domingo, 5 de junho de 2022

ALBUM ARARAQUARA - ESTADO DE SAO PAULO - BRASIL - 1948

ALBUM ARARAQUARA - ESTADO DE SAO PAULO - BRASIL - 1948
Organização e edição de: Nelson Martins de Almeida

Colaboração Literária de: PIO LOURENÇ0 CORREA, CINCINATO BRAGA, BENTO DE ABREU SAMPAIO VIDAL, JOSÉ TESCARI e DORIVAL ALVES
 
ALBUM ARARAQUARA -
ESTADO DE SAO PAULO -
BRASIL - 1948
Após uma série inenarrável de dificuldades e obstáculos, chega à luz o ALBUM DE ARARAQUARA!
Culpa nos cabe desses obstáculos, pois, haviam - nos precavido de que eles seriam inúmeros, e outros chegaram mesmo a afirmar que tal empreendimento seria inexequível. Quase chegamos a acreditar que nossos conselheiros estavam com a razão, porém , fizemos ouvido de mercador e não queríamos imitar a tartaruga que, encontrar uma pedra em seu caminho , encostou-se a ela, esperando que outrem a remova dali.
Sem indecisão atiramo-nos à luta! E esta foi árdua, renhido, cheio de apreensões. Nela empregamos todos os nossos esforços, boa vontade, esperanças, recursos .
Chegámos, enfim, ao término da jornada, colimando com êxito o nosso ousado objetivo, que era o dotar Araraquara de um elemento histórico ilustrativo, prestando desta forma à municipalidade local, e consequentemente, ao próprio município, os benefícios decorrentes da divulgação de suas riquezas, de sua capacidade produtora e comercial, de sua cultura, de seus empreendimentos e de sua importância no conjunto das cidades brasileiras. 
O leitor julgará talvez que estejamos exagerando quando nos referimos aos nossos obstáculos; todavia, sabendo- se que não contamos com o apoio material dos poderes públicos e nem com o interesse de participação das propriedades agrícolas, hão de convir o risco de um fracasso em que nos submetemos, quando a situação nos era ainda sombria, os possibilidades de sucesso se nos apresentavam remotas, imprevisíveis, incertas.
Vai daí por que, agora o compreendemos, depois da execução do primeiro Álbum de Araraquara , de autoria de Antônio M . França e João Silveira , isto em 1915, ou seja, há 33 anos passados, outro não houve que ousasse repetir- lhes o empreendimento, e, aqueles que o tentaram (e foram vários) desistiram do intento, logo ao primeiro contado com os obstáculos imprevistos, ocultos sob o manto da inexperiência .
Seis meses custou a nossa vitória! Seis meses de trabalho de interrupto e uma série de contratempos vencidos com paciência e perseverança.
Esperamos, pois, que tudo isto seja reconhecido pelo leitor inteligente, dando a esta obra o valor que ela merece, mormente em se tratando de assunto que diz respeito à sua própria cidade.
Admire- a, portanto, como o fazeis à tua próprio terra, que aprendestes a amor e da qual orgulhas- te de ser filho.

Araraquara
São Paulo, 22 de Agosto de 1948.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

ALBUM ARARAQUARA - ESTADO DE SAO PAULO - BRASIL - 1915

ARARAQUARA - ESTADO DE SAO PAULO - BRASIL
ORGANIZADO POR  ANTONIO M. FRANÇA SOB OS AUSPÍCIOS DA CAMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA - 1915

