quinta-feira, 23 de junho de 2022

Casa de Pelé - Três Corações - MG

 O espaço é um convite para que os visitantes conheçam um pouco da história da família e dos primeiros anos de vida de Pelé. A Casa Pelé é um resgate histórico da Três Corações do início dos anos 40 e remonta à infância simples daquele que se tornou o Rei do Futebol.
A memória e a mística do local em que Pelé nasceu e viveu até os três anos continuam mantidas na Casa Pelé, em Três Corações (MG). O imóvel foi inaugurado em setembro de 2012 e marcou também a data em que o Rei esteve na cidade pela última vez. O local é uma réplica construída no mesmo terreno onde a antiga casa era localizada. O Rei do futebol morreu nesta quinta-feira (29) aos 82 anos.
A casa foi reconstituída com os mínimos detalhes possíveis de como era a vida do pequeno Edson em meados de 1940: portão de maneira, cômodos simples e pequenos, fogão à lenha e muitas lembranças.
Além das réplicas dos objetos que pertenciam à casa, o imóvel possui o berço original que dormia Pelé. O parto do Rei ocorreu no próprio quarto em que o móvel está colocado.
Foi construída pelo artista plástico Fernando Ortiz, que há mais de 30 anos ele trabalha para que a cidade abrace definitivamente o homem mais famoso que já nasceu por lá.
Obsessivo com essa missão, Fernando lutava para reconstruir a casa onde a família Arantes (os proprietários eram os avós maternos do Rei) viu o garoto nascer e viver até o 3 anos de idade.
Foi uma tremenda batalha na tentativa de convencer o poder público e a população local sobre a importância desse resgaste histórico e o quanto isso ajudaria Três Corações a prosperar no campo do turismo, por exemplo.
Fernando obteve várias vitórias ao longo dos anos. Uma delas foi conseguir que o espaço onde um dia foi a residência --o local virou um terreno baldio, com duas invasões-- fosse repassado ao município.
Para que isso fosse possível, ele recorreu a Danielle Nascimento, filha de Maria Lúcia, irmã de Pelé, e advogada do Rei. Ela conseguiu fazer todos os procedimentos para regularizar a escritura.

Aí entrou em cena outra missão de Fernando. Sem qualquer imagem, planta ou referência visual de como era a casa, ele fez a reconstituição a partir das lembranças de Jorge Arantes, o tio de Pelé, e dona Celeste.
Foram entrevistas presenciais, que emocionaram toda a família, em Santos. Cada espaço, cada móvel e cada canto estava nas lembranças de Jorge e Celeste. Desde as cores do piso até os detalhes das paredes, dos quartos etc.
Com a escritura em ordem e o projeto da casa desenhado, o Ministério do Turismo abraçou a causa. A pasta liberou verba de R$ 156 mil, valor total do orçamento para a reconstrução do que um dia foi a casa de Pelé.
A inauguração ocorreu, em 23 de setembro de 2012, data de aniversário de fundação da cidade, com Pelé presente.

Casa Pelé - Três Corações
Rua Edson Arantes do Nascimento, 1000, Centro. CEP: 37410-000. 

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/07/2022

domingo, 5 de junho de 2022

ALBUM ARARAQUARA - ESTADO DE SAO PAULO - BRASIL - 1948

ALBUM ARARAQUARA - ESTADO DE SAO PAULO - BRASIL - 1948
Organização e edição de: Nelson Martins de Almeida

Colaboração Literária de: PIO LOURENÇ0 CORREA, CINCINATO BRAGA, BENTO DE ABREU SAMPAIO VIDAL, JOSÉ TESCARI e DORIVAL ALVES
 
