sábado, 7 de junho de 2025

Roteiro de Moto: Estrada Real - 1º Dia - Pontos Turísticos em Paraty

 Com certeza! Paraty é uma cidade rica em história e belezas naturais. Aqui estão alguns dos principais pontos turísticos que você pode explorar: 
No Centro Histórico
O coração de Paraty, o Centro Histórico, é um Patrimônio Mundial da UNESCO e um passeio por suas ruas de pedra já é uma atração por si só. Não deixe de visitar:
Igrejas Históricas: As principais são a Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, com sua arquitetura imponente, e a Igreja de Santa Rita, que é uma das mais fotografadas e abriga o Museu de Arte Sacra.
Casario Colonial: Admire as fachadas coloridas e a arquitetura bem preservada das casas, muitas das quais hoje são lojas de artesanato, ateliês, restaurantes e pousadas.
Ruas de Pedra: Caminhar pelas ruas de pedra é uma experiência única, especialmente na maré alta, quando algumas delas são parcialmente invadidas pela água.
Outros Locais de Interesse
Cais de Turismo: É o ponto de partida para os diversos passeios de escuna e barco que levam às ilhas e praias paradisíacas da região.
Museu Forte Defensor Perpétuo: Localizado no alto de uma colina, oferece uma vista panorâmica espetacular da baía de Paraty e abriga exposições sobre a história da cidade e do período colonial.
Passeios de Charrete: Para uma experiência mais tradicional e charmosa, você pode fazer um passeio de charrete pelo centro histórico.
Gastronomia
Paraty também é famosa pela qualidade de sua gastronomia, ofertando desde as tradicionais receitas caiçaras e indígenas, iguarias portuguesas e africanas, a pratos da culinária internacional. A maior parte dos restaurantes se localiza no centro histórico, oferecendo grande diversidade de serviços, muitos com música ao vivo. 
Os doces típicos locais, como o pé-de-moleque, o maçapão e o manuê-de-bacia, chamam atenção pelo paladar e pela forma como são vendidos, por ambulantes nas ruas do centro histórico em carrinhos de madeira. A todo momento um carrinho de doces cruza por quem está perambulando pelo centro histórico, o que pode ser um bom convite a recarregar as energias e continuar o passeio.
Outra atração gastronômica imperdível em Paraty é a fabricação artesanal de cachaça, tradição que remonta ao século XVIII. O município já chegou a ter mais de 200 engenhos e casas de moenda, e possui atualmente cinco engenhos artesanais em funcionamento, incluindo roda d’ água, moenda, barris de carvalho, fogão de cobre e fogo à lenha.
Aproveite sua estadia em Paraty antes de pegar a estrada!

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025

domingo, 1 de junho de 2025

Roteiro de Moto: Estrada Real (12 Dias) - Partindo de Paraty

A Estrada Real, Minas Gerais foi o caminho que servia para escoar as riquezas do Brasil na época da Colônia, e várias cidades se desenvolveram a partir dessas estradas. Atualmente é a maior rota de turismo do Brasil, possuindo 1.630km de extensão em 3 estados brasileiros: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. 
Rica em cultura, a rota preserva muitas igrejas e construções da época de sua criação. O entorno também é vasto em belezas naturais, com muitas cachoeiras e mirantes, proporcionando ao turista visões incríveis.
São quatro os caminhos da Estrada Real, o Caminho dos Diamantes, o Caminho Velho, o Caminho Novo e o Caminho de Sabarabuçu, cada um com sua história.
Antes de começar uma experiência pela Estrada Real, solicite o passaporte da Estrada Real. Isso pode ser feito no site do Instituto Estrada Real. É só selecionar a opção passaporte, preencher o formulário, aguardar o recebimento do e-mail, o passaporte é uma ótima forma de deixar registradas as suas aventuras, já que poderá colecionar os carimbos de cada região visitada. No meu caso optei por baixar o aplicativo para celular, que funciona de modo similar.

Ponto de Partida: Paraty, RJ

Dia 1: Chegada em Paraty e Exploração da Cidade
Manhã/Tarde: Chegue em Paraty. Faça o check-in na sua pousada.
Tarde: Almoce e comece a explorar o charmoso centro histórico a pé. Perca-se pelas ruas de pedra, visite as igrejas (como a Matriz de Nossa Senhora do Remédios e a Igreja de Santa Rita), e admire a arquitetura colonial.
Noite: Desfrute de um jantar em um dos excelentes restaurantes de Paraty.
Hospedagem: Paraty

Dia 2: De Paraty a Cunha e depois para Passa Quatro
Manhã: Parta de Paraty rumo a Cunha (aprox. 50 km). A estrada entre Paraty e Cunha (SP-171) é uma das mais bonitas do Brasil, repleta de curvas, vistas panorâmicas e muitas cachoeiras. Aproveite o caminho! Em Cunha, você pode visitar os famosos ateliês de cerâmica.
Almoço: Em Cunha.
Tarde: Siga para Passa Quatro, em Minas Gerais (aprox. 70 km). Essa cidade é um dos primeiros pontos da Estrada Real em MG, conhecida pela Serra da Mantiqueira e a Maria Fumaça.
Noite: Jantar e pernoite em Passa Quatro.
Hospedagem: Passa Quatro

Dia 3: De Passa Quatro a Caxambu e São Lourenço
Manhã: Saia de Passa Quatro em direção a Caxambu (aprox. 40 km). Caxambu é famosa por seu Parque das Águas, com diversas fontes de águas minerais.
Almoço: Em Caxambu.
Tarde: Prossiga para São Lourenço (aprox. 20 km), outra cidade do Circuito das Águas, com seu parque e um belo lago.
Noite: Jantar e pernoite em São Lourenço.
Hospedagem: São Lourenço

Dia 4: De São Lourenço a Tiradentes
Manhã: Comece o dia na estrada rumo a Tiradentes (aprox. 80 km).
Tarde: Chegue e faça o check-in na sua pousada. Explore as charmosas ruas de pedra de Tiradentes, seus ateliês de artesanato, a Matriz de Santo Antônio e os diversos museus.
Noite: Jantar em um dos aclamados restaurantes de Tiradentes.
Hospedagem: Tiradentes

