quinta-feira, 3 de abril de 1980

1.3 - Villa Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará - Região Central – Fundada em 1711

A história de Sabará tem suas raízes nos primórdios da colonização do Brasil e está intimamente relacionada à lenda do sabarabuçu, região de limites. O sabarabuçu fervilhou na imaginação dos colonizadores, que buscavam no sertão “uma serra feita de prata e pedras preciosas”.
O sertanista paulista capitão Matias Cardoso de Albuquerque foi eleito, por Fernão Dias Paes, o lider da equipe de vanguarda da Bandeira das Esmeraldas. Seu objetivo era preparar o caminho, abrir picadas implantar roças e pouso.
Matias de Albuquerque encontrou um local favorável para a implantação de roças, com fonte de água, livre de perigo das enchentes e um ponto de travessia do rio a pé. Assim, Sabará passou a ser local de pousada para a travessia do sertão.
Em 1674, chegou à região a bandeira de Fernão Dias Paes, dando início ao que tornar-se-ia o mais importante arraial fundado pelo bandeirante paulista. 
 Formaram um arraial, elevado a freguesia em 1707, a vila em 1711 com o nome de Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará e por fim à cidade desde 1838. 
Sabará foi um dos primeiros povoamento de Minas Gerais. A elevação à Vila veio na mesma época de Vila Rica (Ouro Preto) e Vila do Carmo (Mariana). As primeiras expedições chegaram a Sabará por indicação dos índios que contaram aos bandeirantes paulistas sobre um local que povoava o imaginário coletivo da época, o Sabarabuçu, (hoje Serra da Piedade), cuja fama era de possuir, em abundância, ouro e outros metais preciosos.
A indicação correu a colônia e a movimentação de exploradores no Caminho de Sabaraçu, que ligava Sabará a Ouro Preto, deu origem ao Arraial da Barra do Sabará. Começando a prosperar, o arraial chamou a atenção de Portugal e foi elevado a Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, incorporando outros arraiais vizinhos.
Habitada por escravos, senhores de minas, barões, aventureiros, representantes da Coroa e indígenas no século 18, Sabará era o retrato da intensa corrida pelo ouro no Brasil. Por causa de tanta movimentação, Portugal ordenou que ali fosse instalada a Casa de Intendência e Fundição – local onde se pagava o Quinto, ou seja, 20% de tudo o que fosse encontrado nas minas, e onde o ouro era transformado em barras, nas quais se colocava o timbre da Coroa. A Vila se mostrava tão rentável para a extração aurífera que D. Pedro I a classificou como “fidelíssima”.
O resultado de tanta história encontra-se à disposição dos turistas. A cidade é formada por um conjuntos arquitetônicos e 19 bens culturais tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), quatro deles protegidos pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico - Iepha, e 23 obras tombadas pelo Município. Entre os templos mais destacados de Sabará estão a Matriz da Senhora da Conceição e a capela de influência oriental dedicada à Senhora do Ó. Na Igreja da Ordem Terceira do Carmo trabalharam o Mestre Aleijadinho e outros contemporâneos, como Francisco Vieira Servas. A Rua Direita, principal artéria da vila, conservou a arquitetura colonial de sobrados e casarões.
A ligação entre Belo Horizonte e Sabará vai muito além da proximidade geográfica. Além de contar parte do nascimento de Minas Gerais, Sabará contribuiu muito para a formação do então Curral del Rey. A linha de ferro que une as duas cidades foi criada com o intuito de fornecer alimentos e outros materiais que ainda eram escassos na recém-inaugurada capital.

O mapa está disponível em: 1927_03_MG Município de Sabará .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

quarta-feira, 2 de abril de 1980

1.2 - Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto - Região Central – Fundada em 1711

Antes da chegada dos colonizadores de origem europeia no século XVI, toda a região atualmente ocupada pelo estado de Minas Gerais era habitada por povos indígenas que falavam línguas do tronco linguístico macro-jê.
A origem de Ouro Preto está no arraial do Padre Faria, fundado pelo bandeirante Antônio Dias de Oliveira, pelo Padre João de Faria Fialho e pelo Coronel Tomás Lopes de Camargo e um irmão deste, por volta de 1698.
A elevação de Ouro Preto a vila se deu em 8 de julho de 1711, por meio da fusão de diversos arraiais, fundados por bandeirantes, tornando-se sede de concelho, com a designação de "Vila Rica", sendo o Governadores da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro na época: Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho.
Inicialmente o nome era Vila Rica de Albuquerque e depois Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto.
Em 1720 foi escolhida para capital da nova capitania de Minas Gerais. Em 1823, após a Independência do Brasil, Vila Rica recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por D. Pedro I do Brasil, tornando-se oficialmente capital da então província das Minas Gerais e passando a ser designada como Imperial Cidade de Ouro Preto. Em 1839 foi criada a Escola de Farmácia e em 1876 a Escola de Minas. Foi sede do movimento revolucionário conhecido como Inconfidência Mineira. Foi a capital da província e mais tarde do estado, até 1897. A antiga capital de Minas conservou grande parte de seus monumentos coloniais e em 1933 foi elevada a Patrimônio Nacional, sendo, cinco anos depois, tombada pela instituição que hoje é o IPHAN. Em 5 de setembro de 1980, na quarta sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, realizada em Paris, Ouro Preto foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade.
Nenhum outro município brasileiro acumulou tantos fatos históricos relevantes à construção da memória nacional como este vasto município. Destacam-se, como marcos importantes da história brasileira:
  • Última década do século XVII e princípio do XVIII - clímax das explorações paulistas, sendo descoberto o "ouro preto";
  • 1708 - Guerra dos Emboabas; os atritos entre paulistas e 'forasteiros' atinge o ponto alto no distrito de Cachoeira do Campo;
  • 1720 – Revolta liderada por Filipe dos Santos; motins contra o Quinto da Coroa Portuguesa;
  • 1789 - Inconfidência Mineira; confabulação entre determinados segmentos da sociedade mineradora de então para tornar Minas livre do jugo português. 
A  Igreja de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto, é uma das edificações católicas mais conhecidas entre as que foram erguidas durante o ciclo do ouro. A devoção de Nossa Senhora do Pilar foi trazida provavelmente de São Paulo, na bandeira de Bartolomeu Bueno, tendo a imagem sido entronizada na primitiva capelinha que antecedeu o templo. A presente Igreja foi construída em torno de uma capela erguida a partir nos primeiros anos do século XVIII, e ampliada em 1712 com recursos dos devotos, embora as intervenções principais tenham seguido até o final do século. Segundo consta nos registros, a construção foi incentivada pelo próprio governador.
A Paróquia do Pilar foi a mais rica e populosa em Vila Rica, já que reuniu o maior número de irmandades e, por isso, a Matriz recebeu mais ornamentos em preparação para uma "boa morte". As irmandades tinham lugares específicos dentro do templo, uma forma de representar e expressar a hierarquia social dos fiéis. O Livro de Compromissos relacionava a participação da Irmandade do Santíssimo Sacramento (1712), além da de Nossa Senhora do Pilar (1712), São Miguel e Almas (1712), Rosário dos Pretos (1715), Senhor dos Passos (1715), Sant'Anna e Nossa Senhora da Conceição.
Na sacristia está o Museu de Arte Sacra do Pilar, que reúne cerca de 8 mil peças dos séculos XVII ao XIX,[10] além de documentos e algumas das vestimentas usadas na celebração do Santíssimo Sacramento e Semana Santa.

