sábado, 7 de junho de 2025

Roteiro de Moto: Estrada Real - 1º Dia - Pontos Turísticos em Paraty

 Com certeza! Paraty é uma cidade rica em história e belezas naturais. Aqui estão alguns dos principais pontos turísticos que você pode explorar: 
No Centro Histórico
O coração de Paraty, o Centro Histórico, é um Patrimônio Mundial da UNESCO e um passeio por suas ruas de pedra já é uma atração por si só. Não deixe de visitar:
Igrejas Históricas: As principais são a Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, com sua arquitetura imponente, e a Igreja de Santa Rita, que é uma das mais fotografadas e abriga o Museu de Arte Sacra.
Casario Colonial: Admire as fachadas coloridas e a arquitetura bem preservada das casas, muitas das quais hoje são lojas de artesanato, ateliês, restaurantes e pousadas.
Ruas de Pedra: Caminhar pelas ruas de pedra é uma experiência única, especialmente na maré alta, quando algumas delas são parcialmente invadidas pela água.
Outros Locais de Interesse
Cais de Turismo: É o ponto de partida para os diversos passeios de escuna e barco que levam às ilhas e praias paradisíacas da região.
Museu Forte Defensor Perpétuo: Localizado no alto de uma colina, oferece uma vista panorâmica espetacular da baía de Paraty e abriga exposições sobre a história da cidade e do período colonial.
Passeios de Charrete: Para uma experiência mais tradicional e charmosa, você pode fazer um passeio de charrete pelo centro histórico.
Gastronomia
Paraty também é famosa pela qualidade de sua gastronomia, ofertando desde as tradicionais receitas caiçaras e indígenas, iguarias portuguesas e africanas, a pratos da culinária internacional. A maior parte dos restaurantes se localiza no centro histórico, oferecendo grande diversidade de serviços, muitos com música ao vivo. 
Os doces típicos locais, como o pé-de-moleque, o maçapão e o manuê-de-bacia, chamam atenção pelo paladar e pela forma como são vendidos, por ambulantes nas ruas do centro histórico em carrinhos de madeira. A todo momento um carrinho de doces cruza por quem está perambulando pelo centro histórico, o que pode ser um bom convite a recarregar as energias e continuar o passeio.
Outra atração gastronômica imperdível em Paraty é a fabricação artesanal de cachaça, tradição que remonta ao século XVIII. O município já chegou a ter mais de 200 engenhos e casas de moenda, e possui atualmente cinco engenhos artesanais em funcionamento, incluindo roda d’ água, moenda, barris de carvalho, fogão de cobre e fogo à lenha.
Aproveite sua estadia em Paraty antes de pegar a estrada!

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025

domingo, 1 de junho de 2025

Roteiro de Moto: Estrada Real (12 Dias) - Partindo de Paraty

A Estrada Real, Minas Gerais foi o caminho que servia para escoar as riquezas do Brasil na época da Colônia, e várias cidades se desenvolveram a partir dessas estradas. Atualmente é a maior rota de turismo do Brasil, possuindo 1.630km de extensão em 3 estados brasileiros: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. 
Rica em cultura, a rota preserva muitas igrejas e construções da época de sua criação. O entorno também é vasto em belezas naturais, com muitas cachoeiras e mirantes, proporcionando ao turista visões incríveis.
São quatro os caminhos da Estrada Real, o Caminho dos Diamantes, o Caminho Velho, o Caminho Novo e o Caminho de Sabarabuçu, cada um com sua história.
Antes de começar uma experiência pela Estrada Real, solicite o passaporte da Estrada Real. Isso pode ser feito no site do Instituto Estrada Real. É só selecionar a opção passaporte, preencher o formulário, aguardar o recebimento do e-mail, o passaporte é uma ótima forma de deixar registradas as suas aventuras, já que poderá colecionar os carimbos de cada região visitada. No meu caso optei por baixar o aplicativo para celular, que funciona de modo similar.