Dia 5: Tiradentes e São João del-Rei
Manhã: Faça o clássico passeio de Maria Fumaça entre Tiradentes e São João del-Rei (verifique os horários com antecedência).
Tarde: Em São João del-Rei, explore o centro histórico, as igrejas barrocas e a Igreja de São Francisco de Assis.
Fim de Tarde: Retorne para Tiradentes de Maria Fumaça ou de moto (aprox. 15 km).
Noite: Jantar e pernoite em Tiradentes.
Hospedagem: Tiradentes

Dia 6: De Tiradentes a Bichinho e Prados
Manhã: Curta viagem de Tiradentes até Bichinho (aprox. 10 km). Este vilarejo é um verdadeiro polo de artesanato, perfeito para encontrar peças únicas e apreciar a arte local.
Almoço: Em Bichinho.
Tarde: Se quiser, siga para Prados (aprox. 5 km), um município vizinho que também oferece um rico artesanato e um ambiente tranquilo.
Noite: Jantar e pernoite em Bichinho ou Prados.
Hospedagem: Bichinho/Prados

Dia 7: De Prados/Bichinho a Congonhas e Ouro Preto
Manhã: Parta em direção a Congonhas (aprox. 60 km). Visite o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, Patrimônio Mundial da UNESCO, e as impressionantes obras de Aleijadinho.
Almoço: Em Congonhas.
Tarde: Siga para Ouro Preto (aprox. 40 km). Chegue na cidade histórica mais icônica de Minas Gerais.
Noite: Jantar e pernoite em Ouro Preto.
Hospedagem: Ouro Preto

Dia 8: Ouro Preto e Mariana
Manhã: Dedique a manhã a explorar Ouro Preto. Caminhe pelas ladeiras, visite a Praça Tiradentes, o Museu da Inconfidência e a Igreja de São Francisco de Assis.
Almoço: Em Ouro Preto.
Tarde: Curta viagem de moto até Mariana (aprox. 15 km). Explore a primeira capital de Minas Gerais, visite a Catedral da Sé e, se houver tempo e interesse, a Mina da Passagem.
Noite: Retorno para Ouro Preto. Jantar e pernoite na cidade.
Hospedagem: Ouro Preto

Dia 9: De Ouro Preto a Ouro Branco
Manhã: Despedida de Ouro Preto. Comece o retorno em direção ao Caminho Novo da Estrada Real. O destino do dia pode ser Ouro Branco ou Conselheiro Lafaiete (aprox. 50-70 km, dependendo da cidade escolhida). São cidades com boa infraestrutura para pernoite.
Tarde: Tempo livre para descanso ou uma pequena exploração local.
Noite: Jantar na cidade escolhida.
Hospedagem: Ouro Branco ou Conselheiro Lafaiete

Dia 10: De Ouro Branco a Diamantina
Manhã: Saída de Ouro Preto em direção a Diamantina (aprox. 180 km). Esta é a etapa mais longa da viagem, então prepare-se para um dia na estrada. A paisagem é linda, mas é importante verificar as condições da estrada antes de partir.
Tarde/Noite: Chegada em Diamantina. Faça o check-in na sua pousada e aproveite para descansar um pouco depois da viagem.
Hospedagem: Diamantina

Dia 11: Diamantina
Dia Inteiro: Explore Diamantina. Visite a Casa de Chica da Silva, a Rua do Mucuri, a Catedral Metropolitana e a Casa do Juscelino Kubitschek. Caminhe pelas ruas de pedra e admire a arquitetura colonial.
Noite: Desfrute de um jantar em Diamantina. A cidade tem ótimos restaurantes com comida mineira.
Hospedagem: Diamantina

Dia 12: Retorno para Araraquara
Manhã: Café da manhã e início da viagem de retorno para Araraquara, ou para sua cidade de origem, com a bagagem cheia de histórias e paisagens da Estrada Real!

Lembretes Essenciais para a Viagem de Moto
Condições das Estradas: A maior parte do Caminho Velho e do Caminho Novo é pavimentada, mas espere encontrar trechos de terra, especialmente em acessos a vilarejos ou rotas mais cênicas. Uma moto trail ou big trail é a mais indicada.
Documentação: Sempre tenha sua CNH e os documentos da moto em dia e à mão.
Equipamento: Use sempre o equipamento de segurança completo (capacete, jaqueta com proteção, luvas, calça e bota).
Bagagem: Leve o mínimo necessário. Sacos e mochilas impermeáveis são seus melhores amigos!
Combustível: Abasteça sempre que tiver oportunidade, especialmente antes de trechos mais longos entre cidades.
Clima: Junho e julho são meses de inverno em Minas Gerais, com dias ensolarados e temperaturas amenas, mas as noites podem ser bem frias. Leve roupas adequadas para o frio.
GPS/Mapas Offline: O sinal de celular pode ser inconstante em algumas regiões. Um GPS ou aplicativo de navegação com mapas offline é crucial.
A Estrada Real é uma viagem que conecta história, natureza e cultura. Com a moto, a experiência é ainda mais intensa! Se tiver mais alguma dúvida ou quiser ajustar algo, me diga!