O mapa está disponível em: 1927_02_MG Município de Ouro Preto  .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

terça-feira, 1 de abril de 1980

1.1 - Vila de Nossa Senhora do Carmo - Região Central – Fundada em 1711

 Primeira capital, primeira vila, sede do primeiro bispado e primeira cidade a ser projetada em Minas Gerais. A história de Mariana, que tem como cenário um período de descobertas, religiosidade, projeção artística e busca pelo ouro, é marcada também pelo pioneirismo de uma região que há três séculos guarda riquezas que nos remetem ao tempo do Brasil Colônia. 
Em 16 de julho de 1696, bandeirantes paulistas liderados por Salvador Fernandes Furtado de Mendonça encontraram ouro em um rio batizado de Ribeirão Nossa Senhora do Carmo. Às suas margens, nasceu o arraial de Nossa Senhora do Carmo, que logo assumiria uma função estratégica no jogo de poder determinado pelo ouro. O local se transformou em um dos principais fornecedores deste minério para Portugal e, pouco tempo depois, tornou-se a primeira vila criada na então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Lá foi estabelecida também a primeira capital. 
Em 1711 o arraial de Nossa Senhora do Carmo foi elevado à Vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo. 
Em 1745 o rei de Portugal, Dom João V, elevou a vila à categoria de cidade, nomeada como Mariana, uma homenagem à rainha Maria Ana D’Austria, sua esposa. Transformando-se no centro religioso do Estado, nesta mesma época a cidade passou a ser sede do primeiro bispado mineiro. Para isso, foi enviado, do Maranhão, o bispo D. Frei Manoel da Cruz. Sua trajetória, realizada por terra, durou um ano e dois meses e foi considerada um feito bastante representativo no Brasil Colônia. Um projeto urbanístico se fez necessário, sendo elaborado pelo engenheiro português militar José Fernandes Pinto de Alpoim. Ruas em linha reta e praças retangulares são características da primeira cidade planejada de Minas e uma das primeiras do Brasil.  
Mariana é conhecida como a primaz de Minas, por ter sido a primeira vila, cidade, bispado e capital de Minas Gerais. No século XVIII, foi uma das maiores cidades produtoras de ouro para o Império Português. Tornou-se a primeira capital mineira por participar de uma disputa onde a Vila que arrecadasse maior quantidade de ouro seria elevada a Cidade sendo a capital da então Capitania de Minas Gerais.

A origem da cidade remonta ao final do século XVII. A região em que hoje se encontra o território das Minas Gerais pertencia à Capitania de Itanhaém, porém encontrava-se completamente sem colonização de origem portuguesa. Assim, sob ordens dos donatários da capitania de Itanhaém, bandeirantes oriundos de Taubaté, primeira cidade do Vale do Paraíba, começaram a explorar o sertão após a Serra da Mantiqueira em busca do ouro. Ainda na segunda metade do século XVII, fundaram o primeiro núcleo colonial em território das futuras Minas Gerais, a considerada primeira vila mineira.

O governador, em cerimônia, escolheu o lugar da praça pública, tendo, no seu centro, o pelourinho, símbolo da autonomia administrativa recém-adquirida. Nos dias seguintes, os "homens bons" se reuniram para a eleição da Câmara e a nomeação de diferentes oficiais municipais. No caso do Carmo, foi escolhido o arraial que conhecia mais forte crescimento, o arraial de Cima. A descrição da cerimônia estipulava que não somente os habitantes do lugar, mas todos que doravante dependeriam da jurisdição do novo distrito, se encarregariam, segundo seus meios, da construção da igreja, da Câmara e da prisão.

Foi desta maneira que foi criada a primeira vila e, posteriormente, a primeira cidade em Minas Gerais. Estavam presentes, segundo o Termo escrito então, as pessoas e moradores principais, assinando o documento, escrito por Manuel Pegado.

A designação de Mariana veio mais tarde, em homenagem à rainha D. Maria Ana de Áustria, esposa do rei D. João V. Em 8 de abril de 1711, o governador do Rio de Janeiro Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho criou, no arraial do Ribeirão do Carmo, a Vila do Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo, confirmada por Carta Régia de 14 de abril de 1712 com o nome mudado para Vila Real de Nossa Senhora. Mudará de nome outra vez em 23 de abril de 1745 para Cidade Mariana, homenagem do rei dom João V de Portugal a dona Maria Ana de Áustria, sua esposa.

Capela de Santo Antônio - A Capela de Santo Antônio é, possivelmente, a capela mais antiga de Minas Gerais. Localizada em Mariana, às margens do Ribeirão do Carmo, no local onde está construída ocorreu a primeira missa de Minas Gerais, em 1696, como marco do manifesto do ouro em Mariana. A sua construção remonta do século XVII, às margens do Ribeirão do Carmo. Com construção iniciada em 1701 por Salvador Fernandes Furtado, ela foi inicialmente erigida em devoção à Nossa Senhora do Carmo, naquela época sob os domínios do Arcebispado da Bahia. Em 1762, teve os retábulos, púlpitos, arco cruzeiro e porta principal vendidos à Ordem Terceira de São Francisco e, em 1768, foi cedida à Irmandade do Rosário, depois de ser erguida a nova matriz, dedicada à Nossa Senhora da Conceição. A capela permaneceu como local de culto da irmandade do Rosário até 1760, quando se deu a construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, com a união entre as irmandades do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia. Por isso também é conhecida como Capela do Rosário Velho.

A Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Depois de se alojar na primitiva Capela de Nossa Senhora do Carmo (atual Capela Santo Antônio) e na Capela São Gonçalo (hoje inexistente), a Ordem Terceira do Carmo obteve permissão por carta régia, datada de 1784, para erguer seu templo definitivo. As obras iniciaram em 1784, tendo como encarregado o mestre pedreiro português Domingos Moreira de Oliveira, cujos sucessores terminaram o templo em 1835.

Mariana fica a 110 km de Belo Horizonte, faz divisa com os municípios de Alvinópolis, Catas Altas, Ouro Preto, Acaiaca, Diogo de Vasconcelos, Piranga, Santa Bárbara.

O mapa está disponível em: 1927_10_MG Município de Mariana  .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

segunda-feira, 31 de março de 1980

Capitania de São Paulo e Minas de Ouro - 1709 a1720

 A Capitania de São Paulo e Minas de Ouro foi uma das subdivisões administrativas do território da América Portuguesa, criada em 1709 por meio da compra, por parte da Coroa portuguesa, após a Guerra dos Emboabas, da Capitania de São Vicente e da Capitania de Paranaguá. Foi governada, durante os seus pouco mais de dez anos de existência, por um governador-geral apontado pela metrópole.

Guerra dos Emboabas - Após a descoberta de ouro no interior do continente sul-americano por exploradores advindos da capitania de São Vicente, começou um período de intensa migração de colonos vindos da metrópole portuguesa e de outras regiões da América portuguesa em direção às minas recém descobertas. Esses colonos - chamados de Emboabas pelos vicentinos, termo da língua geral paulista que significa "forasteiro" - entraram em conflito com os descobridores dos veios auríferos, dando início a um conflito armado que ficou conhecido como "guerra dos Emboabas", e que acabou sendo vencido pela Coroa, que conseguiu fazer valer a sua autoridade na região.
Em 3 de novembro de 1709, como consequência disso, e visando fortalecer o poder régio sobre as minas, as capitania de São Vicente, e a capitania de Paranaguá foram compradas pela Coroa, fundidas e transformadas na Capitania Real de São Paulo e Minas do Ouro.