Ponto de Partida: Paraty, RJ

Dia 1: Chegada em Paraty e Exploração da Cidade
Manhã/Tarde: Chegue em Paraty. Faça o check-in na sua pousada.
Tarde: Almoce e comece a explorar o charmoso centro histórico a pé. Perca-se pelas ruas de pedra, visite as igrejas (como a Matriz de Nossa Senhora do Remédios e a Igreja de Santa Rita), e admire a arquitetura colonial.
Noite: Desfrute de um jantar em um dos excelentes restaurantes de Paraty.
Hospedagem: Paraty

Dia 2: De Paraty a Cunha e depois para Passa Quatro
Manhã: Parta de Paraty rumo a Cunha (aprox. 50 km). A estrada entre Paraty e Cunha (SP-171) é uma das mais bonitas do Brasil, repleta de curvas, vistas panorâmicas e muitas cachoeiras. Aproveite o caminho! Em Cunha, você pode visitar os famosos ateliês de cerâmica.
Almoço: Em Cunha.
Tarde: Siga para Passa Quatro, em Minas Gerais (aprox. 70 km). Essa cidade é um dos primeiros pontos da Estrada Real em MG, conhecida pela Serra da Mantiqueira e a Maria Fumaça.
Noite: Jantar e pernoite em Passa Quatro.
Hospedagem: Passa Quatro

Dia 3: De Passa Quatro a Caxambu e São Lourenço
Manhã: Saia de Passa Quatro em direção a Caxambu (aprox. 40 km). Caxambu é famosa por seu Parque das Águas, com diversas fontes de águas minerais.
Almoço: Em Caxambu.
Tarde: Prossiga para São Lourenço (aprox. 20 km), outra cidade do Circuito das Águas, com seu parque e um belo lago.
Noite: Jantar e pernoite em São Lourenço.
Hospedagem: São Lourenço

Dia 4: De São Lourenço a Tiradentes
Manhã: Comece o dia na estrada rumo a Tiradentes (aprox. 80 km).
Tarde: Chegue e faça o check-in na sua pousada. Explore as charmosas ruas de pedra de Tiradentes, seus ateliês de artesanato, a Matriz de Santo Antônio e os diversos museus.
Noite: Jantar em um dos aclamados restaurantes de Tiradentes.
Hospedagem: Tiradentes

Dia 5: Tiradentes e São João del-Rei
Manhã: Faça o clássico passeio de Maria Fumaça entre Tiradentes e São João del-Rei (verifique os horários com antecedência).
Tarde: Em São João del-Rei, explore o centro histórico, as igrejas barrocas e a Igreja de São Francisco de Assis.
Fim de Tarde: Retorne para Tiradentes de Maria Fumaça ou de moto (aprox. 15 km).
Noite: Jantar e pernoite em Tiradentes.
Hospedagem: Tiradentes

Dia 6: De Tiradentes a Bichinho e Prados
Manhã: Curta viagem de Tiradentes até Bichinho (aprox. 10 km). Este vilarejo é um verdadeiro polo de artesanato, perfeito para encontrar peças únicas e apreciar a arte local.
Almoço: Em Bichinho.
Tarde: Se quiser, siga para Prados (aprox. 5 km), um município vizinho que também oferece um rico artesanato e um ambiente tranquilo.
Noite: Jantar e pernoite em Bichinho ou Prados.
Hospedagem: Bichinho/Prados

Dia 7: De Prados/Bichinho a Congonhas e Ouro Preto
Manhã: Parta em direção a Congonhas (aprox. 60 km). Visite o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, Patrimônio Mundial da UNESCO, e as impressionantes obras de Aleijadinho.
Almoço: Em Congonhas.
Tarde: Siga para Ouro Preto (aprox. 40 km). Chegue na cidade histórica mais icônica de Minas Gerais.
Noite: Jantar e pernoite em Ouro Preto.
Hospedagem: Ouro Preto

Dia 8: Ouro Preto e Mariana
Manhã: Dedique a manhã a explorar Ouro Preto. Caminhe pelas ladeiras, visite a Praça Tiradentes, o Museu da Inconfidência e a Igreja de São Francisco de Assis.
Almoço: Em Ouro Preto.
Tarde: Curta viagem de moto até Mariana (aprox. 15 km). Explore a primeira capital de Minas Gerais, visite a Catedral da Sé e, se houver tempo e interesse, a Mina da Passagem.
Noite: Retorno para Ouro Preto. Jantar e pernoite na cidade.
Hospedagem: Ouro Preto

Dia 9: De Ouro Preto a Ouro Branco
Manhã: Despedida de Ouro Preto. Comece o retorno em direção ao Caminho Novo da Estrada Real. O destino do dia pode ser Ouro Branco ou Conselheiro Lafaiete (aprox. 50-70 km, dependendo da cidade escolhida). São cidades com boa infraestrutura para pernoite.
Tarde: Tempo livre para descanso ou uma pequena exploração local.
Noite: Jantar na cidade escolhida.
Hospedagem: Ouro Branco ou Conselheiro Lafaiete