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025

domingo, 11 de maio de 2025

Arraial do Senhor Bom Jesus das Palmeiras e São Lourenço do Turvo - Matão

 A partir do ano de 1890, inúmeras pessoas vindas de outras zonas e municípios vizinhos adquiriram terras na região, onde mais tarde se ergueria o Arraial do Senhor Bom Jesus das Palmeiras e futuramente a cidade de Matão. O chapadão era exuberante e as terras de boa qualidade e estava encravado na sesmaria do Matão, nome esse que teve origem devido à existência de matas muito densas e de alto porte. Era denominado Campo de Água Vermelha e pertencia ao Sr. José Inocêncio da Costa, o qual residia numa choupana, situada próxima do córrego, que atualmente separa a cidade da Vila Santa Cruz.
Em 1892, já tinham se estabelecido na zona, formando fazendas de café, entre outros, os Srs. Ismael da Silveira Leite e seus irmãos Theofilo, Francisco e Sérgio, Amador Pires Corrêa, José de Arruda Campos, Antônio da Silva Coelho, José Brochado Corrêa, Leão Pio de Freitas, João Bellintani, Joaquim Cabral de Carvalho, Théofilo Dias de Toledo e seu irmão Mathias, Januário Malzoni e seus irmãos Núncio e Domingos e Augusto dos Santos. Em vista da salubridade do local e objetivando dar mais conforto aos seus moradores, nasceu a idéia da fundação de uma vila, tanto assim, que em 13-11-1892 houve uma reunião para tal fim, da qual foi lavrada uma ata. A comissão, adquiriu do Sr. José Inocêncio da Costa, então proprietário das terras, onde futuramente se ergueria nova vila, dez alqueires de terras por um conto de réis – fez doação das mesmas para a fundação da nova povoação. Adquirido o patrimônio, marcou-se o local onde se ergueria a Capela, dedicada ao Senhor Bom Jesus das Palmeiras, nome esse com que foi batizada a Vila recém-fundada.
O número cada vez maior de colonos que chegavam para cultivar suas terras e o estabelecimento de casas de comércio e indústrias impulsionaram o desenvolvimento da região.
A prova maior do interesse que a região despertava foi a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Araraquara em fins de 1889, um dos principais fatores de desenvolvimento do município.
Em 19 de setembro de 1895, foi criado o distrito policial de Bom Jesus das Palmeiras e, em 7 de maio de 1897, passou à categoria de distrito, mudando o nome para Matão, do município de Araraquara. Em 27 de agosto de 1898, criava-se o município.

Matão
Distrito criado com a denominação de Matão pela Lei Estadual n.º 499, de 07-05-1897, subordinado ao município de Araraquara.
Elevado à categoria de município com a denominação de Matão pela Lei Estadual n.º 567, de 27-08-1898, sendo desmembrado do município de Araraquara. Constituído do distrito sede. Instalado em 28-03-1899.
Elevado à categoria de cidade e sede do município com a denominação de Matão, pela Lei Estadual n.º 1.038, de 19-12-1906.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 3 distritos: Matão, Dobrada e São Lourenço do Turvo.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município permanece constituído de 3 distritos: Matão, Dobrada e São Lourenço do Turvo. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
A Lei Estadual n.º 8.092, de 28-02-1964, desmembra do município de Matão o distrito de Dobrada.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968 o município é constituído de 2 distritos: Matão e São Lourenço do Turvo. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.

São Lourenço do Turvo
Não se sabe ao certo qual foi a data da fundação do distrito de São Lourenço do Turvo. O documento mais antigo que se tem conhecimento comprovando a existência da povoação é a acta da sessão extraordinária da Câmara Municipal de Matão, datada de 06 de maio de 1899, onde é citada uma comissão de negociantes da Capela do Turvo, que se organizaram e foram a Matão reivindicar seus direitos. Eles reivindicavam o direito de igualdade de isenção de impostos que era concedido aos comerciantes de Matão através de uma resolução da Câmara Municipal de Araraquara; em razão do recém formado município ainda não ter instituído o seu código de posturas. Aqueles negociantes deveriam ter os mesmos direitos em razão daquele povoado ter evoluído para bairro do município de Matão. Todavia tal pedido daquela comissão só foi analisado na quinta sessão ordinária da Câmara Municipal, datada de 15 de maio de 1899, onde a Câmara reconhece que aqueles negociantes já estavam estabelecidos no Bairro do Turvo antes da formação do município de Matão.
No atual Distrito de São Lourenço do Turvo, o primeiro registro de sepultamento foi de uma criança de nome Mário Fontana com 01 mês de idade, ocorrido em 26 de dezembro de 1902 em terras particulares que posteriormente foram doadas ao município. 
Em sete de junho de um mil novecentos e quatro, foi lavrada a escritura pública de doação conforme: “Livro nº 08, folhas nº 97 do Cartório da Villa do Mattão, onde Antonio Franco Fermino e sua mulher Dona Leopoldina Maria de Jesus e Geronymo Antonio dos Santos doaram juntos à Câmara Municipal do Mattão representada pelo seu Intendente Major Mathias Dias de Toledo e seu Presidente Major Leopoldo Clementino Moreira, uma quarta e meia de terras ou hum mil e oitocentos e setenta e cinco braças quadradas para ser estabelecido o cemitério municipal, no lugar onde tem uma cruz, nas imediações da povoação do Turvo, na margem esquerda do Ribeirão São Lourenço neste município e freguesia do Mattão, com as seguintes confrontações: Rosa Gôndo e Ângelo Cardilli, Fontana e Companhia, Fazenda de São Lourenço do Turvo, Fazenda denominada Fazendinha, Onça, Cachoeira do Espírito Santo e outras. O primeiro registro de sepultamento depois de instituído o cemitério foi de Angelotti João falecido em 31 de julho 1904 com 45 anos de idade.

Paróquia São Lourenço do Turvo - Matão
Vicariato Senhor Bom Jesus
Paróquia criada em 11/04/2014 por Dom Paulo Sérgio Machado.
Pároco: Padre Braulino Giliolli Júnior
Endereço: Rua Luis Albino Bassoli, 67 – Centro
CEP: 15999-025 – DISTRITO DE SÃO LOURENÇO DO TURVO – MATÃO – SP

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025

domingo, 19 de janeiro de 2025

Os 140 anos da chegada do primeiro trem em Araraquara

Dia de festa para receber o primeiro trem em 1885
18 de janeiro de 1885, a cidade de Araraquara vê pela primeira vez a locomotiva e os vagões chegarem à estação, com o prolongamento do tráfego provisório entre São Carlos do Pinhal e Araraquara.
O trem inaugural partiu de Rio Claro às 10h45 e seguiu para Araraquara aqui chegando às 16 horas, onde o povo araraquarense aguardava ansioso, juntamente com todas as autoridades do município.
Um dia histórico, com grande festividade, muita música, bandeirolas, foguetes e discursos.
Com o novo trecho aberto ao tráfego, o tronco desta via férrea foi elevado a 128 quilômetros (Araraquara – Rio Claro). Anos mais tardes, em 1898, foi instituído sob a liderança do Coronel Carlos Batista Magalhães, a sociedade que iniciaria a abertura da Estrada de Ferro Araraquara.