A capitania, no tempo da sua dissolução, 1720, contava com os seguintes núcleos populacionais, aqui organizados de acordo com a sua respectiva comarca e data de fundação:

Comarca de Vila Rica
  1. Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo - Mariana (1711)
  2. Vila Rica - Ouro Preto (1711)
Comarca de Rio das Mortes
  1. São João del Rei (1713)
Comarca de Rio das Velhas
  1. Nossa Senhora da Conceição do Sabará (1711)
  2. Vila do Príncipe - Serro (1714)
  3. Vila Nova da Rainha do Caeté (1714)
  4. Piedade do Pitangui (1715)
Comarca de São Paulo
  1. São Vicente (1532)
  2. Santos (1546)
  3. São Paulo dos Campos de Piratininga (1553)
  4. Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém (1561)
  5. Nossa Senhora das Neves de Iguape (1577)
  6. São João Batista de Cananéia (1600)
  7. Santana de Mojimirim - Mogi das Cruzes (1611)
  8. Santana de Parnaíba (1625)
  9. São Sebastião (1636)
  10. Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba (1637)
  11. São Francisco das Chagas de Taubaté (1645)
  12. Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá (1649)
  13. Santo Antônio de Guaratinguetá (1651)
  14. Nossa Senhora da Conceição do Rio Paraíba - Jacareí (1653)
  15. Nossa Senhora do Desterro do Campo Alegre de Jundiaí (1655)
  16. Nossa Senhora de Candelária do Outu Guaçu - Itu (1657)
  17. Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba (1661)
  18. Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba (1693)
  19. Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pindamonhangaba (1705)

Lista de Governadores da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro
Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho - 1709
D. Braz Baltazar da Silveira - 1713
D. Pedro de Almeida - 1717


Como consequência da Revolta de Vila Rica (1720), além do adiamento da instalação da Casa de Fundição, materializou-se a autonomia administrativa das Minas, uma vez que, em 12 de setembro desse ano, D. João V desmembrou-a, instituindo a capitania de Minas Gerais e a capitania de São Paulo.
Na capitania de Minas Gerais foi então criada mais uma comarca: 
    Comarca de Serro do Frio: com sede na Vila do Príncipe (1720).

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segunda-feira, 3 de março de 1980

32 - Congonhas do Norte - Região Norte – Fundada em 1711

A região passou a ser ocupada entre 1711 e 1715, por um grupo formado por bandeirantes liderado por Fernão Dias Paes Leme, que tinha a finalidade de auxiliar Borba Gato. Em uma serra com abundância do arbusto medicinal congonhas, próxima de um local conhecido como Serra da Lapa, foi encontrado ouro. Por isso, o primeiro topônimo foi chamado de Congonhas de Cima da Serra da Lapa.
Sabe-se que existiu no antigo arraial uma primeira capela, e devido ao seu estado precário, motivou, em 1722, o visitante padre Antônio da Silva Prado a alertar os moradores para reedificar este templo ou construir um novo.
Algumas histórias populares contam, não existindo registro documental, apesar do Livro de Tombo da Paróquia constatar que irmãs José Velho Barreto do Rego, que Dom Pedro teve duas filhas bastardas, Maria e Eufêmia. Ele doou para elas uma sesmaria de terras na região chamada Lagoa, nas imediações do então arraial.
Um escravo de Maria e Eufêmia, chamado Lucas, encontrou nas terras da sesmaria um veeiro de ouro. Diz-se que a Igreja Matriz de Santana foi construída por elas, ornada com pinturas parietais e tetos pintados e uma rica talha barroca executada entre 1722 e 1748, atualmente possui tombamento estadual.
Em 1821, a então Capela de Santana das Congonhas incluía-se entre as filiais da matriz de Conceição do Mato Dentro, tendo como capelão o padre Vicente Pinheiro Dornelas
Em 04 de julho de 1857, o então povoado de Congonhas do Norte foi elevado a distrito, desmembrando-se do Distrito de São Francisco de Assis de Paraúnas, e passou a fazer parte do município de Conceição do Mato Dentro, pela Lei nº. 818.
Com o crescimento do distrito, surgiu uma vontade popular de emancipação e em 30 de dezembro de 1962, pela Lei nº 2764, sancionada pelo Governador da época, José de Magalhães Pinto, Congonhas do Norte tornou-se município e cidade. O movimento de emancipação da cidade foi liderado pelo Sr. Ulisses Pereira de Moraes e o Sr. José Domingos.
Maior festa religiosa da cidade é a Festa de Santana, padroeira da cidade, Nossa Senhora de Santana, comemorada no dia 26 de julho e dura três dias. Acontece desfile de carro de bois, que conduzem a planta canela d’ema para as fogueiras que iluminam o levantamento do mastro. Vários são os espetáculos durante esta festividade como fogos de artifício, apresentação da banda de música “Lira Santana”. .
A Igreja Matriz de Santana é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG, de acordo com o Decreto Estadual nº 24.325, de 22 de março de 1985.

O mapa está disponível em: 1927_14_MG Município de Conceição .

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domingo, 2 de março de 1980

31 - Lagoa Dourada - Campo das Vertentes – Fundada em 1711

O povoamento local começou quando a bandeira comandada por Oliveira Leitão descobriu ouro nas águas de uma pequena lagoa. Ao encontrarem ouro de aluvião na lagoa, os primeiros mineradores a chamaram de "Alagoa Dourada". Então, nasceu o povoado e as casas foram subindo a colina. Por volta de 1717, a região já estava bem povoada e o arraial foi se formando com a chegada de novos "oureiros". 
Em 1734, Dom Frei Antônio de Guadalupe ergue, então, uma capela dedicada a Santo Antônio. Em 1750, o arraial é elevado a "Distrito da Paz". O coronel Antônio de Oliveira Leitão às suas custas, construiu um caminho novo que ligava São João del rei a Ouro Preto, passando pela então Alagoa Dourada, onde morava desde 1713. 
Demolida a antiga capela, construída em 1734, iniciou-se a construção da Matriz em 13 de julho de 1850. Muitos anos paralisada a construção foi reiniciada em 20 de junho de 1899, tendo sido contratado o empreiteiro Augusto Buzatti, italiano e que mudou-se para cidade. 
Em 1832, o nome original de Alagoa Dourada é alterado para Lagoa Dourada, uma referência à lagoa ali existente, muito rica em ouro. A antiga capela do Senhor do Bom Jesus foi destruída, em 1905, por vandalismo. A nova igreja, mal construída começou a ruir e novamente foi fechada. Só em 30 de maio de 1911 foi iniciada uma nova construção, feita também pelo empreiteiro Augusto Buzatti.
Após o esgotamento das jazidas auríferas, o arraial buscou alternativa na agricultura, principalmente, no milho e na produção do leite. Em 1892, o distrito passou a pertencer a Prados, e em 1911, foi finalmente emancipado.
Bem no centro de Lagoa Dourada, abaixo da histórica igreja do Bom Jesus e da Matriz de Santo Antônio está  a Praça das Vertentes
A Praça das Vertentes foi idealizada para marcar uma particularidade da cidade e também um fenômeno único do Brasil: o divisor de águas de duas grandes bacias, dos rios São Francisco e Paraná, dentro de um perímetro urbano. Localiza-se no ponto da rua onde acontece essa divisão das águas. Assim, as águas que correm para o lado esquerdo da praça seguem para o Rio Paraopeba, que é afluente do Rio São Francisco e deságuam no nordeste do Brasil, na cidade de Piaçabuçu, localizada na divisa de Sergipe com Alagoas. Já as águas que correm para o lado direito seguem outro caminho: vão para o Rio Carandaí, que deságua no Rio das Mortes, em seguida no Rio Grande e depois no Rio Paraná e por fim vão ao encontro do oceano Atlântico, na Bacia do Prata, na divisa do Uruguai com a Argentina.