ALBUM ARARAQUARA
ESTADO DE SAO PAULO
BRASIL - 1915
    
Pedem V.as S.as a minha impressão respeito á obra ALBUM DE ARARAQUARA. Posso, e com, prazer o faço, declarar que essa impressão é excelente. Tem passado a proverbio que somos um pai, desconhecido e desconhecido, sobretudo, de nós mesmos. É natural que procuremos corrigir-nos desse defeito, e que acabemos por interessar-nos mais pelas nossas coisas do que pelos interesses alheios. 
Temos o gosto algum tanto roceiro de preocupar-nos demais com a vida de outrem, e pouquíssimo, descuidadamente, com a nossa. Entretanto, a nossa terra e a nossa vida não são assim desinteressantes, sobretudo para nós. Cuidemos delas que vale a pena.
    O ALBUM DE ARARAQUARA é minha pequenina, modesta contribuição para essa vasta obra necessária e urgente. Representa um esforço merecedor dos melhores louvores, e digno de imitação. Ainda não há muito, a Câmara de Santos levava a cabo o recenseamento daquele município; agora, a de Araraquara proporciona, por meio deste Álbum, a organização e publicação de uma obra utilíssima de documentação histórica e estatística do desenvolvimento da sua cidade. Que esses tempos, dados em pequenas tentativas isoladas, por assim dizer individuais, proliferem: e afinal a nossa terra se habilitará a conhecer-se a si mesma. Creio que melhor a conhecendo 110 seu passado e 110 seu presente, no que foi e no que se tem feito, melhor a amaremos. 
    Não tenho senão aplausos para a tentativa feliz que o ALBUM DE ARARAQUARA representa: essa tentativa, louvável na concepção, realização com excelente sucesso. Lendo-se o consciencioso e interessante apanhado histórico com que abre a obra, e vendo-se depois,  em tantos dados de que é farto o livro, a documentação do que se tem em pouco mais de um século desse vago sertão de Araraquara ao qual, ainda em 1788, se referia o celebre Lacerda e Almeida, tem-se espontaneamente uma impressão consoladora de confiança... No futuro? Em nós mesmos.
    As obras como essa valem por pequenas mas eloquentes lições de civismo. Ensinam-nos o conhecimento útil da nossa terra. Conheçamos a, ganharemos com isso o dar-lhe o amor e a estima que ela merece.

Vicente de Carvalho
São Paulo, 5 de Março de 1915.

sábado, 23 de maio de 2020

Vila "Velha" do Espírito Santo - 23 de maio de 1535

Vila Velha é uma das mais antiga cidades do Brasil e o mais antigo município do Espírito Santo. O município foi fundado em 23 de maio de 1535 pelo português Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo, e foi sede desta até 1549. Figura-se então como a cidade mais antiga do estado, possuindo várias construções históricas, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Forte de São Francisco Xavier de Piratininga, o Farol de Santa Luzia e o Convento da Penha, sendo este último um dos principais pontos turísticos do Espírito Santo, construído entre os séculos XVI e XVII e tombado como patrimônio histórico cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1943. 
O donatário português da capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho, chegou na atual Prainha, chamada na época, pelos indígenas, de Piratininga, a bordo da caravela Glória, junto com 60 homens, em 23 de maio de 1535, fundando a então "Vila do Espírito Santo", assim chamada por ser domingo de pentecostes. A cidade passou a ser a capital da capitania.
Pouco se conhece sobre a história de Vila Velha do século XVI ao século XIX. Neste período, destacam-se o término da construção do Convento da Penha e, ainda, os ataques de holandeses contra as fazendas de açúcar, no século XVII. Sabe-se que a cidade pouco se desenvolveu durante este período, sendo que um relatório do governo da província registrou registrou 2 120 habitantes no lugar em 1827.

A chegada da nau Glória, no dia 23 de maio de 1535, na Prainha, em Vila Velha, foi marcada por um cenário de guerra e resistência por parte dos nativos que ali viviam. Índios Aimorés, entre botocudos e Puris, conhecidos pela sua selvageria, receberam os portugueses com flechas e só desistiram quando eles revidaram com canhões e armas de fogo. Veja quadro retratando o Desembarque de Cabral em Porto Seguro, óleo sobre tela de Oscar Pereira da Silva, 1922.

