segunda-feira, 31 de março de 1980

Capitania de São Paulo e Minas de Ouro - 1709 a1720

 A Capitania de São Paulo e Minas de Ouro foi uma das subdivisões administrativas do território da América Portuguesa, criada em 1709 por meio da compra, por parte da Coroa portuguesa, após a Guerra dos Emboabas, da Capitania de São Vicente e da Capitania de Paranaguá. Foi governada, durante os seus pouco mais de dez anos de existência, por um governador-geral apontado pela metrópole.

Guerra dos Emboabas - Após a descoberta de ouro no interior do continente sul-americano por exploradores advindos da capitania de São Vicente, começou um período de intensa migração de colonos vindos da metrópole portuguesa e de outras regiões da América portuguesa em direção às minas recém descobertas. Esses colonos - chamados de Emboabas pelos vicentinos, termo da língua geral paulista que significa "forasteiro" - entraram em conflito com os descobridores dos veios auríferos, dando início a um conflito armado que ficou conhecido como "guerra dos Emboabas", e que acabou sendo vencido pela Coroa, que conseguiu fazer valer a sua autoridade na região.
Em 3 de novembro de 1709, como consequência disso, e visando fortalecer o poder régio sobre as minas, as capitania de São Vicente, e a capitania de Paranaguá foram compradas pela Coroa, fundidas e transformadas na Capitania Real de São Paulo e Minas do Ouro.

A capitania, no tempo da sua dissolução, 1720, contava com os seguintes núcleos populacionais, aqui organizados de acordo com a sua respectiva comarca e data de fundação:

Comarca de Vila Rica
  1. Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo - Mariana (1711)
  2. Vila Rica - Ouro Preto (1711)
Comarca de Rio das Mortes
  1. São João del Rei (1713)
Comarca de Rio das Velhas
  1. Nossa Senhora da Conceição do Sabará (1711)
  2. Vila do Príncipe - Serro (1714)
  3. Vila Nova da Rainha do Caeté (1714)
  4. Piedade do Pitangui (1715)
Comarca de São Paulo
  1. São Vicente (1532)
  2. Santos (1546)
  3. São Paulo dos Campos de Piratininga (1553)
  4. Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém (1561)
  5. Nossa Senhora das Neves de Iguape (1577)
  6. São João Batista de Cananéia (1600)
  7. Santana de Mojimirim - Mogi das Cruzes (1611)
  8. Santana de Parnaíba (1625)
  9. São Sebastião (1636)
  10. Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba (1637)
  11. São Francisco das Chagas de Taubaté (1645)
  12. Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá (1649)
  13. Santo Antônio de Guaratinguetá (1651)
  14. Nossa Senhora da Conceição do Rio Paraíba - Jacareí (1653)
  15. Nossa Senhora do Desterro do Campo Alegre de Jundiaí (1655)
  16. Nossa Senhora de Candelária do Outu Guaçu - Itu (1657)
  17. Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba (1661)
  18. Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba (1693)
  19. Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pindamonhangaba (1705)

Lista de Governadores da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro
Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho - 1709
D. Braz Baltazar da Silveira - 1713
D. Pedro de Almeida - 1717


Como consequência da Revolta de Vila Rica (1720), além do adiamento da instalação da Casa de Fundição, materializou-se a autonomia administrativa das Minas, uma vez que, em 12 de setembro desse ano, D. João V desmembrou-a, instituindo a capitania de Minas Gerais e a capitania de São Paulo.
Na capitania de Minas Gerais foi então criada mais uma comarca: 
    Comarca de Serro do Frio: com sede na Vila do Príncipe (1720).