O mapa está disponível em: 1927_02_MG Município de Lagoa Dourada .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

sexta-feira, 29 de fevereiro de 1980

30 – Nossa Senhora da Piedade da Boa Esperança (Rio Espera) - Zona da Mata – Fundada em 1710

A região, foi, primitivamente, habitada pelos índios Croatas e Puris, de origem Tupi. Em 1710, o bandeirante Manoel de Melo, depois de passar pelo arraial de Itaverava, atravessou a barco a antiga região de Guarapiranga, e chegou a um local que achou apropriado para servir como ponto de espera de seus chefiados, exploradores paulistas que foram divididos em três grupos e partiram em rumos diferentes.
Depois retorno do grupo, Manoel de Melo, encantado com a beleza do local marcado para espera dos seus liderados, e percebendo que o mesmo centralizava todo um potencial de expansão de exploração, foi a Itaverava, a fim de comprar provimentos e em 1711, retorna, lançando nele os fundamentos de uma fazenda, onde começou suas explorações e pesquisas. Encontrou algum ouro de aluvião, mas não tendo a sua extração dado lucros, passou a se dedicar à agricultura, cultivando cereais como arroz, milho, feijão e produtos de pequena lavoura, como verduras e legumes, tudo feito com muita dificuldade, pois a atividade era exercida por processo muito rudimentar.
Para tanto, foram trazidos para a região escravos africanos, já encontrados no seu primeiro meio século de existência, eram numerosos e contribuíram muito para o progresso que, pouco a pouco, se notou no povoado. 
Os habitantes, animados com o desenvolvimento, requereram ao Bispo de Mariana permissão para ser erigida uma capela em honra a Nossa Senhora da Piedade. Em 1760, foi demarcado o lugar para a construção da capela, tendo esta sido concluída depois de 5 anos. A primeira missa foi celebrada em dia 25 de dezembro de 1765, pelo padre Manuel Ribeiro Taborda, primeiro vigário de Itaverava.
Em volta da Capela, onde é a atual Praça da Piedade, ponto central do antigo povoado, nasceu o distrito de Piranga, que, primeiro, chamou-se de Nossa Senhora da Piedade da Boa Esperança e, criado pela Lei Provincial nº 471, de 1 de junho de 1850 ou 1858, confirmada pela Lei estadual de nº 2, de 14 de setembro de 1891. A cidade que hoje tem o nome de Rio Espera foi criada pela Lei estadual nº 556, de 30 de agosto de 1911, criou o município, com desligamento territorial da cidade de Piranga.

O mapa está disponível em: 1927_16_MG Município de Rio Espera.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

quinta-feira, 28 de fevereiro de 1980

29 – Lamim - Zona da Mata – Fundada em 1710

Os primeiros habitantes da região hoje compreendida como Lamim eram os indigenas puris. A colonização da região iniciou-se em 1710, quando os açorianos Francisco de Souza Rego, Pedro José Rosa e José Pires Lamim, provenientes de Itaverava, fundaram o povoado.
As margens do ribeirão Lamim se erigiu um arraial. Conta-se que Francisco de Souza Rego teria balançado uma bandeira do divino espirito santo, assim que fixou bases no local.
O lugar tomou o nome de um dos seus fundadores, José Pires Lamim, que faleceu aos 25 anos de idade, cuja primitiva capela, homenageando o Divino Espirito Santo, foi erigida sobre sua sepultura, com provisão de 04 de julho de 1760 dada por D. Frei Manoel da Cruz, para, assim, perpetuar sua memória.
Os proprietários da fazenda do Lamim, Francisco de Souza Rego e sua mulher, Ana Maria da Assunção, erigiram outra capela dedicada ao Espírito Santo, em virtude de ter-se arruinado a primeira. A provisão para esta segunda capela data de 06 de junho de 1769. Em 12 de setembro de 1781 foi benta a capela.
O povoado foi elevado a distrito em 1768, fazendo parte, até 1790, ao termo de São José del Rei. Posteriormente a 1790 o distrito se vinculou ao termo de Queluz. Em ambos os casos era submetida a comarca do rio das Mortes. Em 1831, todo o termo da vila de Queluz passou a pertencer a comarca de Ouro Preto. Em 1872 foi criada a comarca de Queluz.
Lamim permaneceu como parte do Queluz até 1938, quando passou a ser um distrito do recém criado município de Rio Espera. A cidade conseguiu a sua emancipação política apenas em 1962, pela lei estadual 2.764.
Foi descoberto ouro nas terras da fazenda, o que atraiu uma grande população para explorar o mineral. Mesmo com esse pequeno surto minerador, a região foi fundamentalmente agrária. Sua economia se baseia, até os dias atuais, na agricultura de subsistência e na pequena pecuária leiteira.

O mapa está disponível em: 1927_10_MG Município de Queluz

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

quarta-feira, 27 de fevereiro de 1980

28 – Nossa Senhora da Conceição de Campo Alegre dos Carijós (Conselheiro Lafaiete) – Região Central – Fundada em 1709

O desenvolvimento de Conselheiro Lafaiete foi diretamente afetado pela abertura do Caminho Novo, sendo atravessado de norte a sul pela rota que escoava o ouro para os portos.
Em 1709, mesmo ano da construção do Caminho Novo, foi instituída a freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós. A agricultura se desenvolveu e em meados do século XVIII a proporção de agricultores em relação a mineradores era bem maior que na maioria das outras localidades da região aurífera de Minas Gerais. 
Também em 1709, o padre Gaspar Ribeiro Fonseca, enviado pelo bispo do Rio de Janeiro Dom Frei Francisco de São Jerônimo, criou a paróquia de Nossa Senhora da Conceição, pertencente à Diocese do Rio de Janeiro, passando a aldeia a chamar-se Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Campo Alegre dos Carijós.
Mandou-se trazer, da cidade de Porto, em Portugal, uma nova imagem da padroeira, em madeira, belíssima em sua concepção artística, que até os dias de hoje é venerada na cidade. O culto à Virgem reunia a população constituída de nobres - alguns descendentes de D. Afonso Henrique, fundador de Portugal - , do povo, ficando, do lado de fora da igreja, os escravos.
O aumento dos “fogos”, como se denominavam as moradias, e o crescimento rápido da população, levaram a Irmandade do Santíssimo Sacramento a construir, a partir de 1732, nova Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em imponente estilo barroco, à base de taipa e madeira, no local onde se encontra até hoje, a qual recebeu posteriormente uma sapata de pedras ao seu redor.
Em 1752 iniciou-se a construção da Igreja de Santo Antônio e, em 1764, da Igreja de Nossa Senhora do Carmo.
Quando o ouro diminuiu e a cobrança dos quintos sobrecarregou a população, houve um grande clima de descontentamento, sendo forte, em Carijós o movimento da Inconfidência, sendo filhos da terra o Pe. José Rodrigues da Costa e o Pe. Fajardo.
Foi elevado a Vila Real de Queluz, em 19 de setembro de 1790, desmembrado da Vila de São José del Rei, hoje Tiradentes. 
Pela Lei Provincial nº. 1.276, de 1866, foi elevada à categoria de cidade e em 1872 foi criada a Comarca de Queluz. 
O nome Conselheiro Lafaiete passou a vigorar a partir de 27 de marco de 1934, pelo Decreto Estadual n.° 11.274, em homenagem ao Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira, quando se comemoravam o centenário de seu nascimento.

O mapa está disponível em: 1927_10_MG Município de Queluz

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

terça-feira, 26 de fevereiro de 1980

27 – Itabira do Campo (Itabirito) - Região Central – Fundada em 1709

Foi no século XVIII, em 1709, que o Capitão-Mor Francisco Homem Del Rey e de Luiz de Figueiredo chegaram à região do Pico de Itaubyra (atual Pico de Itabirito), em 1709, deu início aos primeiros núcleos fixos de habitantes e à intensificação da extração do ouro na atual sede de Itabirito.
Na parte alta dessa localidade, foi construída, em 1721 a Ermida de Nossa Senhora da Boa Viagem.  Posteriormente, a construção se  tornaria a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, que ainda preserva o estilo colonial.
A economia de Itabira do Campo (nome antigo de Itabirito), apesar da crise provocada pela diminuição do ouro em Minas Gerais a partir de 1780, continuou sendo alimentada pelos trabalhos de extrações auríferas e pelas atividades agrícolas e pecuárias.
A partir de 1752, já na condição de Distrito Colonial de Vila Rica, recebeu o nome de Itabira do Campo, que o identificou até o ano de 1923, quando emancipou-se politicamente em 7 de setembro, com o nome de Itabirito, originário do Tupi, que significa "pedra que risca vermelho", nome este que denomina um minério de ferro abundante na região.
Durante o século XIX, houve um alto fluxo de imigração para Itabirito, causados tanto pela exploração aurífera quanto pela construção da Estrada de Ferro.

Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem
- Datada do século XVIII, a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem fica no coração do centro histórico de Itabirito. Atribui-se a construção da Igreja ao período entre 1710 a 1720. Seu interior um tanto sombrio, convida a alma à elevação, ao colóquio com Deus, à prece, à meditação. Há um conjunto de três altares principais: o Altar Mor da Padroeira, Nossa Senhora da Boa Viagem e os de Nossa Senhora do Carmo e São Miguel Arcanjo; suas molduras bem talhadas relembram uma infinidade de arabescos, há ainda colunas espirais salomônicas, douradas. As suas torres nos relembram castelos medievais com seu estilo sírio. Há verdadeira harmonia na combinação das cores das suas pinturas. No forro teto do presbitério aparecem grandes quadros representando a Ave Maria, gênero este de pintura único no Estado.

O mapa está disponível em: 1927_02_MG Município de Ouro Preto  .

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 1980

26 – Antônio Dias (Vale do Aço) – Fundada em 1706

A área onde está situado o atual município de Antônio Dias foi explorada pela primeira vez no começo do século XVIII por bandeirantes. Antônio Dias de Oliveira foi o responsável pela fundação de um núcleo bandeirante no local, em 1º de junho de 1706, cuja data é considerada o dia da fundação da cidade.
O povoado de Antônio Dias Abaixo, tornou-se mais tarde grande centro de mineração, passando a funcionar como ponto de apoio e reabastecimento dos garimpeiros. Antônio Dias de Oliveira, logo que chegou nestas terras, mandou construir uma Capela na localidade de Arraial Velho, onde residiu por muitos anos. 
A Capela construída foi dedicada ao santo protetor dos negros escravos, São Benedito, certamente pelo fato do bandeirante Antônio Dias de Oliveira ser natural de Taubaté e São Benedito ser padroeiro daquela localidade e o santo de devoção daquele povo, principalmente dos escravos. Aquela Igreja construída pelo bandeirante e sua gente, mais tarde caiu e foi reerguida. Com a criação da Confraria das Irmandades, a Igreja passou a chamar-se “Igreja de Nossa Senhora do Rosário”, nome que permanece até hoje. 
Tempo depois, o povoado foi transferido para alguns quilômetros abaixo, onde se instalou a sede. Antônio Dias de Oliveira construiu no local, a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré. A capela construída naquela época se compunha apenas da parte onde está o altar-mor, as tribunas e corredores laterais, a sacristia e o teto com a pintura artística. Anos mais tarde a Capela foi ampliada pelo Coronel Fabriciano Felisberto de Brito, que faleceu antes de terminar a obra. 
A ampliação e a reforma da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré foi terminada pelos filhos do Coronel Fabriciano. O bandeirante Antônio Dias de Oliveira faleceu aos 90 anos de idade e atendendo a um pedido seu, foi sepultado na porta da Capela que ele construíra.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré passou por várias reformas em diversas épocas. Cada pároco fazia alguma coisa que era mais necessária em cada época.
Em 14 de julho de 1832, foi criada a freguesia de Nossa Senhora de Nazaré de Antônio Dias Abaixo, através de resolução do Conselho Provincial, ocasião a qual estimava-se a presença de cerca de 2 030 habitantes. 
Assim, o povoamento foi elevado à categoria de distrito de Itabira, sendo desmembrado em 30 de agosto de 1911, pela lei estadual nº 556, sob a condição de vila, instalando-se em 1º de junho de 1912 com o nome de Antônio Dias Abaixo. A lei estadual nº 716, de 16 de setembro de 1918, alterou sua denominação para simplesmente Antônio Dias, a qual permanece, sendo estabelecida a condição de cidade pela lei estadual nº 893, de 10 de setembro de 1925. Pela lei estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923, foram criados os distritos de Hematita e Melo Viana.

O mapa está disponível em: 1927_15_MG Município de Antônio Dias.

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domingo, 24 de fevereiro de 1980

25 – Aiuruoca - Sul de Minas – Fundada em 1706

A fundação de Aiuruoca ocorreu em 1706 por João de Siqueira Afonso, taubateano, descobridor das Minas de Aiuruoca e fundador do arraial do mesmo nome, atraindo exploradores portugueses e paulistas. 
Logo fundado o arraial, recebeu em 1708, a patente de capitão-mor e superintendente das Minas de Aiuruoca e Ibitipoca o capitão Melchior Felix de reconhecida nobreza das principais famílias de Taubaté, sendo neto do fundador da mesma, e morador no distrito de Aiuruoca onde possuía roças e escravos.
Em 1711, Manoel Garcia de Oliveira improvisou uma Cavalaria na Aiuruoca e saiu em socorro da cidade do Rio de Janeiro, a qual sofria uma invasão comandada por franceses. Esta Cavalaria foi provida em 8 de janeiro de 1715, tendo como capitão-mor Salvador Freire da Silva. Posteriormente, em 1723, Manoel Garcia foi nomeado o seu capitão-mor. Foi este capitão-mor da Aiuruoca quem informou ao governador Martinho Proença, em 16 de junho de 1737, sobre os descobertos de ouro na Campanha do Rio verde, segundo as informações de José de Barros.
Elevou-se a paróquia em novembro de 1717, tendo, como seu primeiro vigário, o padre Manuel Rebelo (1718-1725). As extensões territoriais da Freguesia da Aiuruoca eram enormes, de cuja divisão posteriormente, foram criadas várias outras paróquias e capelas.
Por Alvará Régio de 16 de fevereiro de 1724 foi criado o Distrito Judiciário de Aiuruoca, subordinado à Comarca do Rio das Mortes.
A Freguesia de Aiuruoca passou à categoria de Vila em 14 de agosto de 1834. E por mais de 150 anos foi Comarca Eclesiástica, as vezes com os poderes: religioso, civil e criminal. Quando o ouro se esgotou, os moradores se dedicaram à criação de gado leiteiro e à agricultura. Tendo como pano de fundo a Serra dos Papagaios, onde se encontra a Estação Ecológica Serra dos Papagaios, é um município privilegiado pela beleza natural e sua história.
A primeira capela foi construída só aparece nos registros oficiais em 1711. Ela durou até 1740, quando ruiu e assim foi construída a segunda matriz. A igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, é a terceira edificação, de 1902. Mas a atual abriga todos os objetos e características da primeira igreja da cidade.
A Igreja Matriz de Aiuruoca é considerada mais antiga do que a maior parte das cidades do Sul de Minas e até mesmo do que a diocese em Campanha (MG), à qual ela pertence. Em frente à praça da cidade, a paróquia tem uma fachada em três planos e a torre da porta principal, com madeira pintada, lembra épocas diferentes em que sofreu restauração.

O mapa está disponível em: 1927_15_MG Município de Aiuruoca .