Passado o primeiro confronto, Coutinho ergue o Fortim do Espírito Santo, uma cerca feita de troncos de árvores, a fim de proteger os colonizadores das tribos indígenas. Dessa forma, surge o primeiro núcleo populacional da capitania, denominada Vila do Espírito Santo. 

Essa vila, povoada por aproximadamente 60 colonizadores, consistia em quase 30 casas e uma igreja. O verde da região deu lugar à agricultura e à pecuária, predominando a produção de milho. Porém, os constantes ataques indígenas deram fim à vila, o que levou os portugueses a abandoná-la.

Este primeiro núcleo de colonização recebeu o nome de Vila de Nossa Senhora da Vitória. No dia 13 de junho de 1535, após explorar os arredores da ilha, os colonizadores descobriram uma grande ilha, atual ilha de Vitória, dando-lhe o nome de Ilha de Santo Antônio, em comemoração ao dia do santo católico.

Em 1537, Coutinho doou a ilha de Santo Antônio a Duarte de Lemos, um dos homens de sua comitiva colonizadora. Entre os presenteados, D. Jorge de Menezes ficou com a primeira ilha junto à Barra, Ilha do Boi e Valentim Nunes com a atual Ilha do Frade. Assim foi iniciada a povoação na ilha de Vitória. Duarte de Lemos instalou-se na parte alta da ilha, fazendo construir em sua fazenda, ao lado da residência, uma igrejinha para o culto de Santa Luzia.

Mas, com a partida do donatário para Portugal, por volta de 1550, a Ilha de Santo Antônio ficou abandonada. As famílias de colonos, alojadas na Vila do Espírito Santo, fugindo dos ataques dos índios, passaram a habitar a ilha de Duarte de Lemos, que lhes oferecia segurança e guarita estratégica.

No dia 8 de setembro de 1551, esta segunda vila, primeiramente conhecida como Vila Nova, foi chamada de Ilha de Santo Antônio (Atual Vitória). Mais tarde, em 1592, a vila abandonada passou a se chamar Vila Velha.

Vasco Coutinho transferiu a sede da capitania para a Vila de Nossa Senhora da Vitória, até então denominada Vila Nova, para se diferenciar da primeira, Vila Velha.


Em seus 25 anos como donatário, Vasco Coutinho realizou obras importantes. Além da construção das duas vilas, também ergueu as duas primeiras igrejas locais: Igreja do Rosário, fundada em 1551 (ainda existente) e a Igreja de São João, ambas em Vila Velha.

Também foram construídos os primeiros engenhos de açúcar, principal produto da economia por três séculos. Uma iguaria que reinou absoluta até 1850, quando foi substituída pelo café. Em 1551, o padre Afonso Brás fundou o Colégio e Igreja de São Tiago. Foi esta construção que, após sucessivas reformas, transformou-se no atual Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado.

Com a chegada de missionários, foram fundadas as localidades de Serra, Nova Almeida e Santa Cruz, em 1556. Dois anos mais tarde, a vinda de frei Pedro Palácios resultaria na fundação do principal monumento religioso do Estado: o Convento da Penha. Uma homenagem a Nossa Senhora da Penha, padroeira do Espírito Santo. Veja o quadro de Benedito Calixto retratando a chegada de Frei Pedro Palácios.


sábado, 9 de maio de 2020

Igarassu - 09 de março de 1535

A colonização efetiva de Pernambuco ocorreu com a chegada de Duarte Coelho, donatário da Capitania que se estendia desde Igarassu, ao norte, até o rio São Francisco, ao sul. Era a Nova Lusitânia, nome dado à Capitania pelo próprio donatário. Duarte Coelho era filho bastardo do navegador português Gonçalo Coelho. Seguiu carreira militar e acredita-se que ele esteve no Brasil em 1503, na segunda expedição exploradora. 

