Nada é impossível á vontade do homem, quando acompanhada de perseverante esforço; vence todas as dificuldades por maiores que sejam e, quando não esmorece no meio da jornada, realiza seus projetos e consegue o principal fim de suas fadigas. Na vida modesta e obscura de nossos lavradores encontra-se, muita vez, espíritos fortes e cheio de entusiasmo que se identificando com todas as aspirações nobres e grandiosas, promovem, na órbita de suas condições saciais, tudo o que pode interessar ao engrandecimento de sua pátria.
Ao numero desses homens úteis pertence sem duvida o capitão José Ferreira de Mattos, incansável cidadão á quem deve a existência o formoso povoado de que daremos ligeira noticia. A 3 léguas de Pouso Alegre, na estrada que dessa cidade se dirige a de Caldas, em uma linda planície banhada pelo rio Cervo erguem-se hoje os primeiros edifícios de mais uma povoação.
Ha 10 anos, se pode dizer, nada ali havia que demonstrasse o rápido desenvolvimento que teria o novo bairro e ele não existiria si um braço forte e dedicado lhe não desse o impulso de que era capaz. O capitão Ferreira de Mattos e sua Sra. D. Maria Benta da Annunciação, cuja fazenda demora á uma légua do Congonhal, fizeram doação do terreno necessário para a edificação da igreja e também para patrimônio da mesma.
Imediatamente promoverão todos os meios de edificarem o templo dedicado á São José e sendo auxiliado por alguns outros cidadãos, vêem hoje já bem adiantada aquela construção e concluído um regular e decente cemitério que já presta serviços aos moradores vizinhos. O novo povoado conta Já 27 casas, a maioria das quais bem construídas estando outras em construção. Estão já alinhadas 8 ruas de 50 palmos de largura e uma boa praça. Ha já alguma madeira para construção de uma casa de detenção. Ha já uma escola particular de primeiras letras.
A uberdade das terras próximas ao povoado, seu local aprazível e rico de ótima água, os esforços dos moradores, a circunstancia de estar em uma estrada importante, tudo nos faz crer que o Congonhal continuará a progredir e que em breve será uma florescente freguesia.
A cultura mais geral é de mantimentos e cana, existindo também alguns gramados onde se engorda gado para exportação. A plantação de café está já iniciada e com bons resultados, parecendo que as terras são apropriadas para essa importante cultura.
O finado Francisco José Ferraz foi também um dos benfeitores deste povoado e por sua morte deixou 800$000 para as obras da igreja, das quais continua a ser protetor e promotor o capitão Mattos cuja dedicação é digna de todo o louvor.
Pertencendo este povoado á freguesia da cidade de Pouso Alegre não damos aqui os nomes de seus habitantes; e não tendo por enquanto existência legal limitamo-nos a esta ligeira noticia, que é como um apêndice da noticia supra.
Referência: VEIGA, Bernardo Saturnino da. Almanach Sul-Mineiro ano de 1874. << http://memoria.bn.br/DocReader/213462/234>>
Almanach Sul-Mineiro ano de 1874 - Página 234. |
Ha 10 anos, se pode dizer, nada ali havia que demonstrasse o rápido desenvolvimento que teria o novo bairro e ele não existiria si um braço forte e dedicado lhe não desse o impulso de que era capaz. O capitão Ferreira de Mattos e sua Sra. D. Maria Benta da Annunciação, cuja fazenda demora á uma légua do Congonhal, fizeram doação do terreno necessário para a edificação da igreja e também para patrimônio da mesma.
Imediatamente promoverão todos os meios de edificarem o templo dedicado á São José e sendo auxiliado por alguns outros cidadãos, vêem hoje já bem adiantada aquela construção e concluído um regular e decente cemitério que já presta serviços aos moradores vizinhos. O novo povoado conta Já 27 casas, a maioria das quais bem construídas estando outras em construção. Estão já alinhadas 8 ruas de 50 palmos de largura e uma boa praça. Ha já alguma madeira para construção de uma casa de detenção. Ha já uma escola particular de primeiras letras.
A uberdade das terras próximas ao povoado, seu local aprazível e rico de ótima água, os esforços dos moradores, a circunstancia de estar em uma estrada importante, tudo nos faz crer que o Congonhal continuará a progredir e que em breve será uma florescente freguesia.
A cultura mais geral é de mantimentos e cana, existindo também alguns gramados onde se engorda gado para exportação. A plantação de café está já iniciada e com bons resultados, parecendo que as terras são apropriadas para essa importante cultura.
O finado Francisco José Ferraz foi também um dos benfeitores deste povoado e por sua morte deixou 800$000 para as obras da igreja, das quais continua a ser protetor e promotor o capitão Mattos cuja dedicação é digna de todo o louvor.
Pertencendo este povoado á freguesia da cidade de Pouso Alegre não damos aqui os nomes de seus habitantes; e não tendo por enquanto existência legal limitamo-nos a esta ligeira noticia, que é como um apêndice da noticia supra.
Referência: VEIGA, Bernardo Saturnino da. Almanach Sul-Mineiro ano de 1874. << http://memoria.bn.br/DocReader/213462/234>>
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