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sábado, 23 de fevereiro de 1980

24 – Conceição do Mato Dentro - Região Central Norte – Fundada em 1706

 Em 1704, Gahriel Ponce de Lion, Gaspar Soares e Manuel Corrêa de Paiva, todos de Piratininga, chefiaram a bandeira que descobriu ouro no rio Santo Antônio. Depois de inúmeras lutas contra os indígenas, retiraram-se para a vertente da serra, onde, entre os penhascos da Ferrugem e os espigões do Campo Grande e Cotocori, localizaram as mais ricas lavras auríferas de toda a região nordeste da Capitania.
Desde o alto do Vintém até as planícies da Bandeirinha o ouro brotava em profusão daquelas terras. Nas areias do minúsculo Cuiabá, Gabriel Ponce de Lion encontrou, de uma só bateada, cerca de 20 oitavas de ouro. Em pouco tempo o local estava coberto de cabanas. Por iniciativa daquele bandeirante, iniciou-se a construção de uma capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Outros aventureiros, ouvindo dos viajantes o relato das riquezas do Santo Antônio, invadiram a região, que passou a ser um novo Eldorado.
Divididas as lavras entre os descobridores, desenvolvem-se a mineração, a lavoura e a criação, surgem as primeiras casas grandes e os primeiros engenhos. A imigração era ininterrupta e índios e negros eram adquiridos com ouro em pó. Em 1706, o padre Manoel de Abreu, fazendo uma coleta entre os ricos possuidores de sesmarias na região, conseguiu cerca de 200 oitavas de ouro para erigir uma igreja em louvor da padroeira dos povoadores. Em 1713, parte do templo, isto é, a sacristia e o altar-mor, já estavam concluídos.
A igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi erguida nos primeiros anos do século XVIII, por iniciativa do sertanista Gabriel Ponce de Leon. Foi ele que mandou vir de Itu, São Paulo, em 1703, a imagem da padroeira. Em 1722 a capela-mor já se encontrava concluída e, em 1772, foi concedido auxílio real para dar procedimento às obras que foram concluídas no dia 06 de novembro de 1802, quando a igreja recebeu a benção inaugural.

Pela Carta Régia de 16 de fevereiro de 1724, foi a povoação elevada a freguesia com o nome de Conceição do Mato Dentro, verificando-se, posteriormente, por Alvará de 16 de janeiro de 1750, a criação do Distrito. Em virtude da Lei provincial n.° 171, de 23 de março de 1840, foi criado o município de Conceição em terras desmembradas do Município de Serro, dando-se-lhe por sede Conceição do Serro, antiga Conceição do Mato Dentro. A 12 de março de 1842, deu-se a instalação do Município, cuja sede foi elevada a cidade pela Lei provincial n.° 553, de 10 de outubro de 1851.
Na divisão judiciário-administrativa do Estado, fixada pelo Decreto-lei estadual n.° 1 058, de 31 de dezembro de 1943, a comarca, o termo e o Município tiveram seu topônimo alterado para Conceição do Mato Dentro.

O mapa está disponível em: 1927_14_MG Município de Conceição .

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 1980

23 - São João Batista do Morro Grande (Barão de Cocais) - Região Central – Fundada em 1704

Conhecida nacionalmente como Portal do Caraça, foi fundada no início do século XVIII, por bandeirantes portugueses e paulistas que descobriram o lugar depois de descer o rio São João, a partir do povoado Socorro. O primeiro nome de São João do Morro Grande foi porque o arraial nasceu ao sopé de um extenso morro e por isso ficou conhecido como Morro Grande.
Os bandeirantes decidiram se fixar no lugar porque encontraram Boa Pinta, ou seja, descobriram novas minas de ouro. A notícia do metal amarelo abundante atraiu novos elementos, casas foram edificadas ao longo das voltas do rio, surgindo assim o bairro dos macacos, núcleo principal de Morro Grande.
Em 1764, teve início a construção da atual Igreja Matriz São João Batista do Morro Grande, primeiro projeto arquitetônico de Aleijadinho, que esculpiu a imagem de São João Batista na porta de entrada e projetou o conjunto da tarja do arco-cruzeiro no interior da igreja. Foram gastos 21 anos para a conclusão da Matriz, que foi inaugurada em 1785.
O alvará régio de 1752 e a Lei nº 2 de 14 de setembro de 1891, criou o distrito com a denominação de São João do Morro Grande. 
Em 1938, o nome do distrito foi reduzido para Morro Grande. Através do decreto lei estadual nº 1058 de 31 de dezembro de 1943, é emancipado o distrito de Morro Grande, que se separa de Santa Bárbara, passando a chamar-se Barão de Cocais, em homenagem ao Barão José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, que nasceu e viveu na antiga Vila Colonial de Cocais, atual distrito de Barão de Cocais.

Santuário de São João Batista
- Primeiro projeto arquitetônico de Aleijadinho. Construção iniciada em 1764 e concluída em 1785. É considerada projeto de Aleijadinho, pelo desenho do frontispício, pelo arco cruzeiro, pela ousadia de dispor as torres diagonalmente em relação ao corpo de igreja. Aleijadinho esculpiu ainda a imagem de São João Batista em pedra sabão e projetou a tarja do arco cruzeiro no interior da Matriz. A Matriz possui altares folheados a ouro e a pintura do teto é atribuída ao mestre Ataíde.
Trata‐se da primeira igreja mineira a quebrar a rigidez da cornija, que se alteia formando um semi‐círculo acima do óculo‐relógio; outro detalhe "revolucionário" é a colocação das torres redondas, formando ângulo de 45° em relação à fachada. Por outro lado, a portada conserva elementos barrocos, no estilo D. João V; o oratório abriga uma bela imagem de São João, que é provavelmente a mais antiga das esculturas de pedra-sabão feitas por António Francisco Lisboa. Internamente, os altares e retábulos revelam épocas diferentes, os mais antigos apresentando maior qualidade de execução. Apesar da louvação realizada pelo mesmo Aleijadinho em 1785, as obras no coro e na capela‐mor prolongaram‐se até 1798.

O mapa está disponível em: 1927_13_MG Município de Santa Bárbara .

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22 - Arraial Novo do Rio das Mortes - Região Central – Fundada em 1704