Em 10 de março de 1534, Duarte Coelho recebeu, de D. João III, a carta de doação da Capitania de Pernambuco. Chegou ao Brasil, em 9 de março de 1535, com sua mulher Brites de Albuquerque, com seu cunhado Jerônimo de Albuquerque, além de outros parentes e com algumas famílias de Portugal. Estabeleceu-se inicialmente nas margens do rio Igarassu.

Em 1535, o donatário Duarte Coelho desembarcou no local para tomar posse de sua capitania, doada pela Coroa Portuguesa, travando um combate com os índios no local onde hoje está erguida a igreja dos Santos Cosme e Damião. Em 27 setembro de 1535, Duarte Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco, estabeleceu-se aqui após a vitória sobre os caetés. 


A aldeia foi elevada à condição de vila, por volta de 1564, como Iguarassú. Em 1632, a vila foi invadida e saqueada pelos holandeses, que ocuparam a área até 1654. Tornou-se cidade, em 1895. O nome "Igarassu", é de origem tupi e significa "canoa grande", ou seja, "navio", através da junção dos termos ygara (canoa) e usu (grande).

O município localiza-se no litoral norte da região metropolitana de Recife e possui um dos patrimônios mais invejáveis e expressivos da arquitetura de cunho civil e religioso do Brasil. Lá, se encontra a mais antiga igreja em funcionamento do país (1535): a de São Cosme e Damião, a quem são atribuído vários milagres, sendo notório o de 1685. Na ocasião, quando as cidades de Recife, Olinda, Itamaracá e Goiana foram assoladas pela febre amarela, Igarassu escapou ilesa.

O passado de Igarassu é marcado pela sua participação em lutas libertárias, como a Revolução Praieira, quando as tropas do coronel Manuel Pereira de Morais ficaram instaladas no Convento de Santo Antônio, construído em 1588 pelos franciscanos. Hoje, no local, funciona o Museu Pinacoteca, que guarda um dos acervos mais representativos da pintura colonial brasileira.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Porto Seguro - 27 de maio de 1534


Porto Seguro localiza-se na região que foi, oficialmente, a primeira a que chegaram os navegadores portugueses no atual território brasileiro. Em 22 de abril de 1500, o navegador Pedro Álvares Cabral avistou terra firme, após ter deixado a costa africana um mês antes. O lugar avistado foi o Monte Pascoal, 62 quilômetros ao sul de Porto Seguro. No dia seguinte, os portugueses desembarcaram em terra firme pela primeira vez no atual território brasileiro, num local cujo ponto exato ainda é debatido pelos historiadores. 

A Primeira Missa, em tela de Victor Meirelles (1861). A Grande Cruz, entretanto, só existiu na Segunda Missa.

A primeira igreja do Brasil foi erguida pelos dois frades franciscanos menores que chegaram em Porto Seguro, na expedição de Gonçalo Coelho, em 1503. Pertenciam à Província de Portugal. Eles integraram o primeiro povoado do Brasil com a participação de europeus: a primitiva Colônia de Porto Seguro. Eles foram bem recebidos pelos índios, que os ajudaram a construir a igrejinha, junto com outros portugueses que acompanharam a missão. Esse igreja tinha a invocação do Seráfico Patriarca São Francisco. Era a Igreja de São Francisco de Assis do Outeiro da Glória. Em 19 de junho de 1505, o povoado foi massacrado pelos índios. Um novo templo foi construído por volta de 1515, mantendo-se em culto até 1730, quando entrou em processo de ruína.

Em 24 de abril, a expedição ancorou em Porto Seguro. A cidade teve seu primeiro fortim levantado em 1504 por Gonçalo Coelho. Em 1530, quando o comércio com as Índias Orientais enfraqueceu, Portugal passou a se interessar pela nova terra descoberta e veio dela tomar posse. Terra esta que lhe cabia pelo Tratado de Tordesilhas. Na época colonial, Porto Seguro era chamada de Nhoesembé. 