Como chegou o primeiro Trem – A história
Chegada do primeiro trem da Rio-Clarense em Araraquara, em 18 de janeiro de 1885. À frente da locomotiva está escrito: "Viva o Visconde do Pinhal, Digno Presidente da Cia. Rio Claro, Viva Araraquara!" 
A Companhia Paulista de Estradas de Ferro, de acordo com o Álbum de Araraquara editado em 1915 por João Silveira, mandou fazer estudos para trazer sua linha de bitola larga de São Carlos até a nossa cidade, passando pelo “Morro Pelado” por volta de 1882. O Governo da Província não aprovou esses estudos da Paulista que desistiu então de construir a estrada.
De Santos até Campinas a concessão ferroviária era da São Paulo Raylway Cy; a partir daí até Rio Claro era de domínio da Paulista, que desistiu na época de chegar até Araraquara
Em outubro de 1880 tinha sido dada a concessão para uma estrada de Rio Claro até São Carlos ao engenheiro Adolpho Augusto Pinto, que mais tarde, transferiu a concessão ao Conde do Pinhal, que organizou a Companhia Rio Claro de Estradas de Ferro e construiu a ferrovia até São Carlos.

O próprio Conde do Pinhal – Tenente-Coronel Antonio Carlos de Arruda Botelho – um fazendeiro, político e banqueiro, no primeiro semestre de 1884, veio até Araraquara e convocou uma reunião na Câmara Municipal para dizer que, se em nossa cidade fossem tomadas ações que valessem seiscentos contos, a sua companhia traria a estrada de ferro num prazo de seis meses.
O capital logo foi tomado e a promessa cumprida, sendo inaugurada a estrada em Araraquara em 18 de janeiro de 1885. Logo, a conquista colocou o município na rota do desenvolvimento, possibilitando o escoamento do agronegócio, basicamente o café, até o Porto de Santos.
Só que a chegada da ferrovia não beneficiaria apenas os fazendeiros de Araraquara. O próprio Conde do Pinhal poderia expandir seus negócios, pois como lavrador, havia criado várias fazendas de café em São Carlos, Jaú e Ribeirão Preto, além da Companhia Agrícola de Ribeirão Preto com nove fazendas e um total de dois milhões de cafeeiros e produção média anual de duzentas mil arrobas de café beneficiado. As fazendas cooperativadas eram ligadas entre si por uma estrada de ferro particular que ele também havia construído.
José Pinto Ferraz, na Fazenda Itaquerê; Joaquim Corrêa de Arruda, em Santa Lúcia; Antonio Thomaz de Aquino, em Motuca, cafeicultores da época, tiveram seus nomes apontados entre os acionistas ao lado de outras figuras ilustres, responsáveis pela chegada da ferrovia: comendador Joaquim Lourenço Correa, coronel Joaquim Duarte Pinto Ferraz, Joaquim de Souza Pinheiro, Joaquim Carvalho de Oliveira, Francisco de Paula Corrêa e Silva, Antonio Lourenço Correa, coronel João de Almeida Leite de Moraes, coronel José Xavier de Mendonça, Joaquim de Sampaio Peixoto, Francisco Vaz de Almeida, além de outros.
Para a inauguração da ferrovia um trem saiu de São Paulo trazendo o Presidente da Província e convidados, com parada em Rio Claro para um almoço. A viagem – saída às 10h45 – levou quase cinco horas, parando em São Carlos, antes de terminar em Araraquara por volta das 16h, com muito entusiasmo, música, foguetes e discursos.
Após o jantar houve baile e a comemoração pela inauguração do novo trecho ferroviário de Rio Claro até Araraquara, apresentando uma extensão de 128 km, envolvendo pelo menos a construção de quatro pontilhões nos ribeirões: Monjolinho, Cancan, Chibarro e Ouro.
Com a chegada do primeiro trem veio a transformação econômica de Araraquara.

Primeiro horário de trens da E. F. Araraquara em 1898 - o trem passava por Cruzes - hoje Cesario Bastos - e chegava a Itaquerê - hoje Bueno de Andrada. Notar que a primeira viagem foi em 1° de outubro e a notícia saiu somente no dia 2 (O Estado de S. Paulo, 2/10/1898).

Pesquisa e colaboração: Silvia Gustavo Fonte com trechos do livro “Os Senhores dos Verdes Campos”, do jornalista Ivan Roberto Peroni

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025


domingo, 12 de janeiro de 2025

Cosmologias - Espaço do Conhecimento UFMG - Belo Horizonte - MG

 O Espaço do Conhecimento UFMG é um espaço cultural diferenciado, que conjuga cultura, ciência e arte. Sua missão é difundir o conhecimento científico e produzir diversos saberes, propondo linguagens que combinam conteúdos, de forma lúdica.
No local, o público encontra programação diversificada como exposições, sessões de planetário e no terraço astronômico, oficinas, debates, projeções na fachada digital, visitas mediadas, além de outras atrações.
As cosmogonias são princípios religiosos, míticos ou científicos tentam explicar a origem do universo e influenciam a nossa visão de mundo. No Espaço do Conhecimento UFMG, o público pode ver cenários construídos em papel e ouvir as narrações sobre cinco cosmogonias: yorùbá, maxakali, grega, maia-quiché e judaico-cristã.
Diferentemente das cosmogonias, as cosmologias são narrativas escritas e tem um autor. São menos figurativas que as cosmogonias e mais conceituais, abstratas e sistemáticas. Como na abordagem científica, buscam desvendar metodicamente os princípios e as leis da natureza, que atuariam desde sempre e sem interferências divinas.
Cosmogonia grega, como os gregos explicavam o surgimento do universo: Muitas pessoas conhecem os deuses gregos, como os irmãos Zeus, Poseidon e Hades. Mas nem todos conhecem seus antepassados ou como começou o universo segundo a tradição grega. Na verdade, existe um longo caminho antes de chegarmos aos deuses mais conhecidos.