 A cidade de São João del Rei originou-se do antigo Arraial Novo do Rio das Mortes. A ocupação do arraial remonta a 1704, quando um paulista chamado Lourenço Costa descobre ouro no ribeirão de São Francisco Xavier.
A descoberta fez com que as fossem distribuídas a várias pessoas que começam a explorar as margens do ribeirão. Algum tempo depois, o português Manoel José de Barcelos encontrou mais ouro na encosta sul da Serra do Lenheiro, num local chamado Tijuco. Naquele local estabeleceu-se o primeiro núcleo de povoamento que daria origem ao Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar, mais tarde Arraial Novo do Rio das Mortes.
Já bastante próspera, em 1713 a localidade é elevada a vila e recebe o nome de São João del-Rei em homenagem a Dom João V, rei de Portugal. No ano seguinte, é nomeada sede da Comarca do Rio das Mortes. Desde os tempos de sua formação, desenvolve-se aí uma vasta produção mercantil e de gêneros alimentícios, resultantes tanto da atividade agrícola, quanto da pecuária. Essa faceta vai possibilitar o contínuo crescimento da localidade, que não sofre grandes perdas com o declínio da atividade aurífera, verificado em toda a Capitania das Minas Gerais a partir de 1750.
Nessa época a crise do sistema colonial agrava-se. A exploração do ouro entra em franca decadência, e a Coroa Portuguesa continua a exigir pesados impostos da população. Essa situação conflitante faz crescer o nível de consciência de setores intermediários da sociedade, levando padres, militares, estudantes, intelectuais e funcionários das principais vilas mineiras, como São João del-Rei, Tiradentes e Vila Rica, a conspirar contra a metrópole.
Em poucos anos, o movimento conhecido como Inconfidência Mineira toma corpo e ganha adeptos em cada arraial e vila da Capitania das Minas Gerais. Grandes planos são traçados tendo em vista a produção de bens de consumo aliada à liberdade comercial, o que descartaria a política monopolizadora da metrópole. A Vila de São João del-Rei é escolhida para abrigar a nova capital. Porém, em 1789 o movimento é frustrado pela denúncia do coronel Joaquim Silvério dos Reis, devedor de somas altíssimas à Fazenda Real.
Graças à vocação comercial de São João del-Rei, a sua feição colonial não é a mesma das demais vilas mineradoras da época. Já em princípios do século XIX, ela se mostra amadurecida comercialmente: lojas instaladas em elegantes casarões oferecem todo tipo de mercadoria, desde as produzidas na comarca até as importadas. O movimento de passantes, caixeiros-viajantes, mulheres e crianças circulando pelas ruas confere-lhe um aspecto alegre e colorido. Também é precoce o surgimento da imprensa, assinalado pela fundação, em 1827, do 'Astro de Minas', o segundo jornal de Minas Gerais na época.
Em 1838 a progressista Vila de São João del-Rei torna-se cidade. Nessa época, possuía cerca de 1.600 casas, distribuídas em 24 ruas e 10 praças. Ainda no século XIX, contava com casa bancária, hospital, biblioteca, teatro, cemitério público construído fora do núcleo urbano, além de serviços de correio e iluminação pública a querosene.
Desenvolve-se, ainda mais, com a inauguração em 1881 da primeira seção da Estrada de Ferro Oeste-Minas, que liga as cidades da região a outros importantes ramais da Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1893 a instalação da Companhia Industrial São Joanense de Fiação e Tecelagem traz novo impulso à economia local, a tal ponto que a cidade é novamente indicada para sediar a capital de Minas Gerais. Em junho do mesmo ano, o Congresso Mineiro Constituinte aprova, em primeira discussão, a mudança da capital para a região da Várzea do Marçal, subúrbio de São João del-Rei. Mas, numa segunda discussão, o projeto inclui Barbacena e também Belo Horizonte, um planalto localizado no Vale do Rio das Velhas, onde existia o antigo Arraial do Curral del-Rei.
Com a escolha da região do Curral del-Rei em dezembro de 1893, a importância econômica de São João del-Rei diminui gradativamente. Mas a cidade não perde seu charme colonial, sendo motivo de atenção dos modernistas brasileiros, que a visitam em 1924. Ela é registrada na obra de algumas das figuras mais representativas do movimento, como a pintora Tarsila do Amaral e o escritor Oswald de Andrade. Em 1943 seu acervo arquitetônico e artístico, composto por importantes edificações civis e religiosas, é tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Shan.
A formação peculiar da cidade, que evoluiu de arraial minerador para importante pólo comercial da região do Campo das Vertentes, é responsável por sua característica mais interessante: uma mescla de estilos arquitetônicos que tem origem na arte barroca, passa pelo ecletismo e alcança o moderno. Em São João del-Rei, é possível apreciar a evolução urbana de uma vila colonial mineira, cujo núcleo histórico permanece bastante preservado em harmonia com as construções ecléticas do século XIX e as mudanças ocorridas no século XX.
Fundação da cidade:
São João del Rei foi fundada em fins do século XVII, por taubateanos liderados por Tomé Portes del Rei, que, por isso, é considerado seu fundador.
Em 1709, a cobiça pelo ouro gera discórdia entre portugueses e paulistas, dando causa à Guerra dos Emboabas, acontecendo o triste episódio do "Capão da Traição" quando os paulistas foram emboscados e chacinados pelos portugueses.
Em 08 de dezembro de 1713, arraial alcançou foros de vila, com o nome de São João del Rei, homenagem a D. João V, e também passa a ser sede da Comarca do Rio das Mortes.
O ouro, a pecuária e a agricultura foram os fatores de desenvolvimento e progresso da vila e, aos 6 de março de 1838 é elevada à categoria de cidade.
São João del Rei participou sempre das decisões mineiras e nacionais.
Em 1833, na Sedição Militar de Ouro Preto, em 1842, na Revolução Liberal e, sendo sede do 11ºBI - Batalhão Tiradentes, participou das revoluções de 1930 e 1964. Combateu na Itália, triunfando em Montese e Castelnuevo. Aqui nasceram is grandes heróis nacionais: Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes - o Mártir da Independência e Patrono Cívico da Nação Brasileira; Bárbara Heliodora Guilhermina da Silva - a heroína da Inconfidência São João del Rei é conhecida como um entroncamento de caminhos, desde a expedição de Fernão Dias, que em 1674 abriu a trilha mais tarede conhecida como o Caminho Velho (de São Paulo à Minas). Nos últimos anos do século XVII, o taubateano Tomé Fortes del Rei estabeleceu-se na beira deste caminho, cobrando pedágio na passagem do Rio das Mortes, cultivando roças e criando gado.
Posteriormente o chamado Caminho Novo, que vinha do Rio de Janeiro, também passava pela atual São João del Rei, palco de fatos históricos nacionais, como a Guerra dos Emboabas e Inconfidência Mineira. Em 1730, a famosa Picada, partia justamente de São João del Rei, atingindo a divisa goiana em Paracatu.
Depois, em 1872, foi criada a Estrada de Ferro Oeste de Minas, para complementar a Estrada de Ferro Leopoldina, que vinha do Rio de Janeiro e chegando à São João del Rei seguia para as lonjuras de Pitangui e Paracatu, rastreando a velha Picada de Goiás.
Mas São João del Rei não vive só de passado. Sabe invoca-lo, orgulhando-se dele, encontrando nele a força do ideal e de amor à liberdade e à justiça, como seus filhos Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes e o Presidente Tancredo Neves.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 1980

Arraial de Brumal - Região Central – Fundada em 1704

O Distrito de Brumal município de Santa Bárbara, após ser fundado nos primeiros anos do século XVIII devido à descoberta de ouro pelo bandeirante Antônio Bueno na Serra do Caraça. Recebeu nomes como Barra Feliz e Brumado, passando a chamar-se em oficialmente Brumal pelo decreto Lei nº 1058 de 31 de dezembro de 1943.
Surgido no contexto da mineração do século XVIII, o arraial originou-se a partir da construção da Igreja de Santo Amaro, erigida em 1727. Como parte integrante do núcleo, temos a Capela de Nosso Senhor dos Passos construída em 1865. O núcleo urbano surgiu ao redor da Matriz de Santo Amaro, e tem suas edificações – em sua maioria de um pavimento - construídas no mesmo nível e alinhamento das ruas. 
Em todos os anos no dia da festa de Santo Amaro acontece a cavalhada de Brumal.
Cavalhadas são festas que vieram da idade média e representam a luta entre Mouros e Cristão para conquistar a Terra Santa. Na Cavalhada há desfiles de cavalheiros, corridas e jogos acompanhados por um conjunto musical. 
Dizem que o Sr. Jorge da Siva Calunga (morador do distrito) fez uma promessa a Santo Amaro e se a graça fosse alcançada faria em Brumal no dia da festa de Santo Amaro uma Cavalhada em homenagem ao santo, no ano de 1937. Desde então a cavalhada tornou-se folclore, e todos os anos a cavalhada está firme e forte para não ser esquecida.