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

segunda-feira, 3 de março de 1980

32 - Congonhas do Norte - Região Norte – Fundada em 1711

A região passou a ser ocupada entre 1711 e 1715, por um grupo formado por bandeirantes liderado por Fernão Dias Paes Leme, que tinha a finalidade de auxiliar Borba Gato. Em uma serra com abundância do arbusto medicinal congonhas, próxima de um local conhecido como Serra da Lapa, foi encontrado ouro. Por isso, o primeiro topônimo foi chamado de Congonhas de Cima da Serra da Lapa.
Sabe-se que existiu no antigo arraial uma primeira capela, e devido ao seu estado precário, motivou, em 1722, o visitante padre Antônio da Silva Prado a alertar os moradores para reedificar este templo ou construir um novo.
Algumas histórias populares contam, não existindo registro documental, apesar do Livro de Tombo da Paróquia constatar que irmãs José Velho Barreto do Rego, que Dom Pedro teve duas filhas bastardas, Maria e Eufêmia. Ele doou para elas uma sesmaria de terras na região chamada Lagoa, nas imediações do então arraial.
Um escravo de Maria e Eufêmia, chamado Lucas, encontrou nas terras da sesmaria um veeiro de ouro. Diz-se que a Igreja Matriz de Santana foi construída por elas, ornada com pinturas parietais e tetos pintados e uma rica talha barroca executada entre 1722 e 1748, atualmente possui tombamento estadual.
Em 1821, a então Capela de Santana das Congonhas incluía-se entre as filiais da matriz de Conceição do Mato Dentro, tendo como capelão o padre Vicente Pinheiro Dornelas
Em 04 de julho de 1857, o então povoado de Congonhas do Norte foi elevado a distrito, desmembrando-se do Distrito de São Francisco de Assis de Paraúnas, e passou a fazer parte do município de Conceição do Mato Dentro, pela Lei nº. 818.
Com o crescimento do distrito, surgiu uma vontade popular de emancipação e em 30 de dezembro de 1962, pela Lei nº 2764, sancionada pelo Governador da época, José de Magalhães Pinto, Congonhas do Norte tornou-se município e cidade. O movimento de emancipação da cidade foi liderado pelo Sr. Ulisses Pereira de Moraes e o Sr. José Domingos.
Maior festa religiosa da cidade é a Festa de Santana, padroeira da cidade, Nossa Senhora de Santana, comemorada no dia 26 de julho e dura três dias. Acontece desfile de carro de bois, que conduzem a planta canela d’ema para as fogueiras que iluminam o levantamento do mastro. Vários são os espetáculos durante esta festividade como fogos de artifício, apresentação da banda de música “Lira Santana”. .
A Igreja Matriz de Santana é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG, de acordo com o Decreto Estadual nº 24.325, de 22 de março de 1985.

O mapa está disponível em: 1927_14_MG Município de Conceição .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024

domingo, 2 de março de 1980

31 - Lagoa Dourada - Campo das Vertentes – Fundada em 1711

O povoamento local começou quando a bandeira comandada por Oliveira Leitão descobriu ouro nas águas de uma pequena lagoa. Ao encontrarem ouro de aluvião na lagoa, os primeiros mineradores a chamaram de "Alagoa Dourada". Então, nasceu o povoado e as casas foram subindo a colina. Por volta de 1717, a região já estava bem povoada e o arraial foi se formando com a chegada de novos "oureiros". 
Em 1734, Dom Frei Antônio de Guadalupe ergue, então, uma capela dedicada a Santo Antônio. Em 1750, o arraial é elevado a "Distrito da Paz". O coronel Antônio de Oliveira Leitão às suas custas, construiu um caminho novo que ligava São João del rei a Ouro Preto, passando pela então Alagoa Dourada, onde morava desde 1713. 
Demolida a antiga capela, construída em 1734, iniciou-se a construção da Matriz em 13 de julho de 1850. Muitos anos paralisada a construção foi reiniciada em 20 de junho de 1899, tendo sido contratado o empreiteiro Augusto Buzatti, italiano e que mudou-se para cidade. 
Em 1832, o nome original de Alagoa Dourada é alterado para Lagoa Dourada, uma referência à lagoa ali existente, muito rica em ouro. A antiga capela do Senhor do Bom Jesus foi destruída, em 1905, por vandalismo. A nova igreja, mal construída começou a ruir e novamente foi fechada. Só em 30 de maio de 1911 foi iniciada uma nova construção, feita também pelo empreiteiro Augusto Buzatti.
Após o esgotamento das jazidas auríferas, o arraial buscou alternativa na agricultura, principalmente, no milho e na produção do leite. Em 1892, o distrito passou a pertencer a Prados, e em 1911, foi finalmente emancipado.
Bem no centro de Lagoa Dourada, abaixo da histórica igreja do Bom Jesus e da Matriz de Santo Antônio está  a Praça das Vertentes
A Praça das Vertentes foi idealizada para marcar uma particularidade da cidade e também um fenômeno único do Brasil: o divisor de águas de duas grandes bacias, dos rios São Francisco e Paraná, dentro de um perímetro urbano. Localiza-se no ponto da rua onde acontece essa divisão das águas. Assim, as águas que correm para o lado esquerdo da praça seguem para o Rio Paraopeba, que é afluente do Rio São Francisco e deságuam no nordeste do Brasil, na cidade de Piaçabuçu, localizada na divisa de Sergipe com Alagoas. Já as águas que correm para o lado direito seguem outro caminho: vão para o Rio Carandaí, que deságua no Rio das Mortes, em seguida no Rio Grande e depois no Rio Paraná e por fim vão ao encontro do oceano Atlântico, na Bacia do Prata, na divisa do Uruguai com a Argentina.

O mapa está disponível em: 1927_02_MG Município de Lagoa Dourada .

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 16/07/2024