Dia 10: De Ouro Branco a Diamantina
Manhã: Saída de Ouro Preto em direção a Diamantina (aprox. 180 km). Esta é a etapa mais longa da viagem, então prepare-se para um dia na estrada. A paisagem é linda, mas é importante verificar as condições da estrada antes de partir.
Tarde/Noite: Chegada em Diamantina. Faça o check-in na sua pousada e aproveite para descansar um pouco depois da viagem.
Hospedagem: Diamantina

Dia 11: Diamantina
Dia Inteiro: Explore Diamantina. Visite a Casa de Chica da Silva, a Rua do Mucuri, a Catedral Metropolitana e a Casa do Juscelino Kubitschek. Caminhe pelas ruas de pedra e admire a arquitetura colonial.
Noite: Desfrute de um jantar em Diamantina. A cidade tem ótimos restaurantes com comida mineira.
Hospedagem: Diamantina

Dia 12: Retorno para Araraquara
Manhã: Café da manhã e início da viagem de retorno para Araraquara, ou para sua cidade de origem, com a bagagem cheia de histórias e paisagens da Estrada Real!

Lembretes Essenciais para a Viagem de Moto
Condições das Estradas: A maior parte do Caminho Velho e do Caminho Novo é pavimentada, mas espere encontrar trechos de terra, especialmente em acessos a vilarejos ou rotas mais cênicas. Uma moto trail ou big trail é a mais indicada.
Documentação: Sempre tenha sua CNH e os documentos da moto em dia e à mão.
Equipamento: Use sempre o equipamento de segurança completo (capacete, jaqueta com proteção, luvas, calça e bota).
Bagagem: Leve o mínimo necessário. Sacos e mochilas impermeáveis são seus melhores amigos!
Combustível: Abasteça sempre que tiver oportunidade, especialmente antes de trechos mais longos entre cidades.
Clima: Junho e julho são meses de inverno em Minas Gerais, com dias ensolarados e temperaturas amenas, mas as noites podem ser bem frias. Leve roupas adequadas para o frio.
GPS/Mapas Offline: O sinal de celular pode ser inconstante em algumas regiões. Um GPS ou aplicativo de navegação com mapas offline é crucial.
A Estrada Real é uma viagem que conecta história, natureza e cultura. Com a moto, a experiência é ainda mais intensa! Se tiver mais alguma dúvida ou quiser ajustar algo, me diga!

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025

domingo, 11 de maio de 2025

Arraial do Senhor Bom Jesus das Palmeiras e São Lourenço do Turvo - Matão

 A partir do ano de 1890, inúmeras pessoas vindas de outras zonas e municípios vizinhos adquiriram terras na região, onde mais tarde se ergueria o Arraial do Senhor Bom Jesus das Palmeiras e futuramente a cidade de Matão. O chapadão era exuberante e as terras de boa qualidade e estava encravado na sesmaria do Matão, nome esse que teve origem devido à existência de matas muito densas e de alto porte. Era denominado Campo de Água Vermelha e pertencia ao Sr. José Inocêncio da Costa, o qual residia numa choupana, situada próxima do córrego, que atualmente separa a cidade da Vila Santa Cruz.
Em 1892, já tinham se estabelecido na zona, formando fazendas de café, entre outros, os Srs. Ismael da Silveira Leite e seus irmãos Theofilo, Francisco e Sérgio, Amador Pires Corrêa, José de Arruda Campos, Antônio da Silva Coelho, José Brochado Corrêa, Leão Pio de Freitas, João Bellintani, Joaquim Cabral de Carvalho, Théofilo Dias de Toledo e seu irmão Mathias, Januário Malzoni e seus irmãos Núncio e Domingos e Augusto dos Santos. Em vista da salubridade do local e objetivando dar mais conforto aos seus moradores, nasceu a idéia da fundação de uma vila, tanto assim, que em 13-11-1892 houve uma reunião para tal fim, da qual foi lavrada uma ata. A comissão, adquiriu do Sr. José Inocêncio da Costa, então proprietário das terras, onde futuramente se ergueria nova vila, dez alqueires de terras por um conto de réis – fez doação das mesmas para a fundação da nova povoação. Adquirido o patrimônio, marcou-se o local onde se ergueria a Capela, dedicada ao Senhor Bom Jesus das Palmeiras, nome esse com que foi batizada a Vila recém-fundada.
O número cada vez maior de colonos que chegavam para cultivar suas terras e o estabelecimento de casas de comércio e indústrias impulsionaram o desenvolvimento da região.
A prova maior do interesse que a região despertava foi a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Araraquara em fins de 1889, um dos principais fatores de desenvolvimento do município.
Em 19 de setembro de 1895, foi criado o distrito policial de Bom Jesus das Palmeiras e, em 7 de maio de 1897, passou à categoria de distrito, mudando o nome para Matão, do município de Araraquara. Em 27 de agosto de 1898, criava-se o município.