A colonização foi feita pelos portugueses e os padres da Companhia de Jesus. A Capitania de Porto Seguro coube, em Carta Régia de 27 de maio de 1534, a Pero de Campos Tourinho, seu primeiro donatário, que levantou a vila, em 1535, na foz do rio Buranhém: construiu casas, forte, capela, armazéns, estaleiro e forja, distribuiu terras aos moradores, criou um tombo para registro de sesmarias e iniciou a exploração dos sertões. 

Um dos primeiros núcleos habitacionais de origem portuguesa do Brasil, Porto Seguro, além de ostentar o Marco do Descobrimento, desempenhou papel importante nos primeiros anos da colonização portuguesa. O marco veio de Portugal entre 1503 e 1526 e simboliza o poder da coroa portuguesa, utilizado para demarcar suas terras. Todo em pedra de cantaria, de um lado está esculpida a cruz da Ordem de Avis e, do outro, o brasão de armas de Portugal. 

Na mesma área, está a Igreja Matriz Nossa Senhora da Pena, construída em 1535 pelo donatário da capitania, Pero do Campo Tourinho. Aí, estão guardadas imagens sacras dos séculos XVI e XVII, entre elas a de São Francisco de Assis - primeira imagem religiosa trazida de Portugal para o Brasil - e a de Nossa Senhora da Pena, padroeira da cidade, festejada a 8 de setembro. Para se ter uma melhor ideia de como era a capitania no século de Tourinho e da chegada dos jesuítas, pode-se ler alguns trechos das cartas escritas por Manuel da Nóbrega ou por José de Anchieta, padres da Companhia de Jesus, sobre a região.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Vila de São Vicente - 22 de janeiro de 1532

A cidade mais antiga do Brasil é São Vicente.

São Vicente foi o primeiro núcleo humano a ser regularizado administrativamente por Portugal no Brasil, como Vila de São Vicente em 22 de janeiro de 1932, com a primeira Igreja, a primeira Casa de Câmara e Pelourinho, e está localizado na Baixada Santista, no estado de São Paulo, no Brasil. A ilha descoberta na expedição de Gaspar de Lemos, em 1502, que a batizou em homenagem a São Vicente Mártir, de acordo com registros de Américo Vespúcio. 

Trinta anos depois, Martim Afonso de Sousa, nomeado pelo rei de Portugal dom João III donatário de duas capitanias hereditárias que incluíam a ilha, foi enviado pela coroa portuguesa para explorar a nova colônia e colocar marcos territoriais no litoral atlântico e no Rio da Prata. Fundou, então, a Vila de São Vicente em 22 de janeiro de 1532, com oposição dos nativos locais. A fundação de são Vicente foi retratada por Calixto na obra “Fundação de São Vicente”.


Martim Afonso instalou, então, em sua nova vila, os símbolos do poder organizado e construindo um pelourinho, uma igreja e uma câmara e realizando, em 22 de agosto de 1532, as primeiras eleições em todo o continente americano. Como atividade econômica da nova vila, começou a cultura da cana-de-açúcar e a instalação de engenhos para a manufatura do açúcar, principal produto do período colonial. Mas a implantação deste esquema exigiu atividades complementares, consideradas secundárias, porém fundamentais para a produção açucareira. Estas eram a pecuária e a agricultura de subsistência. As primeiras cabeças de gado a chegarem ao Brasil vieram do arquipélago de Cabo Verde, em 1534, para a capitania de São Vicente.

Com a criação da primeira vila, em 1532, criou-se também a primeira paróquia, uma divisão administrativa da Igreja Católica, em São Vicente, a Paróquia de Nossa Senhora da Assunção, subordinada à Diocese do Funchal, na Ilha da Madeira. O primeiro pároco foi o padre Gonçalo Monteiro.

De São Vicente [1] fundada em 1532 foi desmembrado dando origem a mais 12 municípios: Santos [2] em 1546, Itanhaém [3] em 1561 e Praia Grande [12] em 1964.