Exposição Cosmologias
A memória de um povo pode ser guardada nas histórias que narram, de várias formas, as relações entre os seres e a natureza, seus significados, os acontecimentos e as mudanças. Esses saberes baseados na experiência de tantos, por muitos anos, podem, então, ser conhecidos pelos que aprendem a ouvi-los. 
Cada povo tem sua narrativa sobre a origem do mundo. Cada cultura conta sua história de acordo com suas tradições, seja pelo caminho da escrita, da ciência e da racionalidade, seja através da oralidade e de uma compreensão ampliada do Cosmos.
Os judeus e os cristãos encontram sua fonte de conhecimento na Bíblia; os maias, no Popol Vuh; os gregos, em Homero… Os que não escreveram suas histórias encontram-nas em falas, cantos e ritos que também podem ser registrados de diferentes formas. 
Na instalação, o público pode apreciar esculturas construídas em papel enquanto ouve narrações sobre seis diferentes cosmologias: Yorùbá, Maxakali, Grega, Maia-quiché, Judaico-cristã e Latina.

Consultoria: Adriana Vidotte, Jacyntho Lins Brandão, Maria Inês de Almeida, Olusegun Michael Akinruli, Bernardo Jefferson e Miriam Campolina
Esculturas em papel:
Criação, projeto e montagem: Marcelo Bicalho
Assistente de arte e montagem: Márcia Sobral
Auxiliares de montagem: Diogo Moreira e Vivianne Nardi

Endereço
Praça da Liberdade, s/n – Funcionários
Belo Horizonte – MG – CEP: 30140-010

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/01/2025

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Santuário das "Sete Capelas" - Ribeirão Preto - SP

 O Santuário das "Sete Capelas" foi idealizado pelos monges beneditinos, cada uma dedicada a um padroeiro. A construção se prolongou por quase dez anos. A primeira capela, de Nossa Senhora das Graças, foi construída em 1948. A de São Judas Tadeu em 1951. As capelas de Nossa Senhora Aparecida e Santa Terezinha foram construídas em 1954. A capela de São Jorge em 1955 e, encerrando o santuário, as capelas de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e da escadaria – a Capela da Penitência.
Cada uma mantém sua individualidade no que se refere ao conjunto arquitetônico, mas formam um interessante conjunto. Dispostas em semi-círculo, as capelas são voltadas para o centro.
É importante notar que as capelas foram edificadas em uma escavação de pedreira, ficando assim o santuário guarnecido em todo o seu perímetro por rocha.
O Santuário das Sete Capelas situa-se no Morro do São Bento, ao lado do Mosteiro que deu nome ao morro, e é base do Complexo Cultural, que é formado pela Casa da Cultura, Teatro de Arena, Teatro Municipal, Cristo Redentor e Santuário das Sete Capelas. O Complexo Cultural abriga também ruas passarelas, praças, fonte luminosa, mirante, Casa do Rádio Amador, Serviço de Comunicação da Viação São Bento, Mosteiro São Bento e Parque Botânico.

A origem do Santuário das "Sete Capelas"
A origem do Santuário, e a razão do nome "Sete Capelas", iniciou com a doação da imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, dentre outras. Assim é que, no final de 1.947, Dom Casimiro M. Masetti, Prior da Abadia de Santa Maria de Monte Oliveto ( Igreja Santo Antonio) e diretor do Seminário dos Padres Olivetanos no Morro do Cipó ( Alto de São Bento), querendo homenagear as 07 ( sete) pequenas igrejas que existem em Bologna ( Itália), no mosteiro de sua ordem, teve a idéia de fazer algo igual na cava do Morro do Cipó ( Morro de São Bento ou Alto de São Bento), de onde haviam retirado pedras para a construção do Mosteiro ao lado e da Igreja de Santo Antonio. 
Conseguiu o idealizador concluir três capelas, projetadas pelo artista plástico Prof. Antonio Palocci, a saber: a de Nossa Senhora das Graças, com a imagem da Virgem da Medalha Milagrosa ( doada pela Prefeitura de Jardinópolis-SP); a da Penitência, construída por ocasião do 6º centenário da morte de Bernardo Tolomeu, instituidor da ordem dos Monges Olivetanos e a de Nossa Senhora Senhora Aparecida, custeada por D. Maria Aparecida Meirelles. Em 1.953, o seu sucessor o abade Ângelo Sabatini deu novamente impulso à obra e conseguiu concluí-la. A planta e a parte artística esteve a cargo do engenheiro Edgardo Colombini, de Arezzo( Itália). A inauguração oficial contou com a presença, dentre outras autoridades, do arcebispo Dom Luis do Amaral Mousinho e do prefeito Costábile Romano. 

A posição das capelas é a seguinte, começando da esquerda de quem entra: 
  1. Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Sua festa é no dia 27 de junho;
História: A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a ser propagada a partir de 1870 e espalhou-se por todo o mundo. Trata-se de uma pintura do século XIII, de estilo bizantino.
Segundo a tradição, o quadro foi trazida de Creta, Grécia, por um negociante que roubou a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no século XV. Sua intenção era vendê-la em Roma. Durante a travessia do mar Mediterrâneo, uma tempestade quase fez o navio naufragar. Chegado em Roma, ele adoeceu e, arrependido, contou a um amigo sua história e pediu que ele devolvesse o ícone a uma Igreja. A esposa desse amigo não quis devolvê-la, mas, após ficar viúva, Nossa Senhora apareceu à sua filha de seis anos e lhe disse para colocar o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em uma Igreja: na Igreja de São João Latrão ou na de Santa Maria Maior. Em 27 de março de 1499, o ícone foi entronizado na Igreja de São Mateus, ficando lá por mais de 300 anos.
Em uma invasão, a Igreja de São Mateus foi destruída. Os Agostinianos que guardavam a Obra, levaram-na para um lugar oculto, onde permaneceu esquecida por 30 anos. Um monge muito devoto, antes de morrer, contou a história a um coroinha, que, tempos depois, se tornou padre Redentorista e ajudou a reencontrar o ícone. Em 1866, o Papa Pio IX entregou a guarda da imagem aos Redentoristas e fez esta recomendação: “Fazei com que todo o mundo conheça esta devoção”. Fizeram, então, muitas cópias do ícone e a difundiram por todas as partes do mundo.
Atualmente, o quadro original encontra-se na Igreja de Santo Afonso, em Roma.