Matão
Distrito criado com a denominação de Matão pela Lei Estadual n.º 499, de 07-05-1897, subordinado ao município de Araraquara.
Elevado à categoria de município com a denominação de Matão pela Lei Estadual n.º 567, de 27-08-1898, sendo desmembrado do município de Araraquara. Constituído do distrito sede. Instalado em 28-03-1899.
Elevado à categoria de cidade e sede do município com a denominação de Matão, pela Lei Estadual n.º 1.038, de 19-12-1906.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 3 distritos: Matão, Dobrada e São Lourenço do Turvo.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município permanece constituído de 3 distritos: Matão, Dobrada e São Lourenço do Turvo. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
A Lei Estadual n.º 8.092, de 28-02-1964, desmembra do município de Matão o distrito de Dobrada.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968 o município é constituído de 2 distritos: Matão e São Lourenço do Turvo. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.

São Lourenço do Turvo
Não se sabe ao certo qual foi a data da fundação do distrito de São Lourenço do Turvo. O documento mais antigo que se tem conhecimento comprovando a existência da povoação é a acta da sessão extraordinária da Câmara Municipal de Matão, datada de 06 de maio de 1899, onde é citada uma comissão de negociantes da Capela do Turvo, que se organizaram e foram a Matão reivindicar seus direitos. Eles reivindicavam o direito de igualdade de isenção de impostos que era concedido aos comerciantes de Matão através de uma resolução da Câmara Municipal de Araraquara; em razão do recém formado município ainda não ter instituído o seu código de posturas. Aqueles negociantes deveriam ter os mesmos direitos em razão daquele povoado ter evoluído para bairro do município de Matão. Todavia tal pedido daquela comissão só foi analisado na quinta sessão ordinária da Câmara Municipal, datada de 15 de maio de 1899, onde a Câmara reconhece que aqueles negociantes já estavam estabelecidos no Bairro do Turvo antes da formação do município de Matão.
No atual Distrito de São Lourenço do Turvo, o primeiro registro de sepultamento foi de uma criança de nome Mário Fontana com 01 mês de idade, ocorrido em 26 de dezembro de 1902 em terras particulares que posteriormente foram doadas ao município. 
Em sete de junho de um mil novecentos e quatro, foi lavrada a escritura pública de doação conforme: “Livro nº 08, folhas nº 97 do Cartório da Villa do Mattão, onde Antonio Franco Fermino e sua mulher Dona Leopoldina Maria de Jesus e Geronymo Antonio dos Santos doaram juntos à Câmara Municipal do Mattão representada pelo seu Intendente Major Mathias Dias de Toledo e seu Presidente Major Leopoldo Clementino Moreira, uma quarta e meia de terras ou hum mil e oitocentos e setenta e cinco braças quadradas para ser estabelecido o cemitério municipal, no lugar onde tem uma cruz, nas imediações da povoação do Turvo, na margem esquerda do Ribeirão São Lourenço neste município e freguesia do Mattão, com as seguintes confrontações: Rosa Gôndo e Ângelo Cardilli, Fontana e Companhia, Fazenda de São Lourenço do Turvo, Fazenda denominada Fazendinha, Onça, Cachoeira do Espírito Santo e outras. O primeiro registro de sepultamento depois de instituído o cemitério foi de Angelotti João falecido em 31 de julho 1904 com 45 anos de idade.