De Santos fundada em 1546 foi desmembrado: São Sebastião [4] em 1636, Guarujá [7] em 1934, Cubatão [8] em 1948 e Bertioga [13] em 1991.

De São Sebastião fundada em 1636 foi desmembrado: Ilhabela [5] em 1805 e Caraguatatuba [6] em 1857.

De Itanhaém fundada em 1561 foi desmembrado: Itariri [9] em 1948, Mongaguá [10] em 1959 e Peruíbe [11] também em 1959.

Martim Afonso de Sousa com ajuda de João Ramalho e Antônio Rodrigues, moradores da região que haviam feito amizade com os caciques Tibiriçá e Caiubi, fundou a primeira vila nos moldes portugueses no Brasil: a Vila de São Vicente. Em São Vicente, iniciou a cultura da cana-de-açúcar e ordenou a instalação do engenho dos Erasmos.

Na região do planalto, na aldeia de Piratininga governada pelo Cacique Tibiriçá fundaram os jesuítas, por ordem do Padre Manuel José da Nóbrega, o Colégio de São Paulo, destinado à conversão dos índios, o qual esteve na origem da atual cidade de São Paulo.

Combateu corsários franceses no litoral e foi agraciado pela coroa portuguesa, sob o reinado de D. João III, como capitão-donatário de dois lotes de terras no Brasil: os dois lotes da capitania de São Vicente. Desde outubro de 1532, recebera comunicação do rei de que o imenso território seria dividido em extensas faixas de terras: as capitanias hereditárias. Na ocasião, foram-lhe doadas cem léguas na costa e recebeu autorização de retornar a Lisboa.

© Direitos de autor. 2008: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/09/2020


quarta-feira, 8 de agosto de 2018

BR262 - 2.394 Km de Vitória - ES á Corumbá - MS

A BR-262 é um rodovia transversal brasileira que interliga os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Começa em Vitória no estado do Espírito Santo, passa por cidades importantes como Manhuaçu, Belo Horizonte, Araxá, Uberaba, Três Lagoas e Campo Grande e termina junto à fronteira com a Bolívia, em Corumbá no estado de Mato Grosso do Sul.
Percorre 195,5 km no estado do Espírito Santo, 999,8 km no estado de Minas Gerais, 316,7 km no estado de São Paulo e 783 km no estado de Mato Grosso do Sul. O trecho paulista ainda não é reconhecido, apesar de aparentemente o traçado ser coincidente com o da SP-310 no trecho entre Nhandeara e Ilha Solteira.
Entre Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, e João Monlevade, a BR-262 e a BR-381 se unem, formando uma única rodovia.
Até 1964, no sistema antigo de numeração das rodovias federais, a atual BR-262 era conhecida como BR-31. 
O asfaltamento do trecho entre Belo Horizonte e Vitória foi concluído em 1968 e o trecho entre Campo Grande e Corumbá foi concluído anos depois em 1996.
Em 1952, o trecho de Belo Horizonte a João Monlevade começou a ser construído e sua pavimentação foi inaugurada em 1960. Pelo sistema antigo de numeração das rodovias federais, em vigor até 1964, era conhecida como BR-31.
As obras de implantação e pavimentação entre Governador Valadares e Belo Horizonte foram executadas em várias etapas. Tiveram início no ano de 1952, a partir da capital do Estado, e foram concluídas em 1971, com a chegada a Governador Valadares.
O trecho de Belo Horizonte a João Monlevade foi o primeiro a ser concluído, com a sua construção iniciada em 1952 e a pavimentação executada entre 1956 e 1960, sob projeto e administração do extinto DNER. A rodovia, à época denominada BR-31, foi implantada em pista simples, com revestimento asfáltico na pista de rolamento e acostamentos não pavimentados.