ALBUM ARARAQUARA -
ESTADO DE SAO PAULO -
BRASIL - 1948
Após uma série inenarrável de dificuldades e obstáculos, chega à luz o ALBUM DE ARARAQUARA!
Culpa nos cabe desses obstáculos, pois, haviam - nos precavido de que eles seriam inúmeros, e outros chegaram mesmo a afirmar que tal empreendimento seria inexequível. Quase chegamos a acreditar que nossos conselheiros estavam com a razão, porém , fizemos ouvido de mercador e não queríamos imitar a tartaruga que, encontrar uma pedra em seu caminho , encostou-se a ela, esperando que outrem a remova dali.
Sem indecisão atiramo-nos à luta! E esta foi árdua, renhido, cheio de apreensões. Nela empregamos todos os nossos esforços, boa vontade, esperanças, recursos .
Chegámos, enfim, ao término da jornada, colimando com êxito o nosso ousado objetivo, que era o dotar Araraquara de um elemento histórico ilustrativo, prestando desta forma à municipalidade local, e consequentemente, ao próprio município, os benefícios decorrentes da divulgação de suas riquezas, de sua capacidade produtora e comercial, de sua cultura, de seus empreendimentos e de sua importância no conjunto das cidades brasileiras. 
O leitor julgará talvez que estejamos exagerando quando nos referimos aos nossos obstáculos; todavia, sabendo- se que não contamos com o apoio material dos poderes públicos e nem com o interesse de participação das propriedades agrícolas, hão de convir o risco de um fracasso em que nos submetemos, quando a situação nos era ainda sombria, os possibilidades de sucesso se nos apresentavam remotas, imprevisíveis, incertas.
Vai daí por que, agora o compreendemos, depois da execução do primeiro Álbum de Araraquara , de autoria de Antônio M . França e João Silveira , isto em 1915, ou seja, há 33 anos passados, outro não houve que ousasse repetir- lhes o empreendimento, e, aqueles que o tentaram (e foram vários) desistiram do intento, logo ao primeiro contado com os obstáculos imprevistos, ocultos sob o manto da inexperiência .
Seis meses custou a nossa vitória! Seis meses de trabalho de interrupto e uma série de contratempos vencidos com paciência e perseverança.
Esperamos, pois, que tudo isto seja reconhecido pelo leitor inteligente, dando a esta obra o valor que ela merece, mormente em se tratando de assunto que diz respeito à sua própria cidade.
Admire- a, portanto, como o fazeis à tua próprio terra, que aprendestes a amor e da qual orgulhas- te de ser filho.

Araraquara
São Paulo, 22 de Agosto de 1948.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

ALBUM ARARAQUARA - ESTADO DE SAO PAULO - BRASIL - 1915

ARARAQUARA - ESTADO DE SAO PAULO - BRASIL
ORGANIZADO POR  ANTONIO M. FRANÇA SOB OS AUSPÍCIOS DA CAMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA - 1915

ALBUM ARARAQUARA
ESTADO DE SAO PAULO
BRASIL - 1915
    
Pedem V.as S.as a minha impressão respeito á obra ALBUM DE ARARAQUARA. Posso, e com, prazer o faço, declarar que essa impressão é excelente. Tem passado a proverbio que somos um pai, desconhecido e desconhecido, sobretudo, de nós mesmos. É natural que procuremos corrigir-nos desse defeito, e que acabemos por interessar-nos mais pelas nossas coisas do que pelos interesses alheios. 
Temos o gosto algum tanto roceiro de preocupar-nos demais com a vida de outrem, e pouquíssimo, descuidadamente, com a nossa. Entretanto, a nossa terra e a nossa vida não são assim desinteressantes, sobretudo para nós. Cuidemos delas que vale a pena.
    O ALBUM DE ARARAQUARA é minha pequenina, modesta contribuição para essa vasta obra necessária e urgente. Representa um esforço merecedor dos melhores louvores, e digno de imitação. Ainda não há muito, a Câmara de Santos levava a cabo o recenseamento daquele município; agora, a de Araraquara proporciona, por meio deste Álbum, a organização e publicação de uma obra utilíssima de documentação histórica e estatística do desenvolvimento da sua cidade. Que esses tempos, dados em pequenas tentativas isoladas, por assim dizer individuais, proliferem: e afinal a nossa terra se habilitará a conhecer-se a si mesma. Creio que melhor a conhecendo 110 seu passado e 110 seu presente, no que foi e no que se tem feito, melhor a amaremos. 
    Não tenho senão aplausos para a tentativa feliz que o ALBUM DE ARARAQUARA representa: essa tentativa, louvável na concepção, realização com excelente sucesso. Lendo-se o consciencioso e interessante apanhado histórico com que abre a obra, e vendo-se depois,  em tantos dados de que é farto o livro, a documentação do que se tem em pouco mais de um século desse vago sertão de Araraquara ao qual, ainda em 1788, se referia o celebre Lacerda e Almeida, tem-se espontaneamente uma impressão consoladora de confiança... No futuro? Em nós mesmos.
    As obras como essa valem por pequenas mas eloquentes lições de civismo. Ensinam-nos o conhecimento útil da nossa terra. Conheçamos a, ganharemos com isso o dar-lhe o amor e a estima que ela merece.

Vicente de Carvalho
São Paulo, 5 de Março de 1915.