Paróquia São Lourenço do Turvo - Matão
Vicariato Senhor Bom Jesus
Paróquia criada em 11/04/2014 por Dom Paulo Sérgio Machado.
Pároco: Padre Braulino Giliolli Júnior
Endereço: Rua Luis Albino Bassoli, 67 – Centro
CEP: 15999-025 – DISTRITO DE SÃO LOURENÇO DO TURVO – MATÃO – SP

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025

domingo, 19 de janeiro de 2025

Os 140 anos da chegada do primeiro trem em Araraquara

Dia de festa para receber o primeiro trem em 1885
18 de janeiro de 1885, a cidade de Araraquara vê pela primeira vez a locomotiva e os vagões chegarem à estação, com o prolongamento do tráfego provisório entre São Carlos do Pinhal e Araraquara.
O trem inaugural partiu de Rio Claro às 10h45 e seguiu para Araraquara aqui chegando às 16 horas, onde o povo araraquarense aguardava ansioso, juntamente com todas as autoridades do município.
Um dia histórico, com grande festividade, muita música, bandeirolas, foguetes e discursos.
Com o novo trecho aberto ao tráfego, o tronco desta via férrea foi elevado a 128 quilômetros (Araraquara – Rio Claro). Anos mais tardes, em 1898, foi instituído sob a liderança do Coronel Carlos Batista Magalhães, a sociedade que iniciaria a abertura da Estrada de Ferro Araraquara.

Como chegou o primeiro Trem – A história
Chegada do primeiro trem da Rio-Clarense em Araraquara, em 18 de janeiro de 1885. À frente da locomotiva está escrito: "Viva o Visconde do Pinhal, Digno Presidente da Cia. Rio Claro, Viva Araraquara!" 
A Companhia Paulista de Estradas de Ferro, de acordo com o Álbum de Araraquara editado em 1915 por João Silveira, mandou fazer estudos para trazer sua linha de bitola larga de São Carlos até a nossa cidade, passando pelo “Morro Pelado” por volta de 1882. O Governo da Província não aprovou esses estudos da Paulista que desistiu então de construir a estrada.
De Santos até Campinas a concessão ferroviária era da São Paulo Raylway Cy; a partir daí até Rio Claro era de domínio da Paulista, que desistiu na época de chegar até Araraquara
Em outubro de 1880 tinha sido dada a concessão para uma estrada de Rio Claro até São Carlos ao engenheiro Adolpho Augusto Pinto, que mais tarde, transferiu a concessão ao Conde do Pinhal, que organizou a Companhia Rio Claro de Estradas de Ferro e construiu a ferrovia até São Carlos.

O próprio Conde do Pinhal – Tenente-Coronel Antonio Carlos de Arruda Botelho – um fazendeiro, político e banqueiro, no primeiro semestre de 1884, veio até Araraquara e convocou uma reunião na Câmara Municipal para dizer que, se em nossa cidade fossem tomadas ações que valessem seiscentos contos, a sua companhia traria a estrada de ferro num prazo de seis meses.
O capital logo foi tomado e a promessa cumprida, sendo inaugurada a estrada em Araraquara em 18 de janeiro de 1885. Logo, a conquista colocou o município na rota do desenvolvimento, possibilitando o escoamento do agronegócio, basicamente o café, até o Porto de Santos.
Só que a chegada da ferrovia não beneficiaria apenas os fazendeiros de Araraquara. O próprio Conde do Pinhal poderia expandir seus negócios, pois como lavrador, havia criado várias fazendas de café em São Carlos, Jaú e Ribeirão Preto, além da Companhia Agrícola de Ribeirão Preto com nove fazendas e um total de dois milhões de cafeeiros e produção média anual de duzentas mil arrobas de café beneficiado. As fazendas cooperativadas eram ligadas entre si por uma estrada de ferro particular que ele também havia construído.
José Pinto Ferraz, na Fazenda Itaquerê; Joaquim Corrêa de Arruda, em Santa Lúcia; Antonio Thomaz de Aquino, em Motuca, cafeicultores da época, tiveram seus nomes apontados entre os acionistas ao lado de outras figuras ilustres, responsáveis pela chegada da ferrovia: comendador Joaquim Lourenço Correa, coronel Joaquim Duarte Pinto Ferraz, Joaquim de Souza Pinheiro, Joaquim Carvalho de Oliveira, Francisco de Paula Corrêa e Silva, Antonio Lourenço Correa, coronel João de Almeida Leite de Moraes, coronel José Xavier de Mendonça, Joaquim de Sampaio Peixoto, Francisco Vaz de Almeida, além de outros.
Para a inauguração da ferrovia um trem saiu de São Paulo trazendo o Presidente da Província e convidados, com parada em Rio Claro para um almoço. A viagem – saída às 10h45 – levou quase cinco horas, parando em São Carlos, antes de terminar em Araraquara por volta das 16h, com muito entusiasmo, música, foguetes e discursos.
Após o jantar houve baile e a comemoração pela inauguração do novo trecho ferroviário de Rio Claro até Araraquara, apresentando uma extensão de 128 km, envolvendo pelo menos a construção de quatro pontilhões nos ribeirões: Monjolinho, Cancan, Chibarro e Ouro.
Com a chegada do primeiro trem veio a transformação econômica de Araraquara.

