domingo, 19 de janeiro de 2025

Os 140 anos da chegada do primeiro trem em Araraquara

Dia de festa para receber o primeiro trem em 1885
18 de janeiro de 1885, a cidade de Araraquara vê pela primeira vez a locomotiva e os vagões chegarem à estação, com o prolongamento do tráfego provisório entre São Carlos do Pinhal e Araraquara.
O trem inaugural partiu de Rio Claro às 10h45 e seguiu para Araraquara aqui chegando às 16 horas, onde o povo araraquarense aguardava ansioso, juntamente com todas as autoridades do município.
Um dia histórico, com grande festividade, muita música, bandeirolas, foguetes e discursos.
Com o novo trecho aberto ao tráfego, o tronco desta via férrea foi elevado a 128 quilômetros (Araraquara – Rio Claro). Anos mais tardes, em 1898, foi instituído sob a liderança do Coronel Carlos Batista Magalhães, a sociedade que iniciaria a abertura da Estrada de Ferro Araraquara.

Como chegou o primeiro Trem – A história
Chegada do primeiro trem da Rio-Clarense em Araraquara, em 18 de janeiro de 1885. À frente da locomotiva está escrito: "Viva o Visconde do Pinhal, Digno Presidente da Cia. Rio Claro, Viva Araraquara!" 
A Companhia Paulista de Estradas de Ferro, de acordo com o Álbum de Araraquara editado em 1915 por João Silveira, mandou fazer estudos para trazer sua linha de bitola larga de São Carlos até a nossa cidade, passando pelo “Morro Pelado” por volta de 1882. O Governo da Província não aprovou esses estudos da Paulista que desistiu então de construir a estrada.
De Santos até Campinas a concessão ferroviária era da São Paulo Raylway Cy; a partir daí até Rio Claro era de domínio da Paulista, que desistiu na época de chegar até Araraquara
Em outubro de 1880 tinha sido dada a concessão para uma estrada de Rio Claro até São Carlos ao engenheiro Adolpho Augusto Pinto, que mais tarde, transferiu a concessão ao Conde do Pinhal, que organizou a Companhia Rio Claro de Estradas de Ferro e construiu a ferrovia até São Carlos.

O próprio Conde do Pinhal – Tenente-Coronel Antonio Carlos de Arruda Botelho – um fazendeiro, político e banqueiro, no primeiro semestre de 1884, veio até Araraquara e convocou uma reunião na Câmara Municipal para dizer que, se em nossa cidade fossem tomadas ações que valessem seiscentos contos, a sua companhia traria a estrada de ferro num prazo de seis meses.
O capital logo foi tomado e a promessa cumprida, sendo inaugurada a estrada em Araraquara em 18 de janeiro de 1885. Logo, a conquista colocou o município na rota do desenvolvimento, possibilitando o escoamento do agronegócio, basicamente o café, até o Porto de Santos.
Só que a chegada da ferrovia não beneficiaria apenas os fazendeiros de Araraquara. O próprio Conde do Pinhal poderia expandir seus negócios, pois como lavrador, havia criado várias fazendas de café em São Carlos, Jaú e Ribeirão Preto, além da Companhia Agrícola de Ribeirão Preto com nove fazendas e um total de dois milhões de cafeeiros e produção média anual de duzentas mil arrobas de café beneficiado. As fazendas cooperativadas eram ligadas entre si por uma estrada de ferro particular que ele também havia construído.
José Pinto Ferraz, na Fazenda Itaquerê; Joaquim Corrêa de Arruda, em Santa Lúcia; Antonio Thomaz de Aquino, em Motuca, cafeicultores da época, tiveram seus nomes apontados entre os acionistas ao lado de outras figuras ilustres, responsáveis pela chegada da ferrovia: comendador Joaquim Lourenço Correa, coronel Joaquim Duarte Pinto Ferraz, Joaquim de Souza Pinheiro, Joaquim Carvalho de Oliveira, Francisco de Paula Corrêa e Silva, Antonio Lourenço Correa, coronel João de Almeida Leite de Moraes, coronel José Xavier de Mendonça, Joaquim de Sampaio Peixoto, Francisco Vaz de Almeida, além de outros.
Para a inauguração da ferrovia um trem saiu de São Paulo trazendo o Presidente da Província e convidados, com parada em Rio Claro para um almoço. A viagem – saída às 10h45 – levou quase cinco horas, parando em São Carlos, antes de terminar em Araraquara por volta das 16h, com muito entusiasmo, música, foguetes e discursos.
Após o jantar houve baile e a comemoração pela inauguração do novo trecho ferroviário de Rio Claro até Araraquara, apresentando uma extensão de 128 km, envolvendo pelo menos a construção de quatro pontilhões nos ribeirões: Monjolinho, Cancan, Chibarro e Ouro.
Com a chegada do primeiro trem veio a transformação econômica de Araraquara.