Cidades próximas ao trecho de Vitória.
1. Vitória: Ponto de partida para explorar tanto os litorais norte e sul quanto a serra, a capital capixaba merece um passeio a pé pelo calçadão da Praia de Camburi e pelos cafés e lojas da Praia do Canto. Depois de experimentar a gastronomia local, compre sua panela de barro típica em Goiabeiras.
2. Vila Velha: Colada em Vitória, recebe moradores da capital em praias como a da costa. Já os turistas costumam cruzar a Terceira Ponte para ir ao Convento Nossa Senhora da Penha, com uma vista fantástica, e visitar a fábrica de chocolates Garoto.
3. Guarapari: Dona das melhores praias do estado, costuma arrebatar os visitantes também pela boca: não perca as moquecas de Meaípe e os pescados do restaurante Guaramare.
4. Pedra Azul: Refúgio de inverno de casais e famílias capixabas, atrai também ecoturistas ao Parque Estadual da Pedra Azul. As lojas de orgânicos rendem boas compras.
5. Alto Caparaó: Nos limites de Minas Gerais, a cidade abriga o Parque Nacional do Caparaó, onde fica o Pico da Bandeira, com 2 892 m, o terceiro maior do Brasil. Encha-se de fôlego para escalá-lo.
6. Itaúnas: Suas dunas e praias selvagens, quase em território baiano, ajudam a compor o cenário da meca dos amantes do forró.

Cidades ao norte próximas ao trecho de Belo Horizonte.
BR 262 - Cidades ao norte próximas ao trecho de Belo Horizonte.
1. Belo Horizonte - Que tal um mergulho na arte dos muitos centros culturais, um queijim no mercado Central, uma cachacim num dos agradáveis botecos de beagá? A capital mineira sabe como receber bem.
2. Diamantina - O charme desse Patrimônio Mundial da Unesco vai além do bem-preservado Centro Histórico: a terra-natal do ex-presidente Juscelino Kubitschek encanta também pela música das vesperatas, pelos cafés e lojas de artesanato, pelos rituais do Carnaval e da Semana Santa.
3. Conceição do Mato Dentro - É a glória para ecoturistas que gostam de adentrar o mato em busca de cachoeiras. A do Tabuleiro, com 273 m, brilha como a terceira maior do Brasil.
4. Serra do Cipó - O traçado sinuoso da MG-010 antecipa a beleza que os andarilhos exploram no parque nacional, repleto de trilhas e cachoeiras.
5. Lagoa Santa - A Gruta da Lapinha e um belo museu arqueológico dão as boas-vindas a quem pousa ali perto, no aeroporto de Confins.

Cidades ao sul próximas ao trecho de Belo Horizonte.
1. Sabará - A apenas 24 km da capital Belo Horizonte, pela BR-262, já se pode ter contato com as obras de Aleijadinho nas igrejas Matriz Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Carmo.
BR 262 - Cidades ao sul próximas ao trecho de Belo Horizonte.
2. Santa Bárbara - Mestre Athaíde pintou o teto da capela-mor da Matriz de Santo Antônio. Mas são as trilhas, cachoeiras e grutas do vizinho Santuário do Caraça que se assemelham a pinturas irretocáveis, atraindo ecoturistas. Quem reserva um quarto na pousada do parque tem a chance de se deparar com lobos-guarás.
3. Mariana - Vila mais antiga e primeira capital mineira, a cidade mais rica do Ciclo do Ouro exibe obras de Aleijadinho e Athaíde, concentra refinados ateliês de arte e preserva o casario colonial. Mas nenhuma viagem ao passado diverte mais que a descida, em vagonetas, aos 120 m de profundidade da Mina de Ouro da Passagem.
4. Ouro Preto - Estacione o carro, alongue as pernas e encare quantas ladeiras puder: a antiga Vila Rica esbanja cultura com o maior conjunto arquitetônico barroco do país. Tanta história, representada por igrejas e museus, contrasta com bares cheios de universitários.
5. Congonhas - Os 12 profetas de pedra-sabão, obra-prima de Aleijadinho, brilham na Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Bastam duas horas para conhecer todo o conjunto – e sair de queixo caído.
6. São João Del Rei - Acessível via Tiradentes ou diretamente pela BR-383, a cidade preserva belas construções no Centro Histórico e o lindo artesanato em estanho.
7. Tiradentes - Charme em cada esquina, restaurantes estrelados, pousadas românticas: nessas ruas calçadas com pedras, o bacana é flanar sem compromisso, a pé ou de charrete, para entrar no clima do século 18. A 8 km, encante-se pelo artesanato de Bichinho.
8. Brumadinho - A 55 km de Belo Horizonte, em meio a um jardim incrível, a arte colonial dá lugar à arte contemporânea no Instituto Inhotim, maior museu a céu aberto desse gênero no planeta.