2. Capela de São Judas Tadeu ( inaugurada em 02/11/1951. Festa no dia 28 de outubro) ; 
São Judas Tadeu: Patrono dos Aflitos e Padroeiro das Causas Desesperadas
Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Seu nome significa “confessor” ou “glorioso”. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” 
Segundo São Jerônimo, Judas teria pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Teria também evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia. Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderia os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu. 
Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a esse apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.

3. Capela de São Jorge ( inaugurada em dezembro de 1.956. Festa no dia 23 de abril ) ; 
São Jorge, cujo nome de origem grega significa “agricultor”, nasceu na Capadócia, por volta do ano 280, em uma família cristã. Transferiu-se para a Palestina, onde se alistou no exército de Diocleciano. Em 303, quando o imperador emanou um edito para a perseguição dos cristãos, Jorge doou todos os seus bens aos pobres e, diante de Diocleciano, rasgou o documento e professou a sua fé em Cristo. Por isso, sofreu terríveis torturas e, no fim, foi decapitado.
São inúmeras as narrações fantasiosas, que nasceram em torno da figura de São Jorge. Um dos seus episódios mais conhecidos é o do dragão e a jovem, salva pelo santo, que remonta ao período das Cruzadas. Narra-se que na cidade de Selém, Líbia, havia um grande pântano, onde vivia um terrível dragão. Para aplacá-lo, os habitantes ofereceram-lhe dois cabritos, por dia e, vez por outra, um cabrito e um jovem tirado à sorte. Certa vez, a sorte coube à filha do rei. Enquanto a princesa se dirigia ao pântano, Jorge passou por ali e matou o dragão com a sua espada. Este seu gesto tornou-se símbolo da fé que triunfa sobre o mal.

4. Capela de Santa Terezinha ( inaugurada em 30/05/1954. Festa no dia 03 de outubro) ; 
 Santa Teresinha do Menino Jesus nasceu em Alençon (França), no dia 02 de janeiro de 1873. Morreu no dia 30 de setembro de 1897, com apenas 24 anos. Nascida em uma família de ótimas condições financeiras e temente a Deus, seus pais (Luís e Zélia) tiveram oito filhos antes da caçula, Teresa; quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da santa, que também se tornaram freiras (Maria, Paulina, Leônia e Celina). 
À primeira vista, parece que Teresinha foi santa desde a sua infância, porém, sua história revela um caminho de amadurecimento à custa de muitos sofrimentos, como por exemplo, a perda de sua mãe quando tinha 4 anos por conta do câncer; a ida de suas irmãs para o Carmelo; separar-se de seu pai e vê-lo sofrer de problemas psiquiátricos; por fim, a tuberculose e outros problemas de enfermidade nos seus últimos anos de vida. Tudo isso levou essa mulher a oferecer-se em holocausto à Misericórdia Divina, dia após dia de sua vida, com muita simplicidade e pequenez.

5. Capela de Nossa Senhora das Graças ( inaugurada em 1.950. Festa no dia 27 de novembro) ;
História: A devoção a Nossa Senhora das Graças teve início, em 1830, com as aparições da Virgem Maria à piedosa e humilde Santa Catarina Labouré, na época freira do convento das Filhas da Caridade. Ao todo, foram três aparições que aconteceram no convento das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris, na França.
A primeira aparição aconteceu na noite do dia 18 para o dia 19 de julho de 1830, onde Nossa Senhora revela a Santa Catarina grandes calamidades e perseguições que aconteceriam na França.
A segunda aparição aconteceu no dia 27 de novembro de 1830. A Santíssima Virgem aparece vestida de seda branca, um véu branco desce até a barra de seu vestido. Seus pés estão apoiados sobre a metade de um globo e esmagam uma serpente. Suas mãos estão erguidas à altura do peito e seguram um globo de ouro com uma cruz em cima. Seus olhos estão voltados para o céu. Nossa Senhora apareceu-lhe mostrando nos dedos anéis incrustados de belíssimas pedras preciosas, “lançando raios para todos os lados, cada qual mais belo que o outro”. 
Logo após, formou-se em torno da Virgem um quadro oval no alto, na qual estavam escritas em letras de ouro: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Esta foi a prova do Céu de que Nossa Senhora é imaculada e concebida sem o pecado original.
Em dezembro de 1830, a Virgem Maria aparece pela terceira vez, apresentando a Santa Catarina os mesmos raios luminosos, dessa vez junto ao tabernáculo, e lhe confirma sua missão de cunhar a medalha. 
Medalha Milagrosa - A Virgem mandou que fossem cunhadas medalhas, conforme as visões concedidas a Santa Catarina. A devoção a Nossa Senhora das Graças e a “Medalha Milagrosa”, como ficou popularmente conhecida entre os povos, espalhou-se rapidamente, bem como os milagres e prodígios, conforme prometeu a Virgem Maria àqueles que usarem devotamente a sua medalha: “Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças”. Com a aprovação eclesiástica, as medalhas foram confeccionadas e distribuídas, inicialmente na França, e mais tarde pelo mundo todo.
Após alguns instantes, o quadro se vira. Sobre o reverso, Catarina vê a letra “M” com uma cruz sobreposta e embaixo dois corações: o da esquerda cercado de espinhos e o da direita transpassado por uma espada. Doze estrelas distribuídas em forma oval cercam esse conjunto.

6. Capela de Santa Cruz ( inaugurada em 1.956. Festa no dia 14 de setembro);
 Esta festa de Exaltação da Santa Cruz nasceu em Jerusalém, em 13 de setembro de 335, no aniversário da dedicação das duas igrejas construídas por Constantino, uma sobre o Gólgota (ad Martyrium) e a outra perto do Santo Sepulcro (Ressurreição), após a descoberta das relíquias da cruz por Helena, a mãe do imperador. A cruz, instrumento da mais terrível das torturas, em 320, Constantino a proibiu de ser utilizada.
Restituição da Cruz - Em 614, Cosroes II, rei dos Persas, travou uma guerra contra os Romanos. Depois de derrotar Jerusalém, levou consigo, entre os diversos tesouros, também a Cruz de Jesus. Heráclio, imperador romano de Bizâncio, propôs um pacto de paz com Cosroes, que não aceitou. Diante da sua negação, entrou em guerra com ele e venceu, perto de Nínive, e pediu a restituição da Cruz, que a levou de volta a Jerusalém. Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, não se glorifica a crueldade da Cruz, mas o Amor que Deus manifestou aos homens ao aceitar morrer na Cruz.