Primeiro horário de trens da E. F. Araraquara em 1898 - o trem passava por Cruzes - hoje Cesario Bastos - e chegava a Itaquerê - hoje Bueno de Andrada. Notar que a primeira viagem foi em 1° de outubro e a notícia saiu somente no dia 2 (O Estado de S. Paulo, 2/10/1898).

Pesquisa e colaboração: Silvia Gustavo Fonte com trechos do livro “Os Senhores dos Verdes Campos”, do jornalista Ivan Roberto Peroni

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025


domingo, 12 de janeiro de 2025

Cosmologias - Espaço do Conhecimento UFMG - Belo Horizonte - MG

 O Espaço do Conhecimento UFMG é um espaço cultural diferenciado, que conjuga cultura, ciência e arte. Sua missão é difundir o conhecimento científico e produzir diversos saberes, propondo linguagens que combinam conteúdos, de forma lúdica.
No local, o público encontra programação diversificada como exposições, sessões de planetário e no terraço astronômico, oficinas, debates, projeções na fachada digital, visitas mediadas, além de outras atrações.
As cosmogonias são princípios religiosos, míticos ou científicos tentam explicar a origem do universo e influenciam a nossa visão de mundo. No Espaço do Conhecimento UFMG, o público pode ver cenários construídos em papel e ouvir as narrações sobre cinco cosmogonias: yorùbá, maxakali, grega, maia-quiché e judaico-cristã.
Diferentemente das cosmogonias, as cosmologias são narrativas escritas e tem um autor. São menos figurativas que as cosmogonias e mais conceituais, abstratas e sistemáticas. Como na abordagem científica, buscam desvendar metodicamente os princípios e as leis da natureza, que atuariam desde sempre e sem interferências divinas.
Cosmogonia grega, como os gregos explicavam o surgimento do universo: Muitas pessoas conhecem os deuses gregos, como os irmãos Zeus, Poseidon e Hades. Mas nem todos conhecem seus antepassados ou como começou o universo segundo a tradição grega. Na verdade, existe um longo caminho antes de chegarmos aos deuses mais conhecidos.

Exposição Cosmologias
A memória de um povo pode ser guardada nas histórias que narram, de várias formas, as relações entre os seres e a natureza, seus significados, os acontecimentos e as mudanças. Esses saberes baseados na experiência de tantos, por muitos anos, podem, então, ser conhecidos pelos que aprendem a ouvi-los. 
Cada povo tem sua narrativa sobre a origem do mundo. Cada cultura conta sua história de acordo com suas tradições, seja pelo caminho da escrita, da ciência e da racionalidade, seja através da oralidade e de uma compreensão ampliada do Cosmos.
Os judeus e os cristãos encontram sua fonte de conhecimento na Bíblia; os maias, no Popol Vuh; os gregos, em Homero… Os que não escreveram suas histórias encontram-nas em falas, cantos e ritos que também podem ser registrados de diferentes formas. 
Na instalação, o público pode apreciar esculturas construídas em papel enquanto ouve narrações sobre seis diferentes cosmologias: Yorùbá, Maxakali, Grega, Maia-quiché, Judaico-cristã e Latina.

Consultoria: Adriana Vidotte, Jacyntho Lins Brandão, Maria Inês de Almeida, Olusegun Michael Akinruli, Bernardo Jefferson e Miriam Campolina
Esculturas em papel:
Criação, projeto e montagem: Marcelo Bicalho
Assistente de arte e montagem: Márcia Sobral
Auxiliares de montagem: Diogo Moreira e Vivianne Nardi

Endereço
Praça da Liberdade, s/n – Funcionários
Belo Horizonte – MG – CEP: 30140-010

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025