sábado, 23 de maio de 2020

Vila "Velha" do Espírito Santo - 23 de maio de 1535

Vila Velha é uma das mais antiga cidades do Brasil e o mais antigo município do Espírito Santo. O município foi fundado em 23 de maio de 1535 pelo português Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo, e foi sede desta até 1549. Figura-se então como a cidade mais antiga do estado, possuindo várias construções históricas, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Forte de São Francisco Xavier de Piratininga, o Farol de Santa Luzia e o Convento da Penha, sendo este último um dos principais pontos turísticos do Espírito Santo, construído entre os séculos XVI e XVII e tombado como patrimônio histórico cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1943. 
O donatário português da capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho, chegou na atual Prainha, chamada na época, pelos indígenas, de Piratininga, a bordo da caravela Glória, junto com 60 homens, em 23 de maio de 1535, fundando a então "Vila do Espírito Santo", assim chamada por ser domingo de pentecostes. A cidade passou a ser a capital da capitania.
Pouco se conhece sobre a história de Vila Velha do século XVI ao século XIX. Neste período, destacam-se o término da construção do Convento da Penha e, ainda, os ataques de holandeses contra as fazendas de açúcar, no século XVII. Sabe-se que a cidade pouco se desenvolveu durante este período, sendo que um relatório do governo da província registrou registrou 2 120 habitantes no lugar em 1827.

A chegada da nau Glória, no dia 23 de maio de 1535, na Prainha, em Vila Velha, foi marcada por um cenário de guerra e resistência por parte dos nativos que ali viviam. Índios Aimorés, entre botocudos e Puris, conhecidos pela sua selvageria, receberam os portugueses com flechas e só desistiram quando eles revidaram com canhões e armas de fogo. Veja quadro retratando o Desembarque de Cabral em Porto Seguro, óleo sobre tela de Oscar Pereira da Silva, 1922.

Passado o primeiro confronto, Coutinho ergue o Fortim do Espírito Santo, uma cerca feita de troncos de árvores, a fim de proteger os colonizadores das tribos indígenas. Dessa forma, surge o primeiro núcleo populacional da capitania, denominada Vila do Espírito Santo. 

Essa vila, povoada por aproximadamente 60 colonizadores, consistia em quase 30 casas e uma igreja. O verde da região deu lugar à agricultura e à pecuária, predominando a produção de milho. Porém, os constantes ataques indígenas deram fim à vila, o que levou os portugueses a abandoná-la.

Este primeiro núcleo de colonização recebeu o nome de Vila de Nossa Senhora da Vitória. No dia 13 de junho de 1535, após explorar os arredores da ilha, os colonizadores descobriram uma grande ilha, atual ilha de Vitória, dando-lhe o nome de Ilha de Santo Antônio, em comemoração ao dia do santo católico.

Em 1537, Coutinho doou a ilha de Santo Antônio a Duarte de Lemos, um dos homens de sua comitiva colonizadora. Entre os presenteados, D. Jorge de Menezes ficou com a primeira ilha junto à Barra, Ilha do Boi e Valentim Nunes com a atual Ilha do Frade. Assim foi iniciada a povoação na ilha de Vitória. Duarte de Lemos instalou-se na parte alta da ilha, fazendo construir em sua fazenda, ao lado da residência, uma igrejinha para o culto de Santa Luzia.

Mas, com a partida do donatário para Portugal, por volta de 1550, a Ilha de Santo Antônio ficou abandonada. As famílias de colonos, alojadas na Vila do Espírito Santo, fugindo dos ataques dos índios, passaram a habitar a ilha de Duarte de Lemos, que lhes oferecia segurança e guarita estratégica.

No dia 8 de setembro de 1551, esta segunda vila, primeiramente conhecida como Vila Nova, foi chamada de Ilha de Santo Antônio (Atual Vitória). Mais tarde, em 1592, a vila abandonada passou a se chamar Vila Velha.

Vasco Coutinho transferiu a sede da capitania para a Vila de Nossa Senhora da Vitória, até então denominada Vila Nova, para se diferenciar da primeira, Vila Velha.


Em seus 25 anos como donatário, Vasco Coutinho realizou obras importantes. Além da construção das duas vilas, também ergueu as duas primeiras igrejas locais: Igreja do Rosário, fundada em 1551 (ainda existente) e a Igreja de São João, ambas em Vila Velha.

Também foram construídos os primeiros engenhos de açúcar, principal produto da economia por três séculos. Uma iguaria que reinou absoluta até 1850, quando foi substituída pelo café. Em 1551, o padre Afonso Brás fundou o Colégio e Igreja de São Tiago. Foi esta construção que, após sucessivas reformas, transformou-se no atual Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado.

Com a chegada de missionários, foram fundadas as localidades de Serra, Nova Almeida e Santa Cruz, em 1556. Dois anos mais tarde, a vinda de frei Pedro Palácios resultaria na fundação do principal monumento religioso do Estado: o Convento da Penha. Uma homenagem a Nossa Senhora da Penha, padroeira do Espírito Santo. Veja o quadro de Benedito Calixto retratando a chegada de Frei Pedro Palácios.


sábado, 9 de maio de 2020

Igarassu - 09 de março de 1535

A colonização efetiva de Pernambuco ocorreu com a chegada de Duarte Coelho, donatário da Capitania que se estendia desde Igarassu, ao norte, até o rio São Francisco, ao sul. Era a Nova Lusitânia, nome dado à Capitania pelo próprio donatário. Duarte Coelho era filho bastardo do navegador português Gonçalo Coelho. Seguiu carreira militar e acredita-se que ele esteve no Brasil em 1503, na segunda expedição exploradora. 

Em 10 de março de 1534, Duarte Coelho recebeu, de D. João III, a carta de doação da Capitania de Pernambuco. Chegou ao Brasil, em 9 de março de 1535, com sua mulher Brites de Albuquerque, com seu cunhado Jerônimo de Albuquerque, além de outros parentes e com algumas famílias de Portugal. Estabeleceu-se inicialmente nas margens do rio Igarassu.

Em 1535, o donatário Duarte Coelho desembarcou no local para tomar posse de sua capitania, doada pela Coroa Portuguesa, travando um combate com os índios no local onde hoje está erguida a igreja dos Santos Cosme e Damião. Em 27 setembro de 1535, Duarte Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco, estabeleceu-se aqui após a vitória sobre os caetés. 


A aldeia foi elevada à condição de vila, por volta de 1564, como Iguarassú. Em 1632, a vila foi invadida e saqueada pelos holandeses, que ocuparam a área até 1654. Tornou-se cidade, em 1895. O nome "Igarassu", é de origem tupi e significa "canoa grande", ou seja, "navio", através da junção dos termos ygara (canoa) e usu (grande).

O município localiza-se no litoral norte da região metropolitana de Recife e possui um dos patrimônios mais invejáveis e expressivos da arquitetura de cunho civil e religioso do Brasil. Lá, se encontra a mais antiga igreja em funcionamento do país (1535): a de São Cosme e Damião, a quem são atribuído vários milagres, sendo notório o de 1685. Na ocasião, quando as cidades de Recife, Olinda, Itamaracá e Goiana foram assoladas pela febre amarela, Igarassu escapou ilesa.

O passado de Igarassu é marcado pela sua participação em lutas libertárias, como a Revolução Praieira, quando as tropas do coronel Manuel Pereira de Morais ficaram instaladas no Convento de Santo Antônio, construído em 1588 pelos franciscanos. Hoje, no local, funciona o Museu Pinacoteca, que guarda um dos acervos mais representativos da pintura colonial brasileira.