quarta-feira, 2 de abril de 1980

1.2 - Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto - Região Central – Fundada em 1711

Antes da chegada dos colonizadores de origem europeia no século XVI, toda a região atualmente ocupada pelo estado de Minas Gerais era habitada por povos indígenas que falavam línguas do tronco linguístico macro-jê.
A origem de Ouro Preto está no arraial do Padre Faria, fundado pelo bandeirante Antônio Dias de Oliveira, pelo Padre João de Faria Fialho e pelo Coronel Tomás Lopes de Camargo e um irmão deste, por volta de 1698.
A elevação de Ouro Preto a vila se deu em 8 de julho de 1711, por meio da fusão de diversos arraiais, fundados por bandeirantes, tornando-se sede de concelho, com a designação de "Vila Rica", sendo o Governadores da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro na época: Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho.
Inicialmente o nome era Vila Rica de Albuquerque e depois Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto.
Em 1720 foi escolhida para capital da nova capitania de Minas Gerais. Em 1823, após a Independência do Brasil, Vila Rica recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por D. Pedro I do Brasil, tornando-se oficialmente capital da então província das Minas Gerais e passando a ser designada como Imperial Cidade de Ouro Preto. Em 1839 foi criada a Escola de Farmácia e em 1876 a Escola de Minas. Foi sede do movimento revolucionário conhecido como Inconfidência Mineira. Foi a capital da província e mais tarde do estado, até 1897. A antiga capital de Minas conservou grande parte de seus monumentos coloniais e em 1933 foi elevada a Patrimônio Nacional, sendo, cinco anos depois, tombada pela instituição que hoje é o IPHAN. Em 5 de setembro de 1980, na quarta sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, realizada em Paris, Ouro Preto foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade.
Nenhum outro município brasileiro acumulou tantos fatos históricos relevantes à construção da memória nacional como este vasto município. Destacam-se, como marcos importantes da história brasileira:
  • Última década do século XVII e princípio do XVIII - clímax das explorações paulistas, sendo descoberto o "ouro preto";
  • 1708 - Guerra dos Emboabas; os atritos entre paulistas e 'forasteiros' atinge o ponto alto no distrito de Cachoeira do Campo;
  • 1720 – Revolta liderada por Filipe dos Santos; motins contra o Quinto da Coroa Portuguesa;
  • 1789 - Inconfidência Mineira; confabulação entre determinados segmentos da sociedade mineradora de então para tornar Minas livre do jugo português. 
A  Igreja de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto, é uma das edificações católicas mais conhecidas entre as que foram erguidas durante o ciclo do ouro. A devoção de Nossa Senhora do Pilar foi trazida provavelmente de São Paulo, na bandeira de Bartolomeu Bueno, tendo a imagem sido entronizada na primitiva capelinha que antecedeu o templo. A presente Igreja foi construída em torno de uma capela erguida a partir nos primeiros anos do século XVIII, e ampliada em 1712 com recursos dos devotos, embora as intervenções principais tenham seguido até o final do século. Segundo consta nos registros, a construção foi incentivada pelo próprio governador.
A Paróquia do Pilar foi a mais rica e populosa em Vila Rica, já que reuniu o maior número de irmandades e, por isso, a Matriz recebeu mais ornamentos em preparação para uma "boa morte". As irmandades tinham lugares específicos dentro do templo, uma forma de representar e expressar a hierarquia social dos fiéis. O Livro de Compromissos relacionava a participação da Irmandade do Santíssimo Sacramento (1712), além da de Nossa Senhora do Pilar (1712), São Miguel e Almas (1712), Rosário dos Pretos (1715), Senhor dos Passos (1715), Sant'Anna e Nossa Senhora da Conceição.
Na sacristia está o Museu de Arte Sacra do Pilar, que reúne cerca de 8 mil peças dos séculos XVII ao XIX,[10] além de documentos e algumas das vestimentas usadas na celebração do Santíssimo Sacramento e Semana Santa.

O mapa está disponível em: 1927_02_MG Município de Ouro Preto  .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

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