7. Capela de Nossa Senhora Aparecida ( inaugurada em 1º de outubro de 1.954. A Festa é no dia 12 de outubro).
História: Na manhã de 12 de outubro de 1717, três pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba, que escorria até a sua cidade. Eles tinham sido encarregados de trazer peixes para o banquete, que se realizaria no dia seguinte, na cidade de Guaratinguetá. Foi pela ordem do conde Assumar, Dom Pedro de Almeida Portugal, governante da capitania de São Paulo e Minas Gerais, a exigência dos peixes do Rio Paraíba. Os três pescadores, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, pareciam não ter sorte naquela manhã. 
Após várias tentativas infrutíferas, tinham quase desistido, quando João Alves tentou novamente. Ele jogou sua rede nas águas do rio e, lentamente, a puxou para cima. Havia pescado alguma coisa, mas não era peixe, parecia uma espécie de madeira.
Quando tirou da rede, o pedaço de madeira parecia fazer parte de uma estátua da Virgem Maria, infelizmente, sem cabeça. Ao lançar novamente a rede, desta vez, João Alves encontrou nas malhas outro pedaço de madeira, de forma arredondada, que parecia precisamente a cabeça da mesma estátua: tentou ajuntar os dois pedaços e percebeu que se encaixavam perfeitamente. Como que atraído por um impulso, João Alves lançou, outra vez, a rede nas águas, mas ela tinha ficado tão pesada, que não conseguia tirá-la, por estar lotada de peixes. Então, seus companheiros lançaram também as suas redes nas águas e a pesca daquele dia foi realmente abundante.
No dia seguinte, os três pescadores juntaram os dois pedaços da estátua, limparam-nos dos detritos do rio e Filipe Pedroso a colocou na sua humilde casa. Em pouco tempo, a notícia da pesca milagrosa se difundiu pelas cidades vizinhas e, todas as noites, um grupo cada vez maior de simples pescadores começou a ir prestar homenagem à Virgem Maria e rezar o terço. Eles deram-lhe o nome de “Aparecida”, que apareceu. 
Com o passar do tempo, a multidão tornou-se tão numerosa que a casa do pescador não a podia conter mais. Por isso, foi construída um primeiro oratório e, depois, em 1737, uma Capela maior. Foram muitos os testemunhos de graças e milagres alcançados naquele pequeno santuário.

Estive em Ribeirão Preto em Outubro de 2024 valeu a pena.

terça-feira, 9 de julho de 2024

Caminho da Fé - Pontos turístico de Aparecida do Norte - SP

Dia 12 de outubro é comemorado o dia da Padroeira do Brasil. O Santuário Nacional em homenagem à Nossa Senhora Aparecida fica localizado no interior paulista, a cerca de 420km de Araraquara-SP, na cidade de Aparecida, o qual existem inúmeros pontos turísticos em Aparecida do Norte, também chamada popularmente assim em referência à construção da estrada de Ferro do Norte. Aparecida, tais como: Morro dos Presépios, Caminho do Rosário, a Imagem, dentre outros.

Matriz Basílica de Nossa Senhora Aparecida –Marco religioso da cidade, a igreja, construída em 1745, em estilo barroco foi a primeira a abrigar a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Passa por um minucioso processo de restauração que está lhe devolvendo suas características originais. É um dos monumentos mais visitados de Aparecida e considerado um símbolo de fé pelos devotos. A longa passarela une a antiga igreja ao Santuário Nacional.

Passarela da Fé – Com seus 389 metros de comprimento e 35 de altura, a passarela que une a Matriz Basílica e o Santuário Nacional e facilitar o acesso para a visitação dos peregrinos. É um marco de Aparecida. Inaugurada em 1972, é ponto de visitação obrigatório na cidade.
Atualmente, são realizadas inúmeras procissões com a imagem em homenagem a Nossa Senhora Aparecida e muitas pessoas fazem o pagamento de promessas atendidas atravessando de joelhos todo o percurso de mais de 392 metros como forma de agradecimento. 

Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida – Segunda maior basílica e maior santuário mariano do mundo, a igreja foi construída em 1955, em estilo neoclássico, para abrigar a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
O Santuário Nacional de Aparecida é o maior centro de evangelização católica do Brasil e recebe cerca de 12 milhões de peregrinos por ano. Foi inaugurado em 1980 e reformado em 2017.
O interior da igreja acolhe 30 mil devotos em torno do Altar Central e nas celebrações externas, a capacidade é para 300 mil pessoas. A área específica da basílica compreende quase 72 mil m², e inclui os pavimentos inferior e térreo, arcada, Tribuna Sul, Cúpula Central e as Capelas da Ressurreição e do Batismo, além da Torre da Basílica.
Dentro do prédio do santuário, os locais mais procurados, além do salão central, são: a imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Sala das velas e a Sala das Promessas, um verdadeiro museu repleto de objetos doados por devotos que fizeram promessa à santa.
A basílica é um dos pontos turísticos em Aparecida do Norte mais visitados do País, principalmente por estar entre os dez destinos de peregrinação católica, e recebe milhões de visitas por ano. São turistas e fiéis que viajam de diversos estados para conhecer o município, pedir milagres e agradecer pelas bênçãos recebidas, e conhecer os lugares em Aparecida, tais como: Morro dos Presépios, Caminho do Rosário, a Imagem, dentre outros.