Primeiro horário de trens da E. F. Araraquara em 1898 - o trem passava por Cruzes - hoje Cesario Bastos - e chegava a Itaquerê - hoje Bueno de Andrada. Notar que a primeira viagem foi em 1° de outubro e a notícia saiu somente no dia 2 (O Estado de S. Paulo, 2/10/1898).

Pesquisa e colaboração: Silvia Gustavo Fonte com trechos do livro “Os Senhores dos Verdes Campos”, do jornalista Ivan Roberto Peroni

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025


domingo, 12 de janeiro de 2025

Cosmologias - Espaço do Conhecimento UFMG - Belo Horizonte - MG

 O Espaço do Conhecimento UFMG é um espaço cultural diferenciado, que conjuga cultura, ciência e arte. Sua missão é difundir o conhecimento científico e produzir diversos saberes, propondo linguagens que combinam conteúdos, de forma lúdica.
No local, o público encontra programação diversificada como exposições, sessões de planetário e no terraço astronômico, oficinas, debates, projeções na fachada digital, visitas mediadas, além de outras atrações.
As cosmogonias são princípios religiosos, míticos ou científicos tentam explicar a origem do universo e influenciam a nossa visão de mundo. No Espaço do Conhecimento UFMG, o público pode ver cenários construídos em papel e ouvir as narrações sobre cinco cosmogonias: yorùbá, maxakali, grega, maia-quiché e judaico-cristã.
Diferentemente das cosmogonias, as cosmologias são narrativas escritas e tem um autor. São menos figurativas que as cosmogonias e mais conceituais, abstratas e sistemáticas. Como na abordagem científica, buscam desvendar metodicamente os princípios e as leis da natureza, que atuariam desde sempre e sem interferências divinas.
Cosmogonia grega, como os gregos explicavam o surgimento do universo: Muitas pessoas conhecem os deuses gregos, como os irmãos Zeus, Poseidon e Hades. Mas nem todos conhecem seus antepassados ou como começou o universo segundo a tradição grega. Na verdade, existe um longo caminho antes de chegarmos aos deuses mais conhecidos.

Exposição Cosmologias
A memória de um povo pode ser guardada nas histórias que narram, de várias formas, as relações entre os seres e a natureza, seus significados, os acontecimentos e as mudanças. Esses saberes baseados na experiência de tantos, por muitos anos, podem, então, ser conhecidos pelos que aprendem a ouvi-los. 
Cada povo tem sua narrativa sobre a origem do mundo. Cada cultura conta sua história de acordo com suas tradições, seja pelo caminho da escrita, da ciência e da racionalidade, seja através da oralidade e de uma compreensão ampliada do Cosmos.
Os judeus e os cristãos encontram sua fonte de conhecimento na Bíblia; os maias, no Popol Vuh; os gregos, em Homero… Os que não escreveram suas histórias encontram-nas em falas, cantos e ritos que também podem ser registrados de diferentes formas. 
Na instalação, o público pode apreciar esculturas construídas em papel enquanto ouve narrações sobre seis diferentes cosmologias: Yorùbá, Maxakali, Grega, Maia-quiché, Judaico-cristã e Latina.

Consultoria: Adriana Vidotte, Jacyntho Lins Brandão, Maria Inês de Almeida, Olusegun Michael Akinruli, Bernardo Jefferson e Miriam Campolina
Esculturas em papel:
Criação, projeto e montagem: Marcelo Bicalho
Assistente de arte e montagem: Márcia Sobral
Auxiliares de montagem: Diogo Moreira e Vivianne Nardi

Endereço
Praça da Liberdade, s/n – Funcionários
Belo Horizonte – MG – CEP: 30140-010

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025