para ser leiloadas no Rio de Janeiro e que teriam sido vendidas por um zelador da igreja no fim da década de 1950.

O mapa está disponível em: 1927_13_MG Município de Santa Luzia.

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terça-feira, 12 de fevereiro de 1980

12 - Congonhas do Campo – Região central de Minas– Fundada em 1691

Desde 1691 já há notícia de primeiros contatos entre bandeirantes e os povos indígenas carijós, na região denominada de Passagem do Gagé - Entre Congonhas e Conselheiro Lafaiete. Uma das bandeiras sertanistas seguiu a bacia rumo ao Rio Doce e na região de Itaverava se tem o primeiro manifesto do ouro nas Minas Gerais. Outras seguiram rumo ao norte (bacia do Rio das Velhas), usando de referência a Serra do Deus te Livre (Serra de Ouro Branco), contornando-a, encontrando bastante ouro na região do Ribeirão do Carmo, surgindo assim a primeira vila mineira, Mariana, em 1696 e dezenas de arraiais ao longo desse trajeto. 
Outras bandeiras seguiram a bacia do Rio Paraopeba. Após a atual região da Passagem do Gagé, descendo os rios Soledade, Macaquinhos e Maranhão se tem as primeiras notícias de achados auríferos nas Congonhas do Campo, ainda no final do século XVII.
Entre 1707 a 1709 ocorreu o maior conflito gerado pela busca insaciável ao ouro, a Guerra dos Emboabas, que travou duelos e perseguições entre paulistas, forasteiros de outros estados (emboabas) e indígenas. Um dos marcos desse conflito são as ruínas da Cadeia, que serviu para aprisionar pessoas detidas durante o conflito. Ainda de pé no atual distrito do Alto Maranhão.
Em 1718 é concedida a sesmaria da criação do arraial do Redondo (Alto Maranhão), em referência aos irmãos portugueses José e João da Silva Redondo, famílias pioneiras que plantam suas raízes nesse distrito, através da devoção à Nossa Senhora Da Ajuda.
Já em 1734 é iniciado a construção da segunda ermida da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, criando oficialmente o arraial das Congonhas do Campo, pertencente a Vila Rica. O vão livre da nave desta igreja é considerado uma das maiores do pais. Sua portada em pedra sabão é atribuída à Aleijadinho, na sua primeira passagem por Congonhas. Seu interior com traços do barroco e rococó tem trabalhos atribuídos ao artista português Francisco Vieira Servas. Até então já existiam nas redondezas do arraial as capelas de Nossa Senhora Da Ajuda no arraial do Redondo, Santa Quitéria com data talhada de 1717 e a Nossa Senhora da Soledade em Lobo Leite.

O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos é um conjunto arquitetônico e paisagístico formado por uma igreja, um adro e seis capelas anexas, localizado no município brasileiro de Congonhas, estado de Minas Gerais.
A igreja é um importante exemplar da arquitetura colonial brasileira, com uma rica decoração interna em talha dourada e pinturas. O adro é ornado com doze estátuas de profetas em pedra-sabão e as capelas contêm grupos escultóricos em madeira policromada que representam passos da Paixão de Cristo, estátuas criadas pelo Aleijadinho e seus assistentes. Outros artistas de gabarito participaram nas obras de construção e decoração, entre eles Francisco de Lima Cerqueira, João Nepomuceno Correia e Castro e Mestre Ataíde. O conjunto foi construído em várias etapas entre 1757 e 1875.
Sua implantação cenográfica e monumental, seguindo o modelo dos "sacro montes" europeus, não tem paralelos no Brasil à sua altura, e as capelas e o adro abrigam a parte mais relevante do legado escultórico do Aleijadinho. O Santuário é também o centro de uma das mais populares devoções do país, recebendo milhares de peregrinos todos os anos e recolhendo enorme coleção de ex-votos. Tornou-se um ícone do barroco brasileiro e do estado de Minas Gerais, e uma grande atração turística.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 1980

11 - Raposos – Grande BH - Fundado em 1690

O município de Raposos, um dos primeiros povoados de Minas Gerais, foi fundado em 1690 por Pedro de Morais Raposo, bandeirante do território paulista que se estabeleceu na cidade. No início, recebeu o nome de Arraial das Velhas e, posteriormente, passou a se chamar Arraial dos Raposos.
A história da fundação do povoado dos Raposos teve seu início em princípios de 1690, quando a capitania de Minas gerais ainda não existia. Arthur de Sá Meneses, governador geral das Capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas, designou Pedro de Morais Rapôso para descobrir ouro e pedras preciosas nos sertões de Minas, região dos índios Cataguás.
Ele trouxe consigo muitos membros de sua família, que entraram pela região de Sabarabuçu e seguindo o caminho de Paes Leme, acompanhando o leito do Rio Guaicuy (atual Rio das Velhas), encontraram o local ideal para garimpar e faiscar ouro na confluência de um volumoso ribeirão (atual Ribeirão da Prata).
A terra era fértil e o ouro era encontrado em aluvião, então fundou-se o Arraial dos Rapôsos, eles começaram a semear os gêneros de subsistência, aos poucos foi-se colhendo milho, feijão, mandioca e cana de açúcar para produção de melado, rapadura, farinha de mandioca e cachaça.
Como era costume dos bandeirantes edificaram um templo, ergueu-se uma pequena ermida de pau-a-pique que foi consagrada como capela de Nossa Senhora da Conceição, no dia 08 de Dezembro de 1690. Esta pequena capela foi se transformando e recebendo todo o estilo da época, o Barroco, e em 1724 é criada a vigária colatícia por alvará de Dom João V e as primeiras paróquias de Minas, tornando-se assim a 1a. Matriz de Minas Gerais, adornada com peças de ouro vindas de Portugal, móveis de cedro, obras de arte e altares no estilo barroco.
Em 27 de Dezembro de 1948 o Arraial dos Rapôsos é elevado a categoria de município, denominado Raposos, desmembrando-se de Nova Lima em 1o. de Janeiro de 1949 quando assumiu a intendência do município o Dr. Afonso Penna Fernandes e em 1950 assumiu a 1a. Administração municipal a cargo do prefeito Lindouro Duarte Batista.
Igreja Matriz de N. Senhora da Conceição - 
A cidade de Raposos é dona da mais antiga Paróquia de Minas Gerais. Depois de fundado o seu povoado, em 1690, ergueu-se uma pequena Capela de pau-a-pique que servia para reunir os católicos. Enquanto o Arraial de desenvolvia os moradores iam aumentando a Capela. Com a ajuda da população foi transformada em Igreja, depois em Paróquia e por último em Matriz (1690 a 1724). Em estilo barroco e com obras de Aleijadinho, no fim do ciclo do ouro, a igreja foi abandonada e muitas de suas obras foram roubadas ou levadas para outras igrejas. Uma reforma feita em 1954 devolveu parte da beleza original da Matriz.

O mapa está disponível em: 1927_03_MG Município de Sabará .

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