Cidades ao norte próximas ao trecho de Corumbá.
BR 262 - Cidades ao norte próximas ao trecho de Corumbá.
1. Bonito / Jardim: Quer saber como é a vida dentro de um aquário? Então coloque máscara e snorkel para mergulhar em rios como o Sucuri, em Bonito, e da Prata, na vizinha Jardim. É ótimo deixar o corpo flutuar entre os peixes e ao sabor da correnteza. Referência de turismo ecológico, a cidade conta com grutas, cachoeiras e balneários para amantes de esportes de aventura como rapel, boia-cross e arvorismo.
2. Miranda: Principal polo de ecoturismo do Pantanal Sul, abriga bons hotéis neste segmento, entre eles o pioneiro Refúgio Ecológico Caiman. Um dos passeios clássicos é o safári fotográfico – pela manhã, no fim do dia e à noite – para observar jacarés, tamanduás, tuiuiús, veados... Parte de Miranda aos domingos o Trem do Pantanal, cruzando a região em dez horas até Campo Grande.
3. Corumbá: Na fronteira com a Bolívia e banhada pelo Rio Paraguai, a maior cidade do Pantanal permite que se desfrute tanto das observações de animais a partir dos hotéis-fazenda quanto do turismo de pesca com hospedagem em barcos-hotel. O Centro conta com casario bem-cuidado e museus. Pelos 120 km da Estrada-Parque Pantaneira, pode-se ver bichos e cruzar 71 pontes de madeira.
4. Aquidauana: A mesma BR-262 que conecta Corumbá a Miranda e à capital, Campo Grande, também passa pela cidade de Aquidauana. Ela reúne hospedagens para pesca às margens do Rio Miranda e para ecoturismo em duas regiões: Rio Negro e Nhecolândia.
5. Campo Grande: Por ter recebido imigrantes da Bolívia, do Paraguai e do Japão, a capital do Mato Grosso do Sul reflete a influência dos forasteiros em sua gastronomia. As áreas verdes da cidade ajudam a aplacar o calor.
6. Cuiabá: Pela BR-163, são 700 km até a capital do Mato Grosso, ponto de partida para explorar o Pantanal Norte e a Chapada dos Guimarães.
7. Poconé: Aves empoleiradas nas árvores, jacarés, capivaras e, com sorte, até onças-pintadas podem ser avistados nos passeios feitos a partir dessa estratégica base do Pantanal Norte. Além de contar com a boa infraestrutura de hotéis como o Sesc Porto Cercado, marca o início da Transpantaneira, rodovia com 145 km de cascalho e terra batida – e 122 pontes! –, fundamental para entender o Pantanal.
8. Chapada dos Guimarães: O Parque Nacional que leva o nome da cidade fica no alto dos paredões de rocha alaranjados, a 69 km de Cuiabá pela MT-251. E, embora a Véu da Noiva brilhe como cartão-postal, há muitas outras cachoeiras para conhecer, assim como boas trilhas para trekking. A caverna Aroe Jari, com 1 550 m de extensão, é a maior gruta de arenito do país.

Roteiros retirados de: << https://viagemeturismo.abril.com.br/ >>