O mapa está disponível em: 1927_13_MG Município de Santa Bárbara .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

21 – Santo Antônio do Ribeirão (Santa Bárbara) - Região Central – Fundada em 1704

Foi estabelecida como Arraial de Santo Antônio do Ribeirão (Santa Bárbara) pelo bandeirante paulista Antônio Silva Bueno, em 4 de dezembro de 1704, que ali encontrou ouro de aluvião e veios de pedras preciosas. 
Em 1713 teve início a construção da Matriz de Santo Antônio (Matriz de Santa Bárbara). 
Posteriormente a cidade se tornou importante passagem na rota entre a Corte, no Rio de Janeiro, e as minas do centro/norte de Minas Gerais (Estrada Real - Caminho do Ouro e dos Diamantes). Foi elevada à categoria de vila em 16 de março de 1839, e em 1858 à categoria de município com o nome de "Santa Bárbara do Mato Dentro". 
Em 1861, os ingleses que ali chegaram organizaram a Santa Barbara Mining Company, na região que hoje se encontra Florália e Bateias, com o objetivo de retomar a exploração do ouro. Por volta de 1870, foi visitada pelo imperador Dom Pedro II que, no Santuário do Caraça, declarou que "só esta paisagem já paga a viagem a Minas Gerais". 
Em 1878 tornou-se sede de comarca, desmembrando-se do município de Caeté. Nessa época seu território abrangia os atuais municípios de Barão de Cocais (São João do Morro Grande), Cocais (Nossa Senhora dos Cocais), Catas Altas, Conceição do Mato Dentro, São Miguel do Piracicaba, São Gonçalo do Rio Abaixo, Bom Jesus do Amparo, Nova União, Socorro, Brumado, e João Monlevade (Carneirinhos).
No início do século XX (1908/1911), com seu filho Afonso Pena já como Presidente do Brasil, teve nova fase de desenvolvimento como importante entreposto comercial, como última estação da estrada de ferro na ligação com o grande sertão mineiro. 
Em 1911, foi inaugurada a Estação Ferroviária de Santa Bárbara, pertencente ao Ramal de Nova Era da Estrada de Ferro Central do Brasil.
A igreja matriz de Santo Antônio, em Santa Bárbara (Minas Gerais), também chamada matriz de Santa Bárbara, é uma igreja setecentista de Minas Gerais, tombada pelo IPHAN, conhecida por ter pinturas de Mestre Ataíde em estilo barroco mineiro.

O mapa está disponível em: 1927_13_MG Município de Santa Bárbara .

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 1980

20 – Nossa Senhora da Conceição do Guarapiranga (Piranga) - Região Central - Fundada em 1704

Nas primeiras décadas do século XVIII, várias diligências foram criadas para explorar as bordas sudeste e sul dos arraiais de Vila Rica e Ribeirão do Carmo. O coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, estabelecido nas minas do Ribeirão do Carmo, mandou-o com uma turma de cativos e camaradas para penetrarem ao sul do dito ribeirão "pelo sertão incógnito que se achava entre ele e Guarapiranga". Várias faisqueiras foram descobertas nos lugares chamados Pinheiro (Pinheiros Altos, distrito de Piranga), Pirapetinga (atual distrito de Santo Antônio do Pirapetinga), Bacalhau (Distrito de Piranga) e Rocha (atual Senador Firmino)ː a primeira área viria a fazer parte da freguesia do Sumidouro, enquanto as três últimas, da de Guarapiranga. Menos ricas que as do Carmo, ainda assim atraíram correntes migratórias que seguiram as "picadas" e "lavrando estas faisqueiras foram achando aumento nelas, razão por que foram povoando sítios, arraiais, capelas, freguesia".

Piranga nasceu como Arraial de Nossa Senhora da Conceição do Guarapiranga, uma referência à devoção à Virgem Maria, trazida ao Brasil pelos portugueses, e ao pássaro Guará, que povoava as margens do Rio Piranga.
O ano de 1704 é considerado como o ano oficial de fundação do Arraial de Nossa Senhora da Conceição do Guarapiranga, que coincide com a descoberta e lavra do ouro a céu aberto, no Córrego das Almas, que corta o centro da cidade.
Entre os anos de 1708 a 1710, a Fazenda da Cotia, em Santo Antônio do Pirapitinga – Bacalhau – foi palco de batalhas da Guerra dos Emboabas, fato marcante da história de Minas Gerais;
Em 16 de fevereiro de 1718, foi erigida a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição (demolida), uma das cinco primeiras de Minas Gerais.
Em 1720, o arraial de Guarapiranga já apresentava importância econômica expressiva, ao ocupar a sexta posição entre os dezenove núcleos auríferos fiscalizados pela Câmara de Mariana, com a soma de 1.193 escravizados africanos e crioulos. Esse destaque foi reconhecido pela administração colonial que, em 1724, elevou o distrito à condição de Freguesia. No mesmo ano, na Carta Régia do Rei de Portugal que promoveu vinte igrejas mineiras à condição de vigaria com título colativo, pois possuíam "alto rendimento e número de fregueses", constava a matriz de Guarapiranga. A freguesia que aí se formou possuía quatro irmandades de compromissoː a de Nossa Senhora da Conceição, a das Almas, a do Santíssimo e a de Nossa Senhora do Rosário dos pretos, respectivamente, criadas em 1718, 1727, 1744 e 1745.

Em 1º de abril de 1841, foi realizada a emancipação do município, revogada logo depois, e novamente proclamada em 20 de julho de 1868, pela lei 1537. Em 7 de setembro de 1923, o nome do município de Nossa Senhora da Conceição é reduzido para Piranga, como é atualmente conhecido.
No período colonial, o povoado era conhecido pelo nome de "Guarapiranga". A mudança do termo para "Piranga" ocorreu com a elevação do arraial à categoria de vila, em 1841.

O mapa está disponível em: 1927_16_MG Município de Piranga.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

terça-feira, 19 de fevereiro de 1980

19 – Nossa Senhora da Conceição de Prados - Campo das Vertentes – Fundadas em 1704

 O povoado que deu origem a Prados, surgiu nos primórdios do século XVIII, por volta de 1704, quando dois irmãos bandeirantes, Manoel e Félix Mendes do Prado, chegaram aqui com uma comitiva de Taubaté. A notícia do ouro fácil atraiu muitos paulistas para a região.
Eles deram origem a um núcleo de mineração que, mais tarde, tornou-se o Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Prados, um dos mais importantes do Termo da Vila de São José. Têm-se notícias de casamentos realizados na Capela de Prados já em 1716. O fato de o lugar ter sido passagem de boiadas e tropas muito contribuiu para o desenvolvimento da localidade.
A localidade de Prados pertenceu à vila São José Del Rei, atual Tiradentes, até 1890, emancipada pelo decreto estadual número 41 de 15 de abril. O município foi instalado em 1891. Neste mesmo ano, foram lhe conferidas as regalias de comarca pela lei estadual número 23 de 24 de maio.
O centro histórico dessa cidade setecentista mantém igrejas e casarões bem conservados. Ali viveu a mulher considerada como a mais atuante no movimento da Inconfidência Mineira - a rica pradense Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, mulher do inconfidente Francisco Antônio de Oliveira Lopes. O casarão que lhe serviu de residência após o degredo do marido é hoje um atelier de artesanato que fica em frente à Igreja Matriz.
A devoção a Imaculada Conceição de Maria, cujo a crença chegou por volta do ano de 1646, com o rei D. João IV, e espalhou-se por todo o território nacional. É talvez a devoção dos primeiros povoadores do Arraial dos Prados que explique a dedicação do templo à Imaculada Conceição. 
A “freguesia” de Nossa Senhora da Conceição de Prados em 1718, foi promovida canonicamente a Paróquia de N. Sra. da Conceição de Prados. Em 1752, um alvará régio criou a Vigaiaria Colada à Igreja Matriz de Prados, pertencente à Arquidiocese de Mariana. No ano de 1960, com a criação da Diocese de São João Del Rei, a Paróquia passou a fazer parte desta igreja particular. Em 1989, com o estabelecimento das foranias ou regiões pastorais, a Paróquia recebeu o título de sede da Forania de Prados.
A construção de sua igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição de Prados data do início do século XVIII e é rica em detalhes que a tornam um verdadeiro bem nacional, desde 1995 também reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Além da matriz, integram a Paróquia as igrejas de Santo Antônio, de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e de Nossa Senhora do Carmo, além de outros cinco templos na área rural de Prados. Atualmente, 27 pastorais, movimentos e ministérios estão em atuação na Paróquia.

O mapa está disponível em: 1927_15_MG Município de Prados .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024