Morro do Cruzeiro
– Ponto de peregrinação do município, marcado por esculturas que representam as estações da Via Sacra. Um dos mais belos atrativos da cidade, de onde se tem uma magnífica vista do Santuário Nacional.
O Morro do Cruzeiro tem 83 metros de altura e o caminho até ele tem 900 metros de extensão. Possui em seu caminho as 14 estações da Via Sacra, que relembra os últimos passos de Jesus Cristo até o calvário.
A primeira celebração no local aconteceu em 1948. desde então, a tradicional procissão acontece até o local na Sexta Feira Santa, todos os anos.
A torre se localiza no topo do Morro do Cruzeiro, tem 30 m de altura. Acima dela há uma cruz de 20 metros moldada em aço, que pesa 25 toneladas. Dois elevadores levam os visitantes ao mirante da torre, que oferece uma vista espetacular de 360 graus da cidade e da basílica.
Também é possível subir o morro e fazer a via-sacra através do bondinho aéreo. O passeio que liga a Basílica ao Morro do Cruzeiro, dá acesso ao mirante e possibilita uma visão ampla de toda a cidade. Este é um dos serviços pagos, podendo ser realizado qualquer dia da semana, nos horários entre 9h e 16h30. 

Caminho do Rosário
- O Caminho do Rosário de Aparecida do Norte SP, é um caminho de 1,4 km de extensão que passa pelas estátuas da Via Crucis, na margem do Rio Paraíba do Sul.
O caminho é todo pavimentado e ajardinado, possui bancos e pergolados no percurso e vai da Cidade do Romeiro até o Porto de Itaguaçu.
Pode ser percorrido caminhando, acesso gratuito, ou a bordo do Trem do Devoto, pago. Uma boa dica é ir de trem e voltar caminhando ou vice-versa.

Memorial Redentorista e Padre Vítor Coelho – Criado em 1910, o Memorial Redentorista resgata a história desta importante missão de fé, abrigando um museu, a Capela Memorial Redentorista e a Capela em homenagem ao Padre Vítor, conhecido como Apóstolo do Rádio, cujo processo de beatificação encontra-se em andamento. 

Porto Itaguaçu – O local marca o ponto, no Rio Paraíba do Sul, onde a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada em 1717. O local pertence a Arquidiocese desde 1951 e é para ele que se encaminham todos os fiéis interessados em conhecer o lugar onde tudo começou e entender um pouco mais da história da Santa Mãe.
Com o crescimento no número de peregrinos interessados em visitar o Porto Itaguaçu, o local foi estruturado para receber de forma adequada os turistas, tendo sua reinauguração no dia 11 de outubro de 1997.
No local há uma capela e o monumento conhecido como ‘Os Três Pescadores’, obra do artista Chico Santeiro, além de uma cruz prateada que marca o ponto onde a imagem foi encontrada.
O visitante pode ainda fazer um passeio de barco pelo rio. Os embarques acontecem todos os dias, das 7h às 17h, sendo necessário um mínimo de 15 pessoas para iniciar o passeio.

Aquário – Com diversos tanques com espécies tanto de água doce quanto salgada, o aquário conta inclusive com uma piscina de tubarões que podem ser tocados pelos visitantes.

Igreja de São Geraldo 
– Localizada na entrada do Porto Itaguaçu foi construída em 1926 e abrigou a imagem de Nossa Senhora Aparecida por muitos anos.
Este é o local, que em 1732, foi construída um pequeno oratório na beira da estrada, onde o vilarejo se reunia e rezava terços e ladainhas a Nossa Senhora Aparecida. E justamente num desses encontros de oração, as velas que ladeavam a imagem simplesmente se apagaram (sem vento algum). Uma senhora de nome Silvana da Rocha, ao tentar reacender as velas, as mesmas se acendem diante de todos milagrosamente. Este acontecimento passa a ser conhecido como o “Milagre das Velas”.

Igreja de São Benedito – Palco de uma das mais tradicionais festas religiosas do Vale do Paraíba, a igreja em homenagem ao padroeiro da cidade é também um centro de manifestações folclóricas e históricas. O templo foi construído em 1918 e é decorado com anjos esculpidos pelo artista Chico Santeiro.

Estátua de Nossa Senhora Aparecida
A estátua fica no bairro Itaguaçu, o espaço fica aberto para visitação das 6h às 23h e a entrada é gratuita. A região onde o monumento foi colocado fica a cerca de três quilômetros distante do Santuário Nacional de Aparecida.
Instalada em uma parte alta da cidade, é possível ver a estrutura gigante de longe, a pelo menos seis quilômetros longe do local, justamente por conta da altura.
O monumento, de 50 metros de altura, é maior que o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que tem 38 metros de altura. Por enquanto, a área tem sido administrada pelo artista Gilmar Pinna, responsável pela produção da estátua. Isso porque ela ainda não está totalmente concluída - ainda será instalado um mapa gigante do Brasil, segurado por dois braços que representam Deus. A previsão é que isso seja entregue em até dois anos.

Mirante das Pedras – Localiza-se no caminho do Porto Itaguaçu, o local possibilita a contemplação da várzea onde corre o Rio Paraíba e a Serra da Mantiqueira. O local tem como atração principal a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, medindo 1,80 m de altura.

Presépio
 – Localizado ao lado do Estacionamento do Santuário Nacional, abriga esculturas que reproduzem importantes fatos histórico-religiosos do nascimento de Jesus Cristo e outras representações, como o encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas.

Mirante da Santa – Localizado no alto do morro da Rua Antônio Bittencourt da Costa, com 17,6 metros de altura, é o maior monumento dedicado exclusivamente à Nossa Senhora Aparecida em todo o mundo.

Seminário Bom Jesus – Criado para ser um grande centro de formação religiosa, o Santuário Bom Jesus ganhou destaque como atrativo turístico após hospedar Madre Paulina e os papas João Paulo II e Bento XVI. O magnífico edifício, erguido em 1895 em estilo.

Centro de Apoio ao Romeiro
– Foi projetado para oferecer comodidade e conforto às compras e lazer dos romeiros, possui uma grande praça de alimentação e mais 380 lojas, onde se podem comprar todos os tipos de lembranças. Está localizado dentro do estacionamento do Santuário Nacional.

Feira Livre – Localizada nos arredores do Santuário Nacional, a Feira de Aparecida é um atrativo à parte na cidade, onde se pode encontrar de tudo um pouco, de artigos religiosos a lembranças do município.

O roteiro está disponível em: Roteiro Basílica de São Bento em Araraquara á Basílica Nacional de Nossa senhora Aparecida  .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024