sexta-feira, 30 de janeiro de 1970

Joaquim José de Sant'Anna

Joaquim José de Sant'Anna (1800 — 1879) foi um político brasileiro.
Foi nomeado 2º vice-presidente da província de Minas Gerais, por carta imperial de 26 de fevereiro de 1866, tendo assumido a presidência interinamente por cinco vezes, de 24 de março de 1866 a 1868, de 1878 a 5 de janeiro de 1879, de 26 de dezembro de 1879 a 22 de janeiro de 1880, de 12 de dezembro de 1881 a julho de 1882, e de 31 de março de 1882 a 7 de março de 1883.

Paróquia de São José do Congonhal 1880

Lei que eleva á Paróquia o distrito de São José do Congonhal 1880

LEI N. 2650 DE 4 DE NOVENBRO DE 1880.
Transfere o termo de Pouso Alto para o da Cristina a freguesia da Virginia; eleva á  categoria de paróquia o distrito de São José do Congonhal, e denomina freguesia de São Sebastião da Capituba.
O Cônego Joaquim José de Sant'Anna, Comendador da Ordem de Cristo e Vice-Presidente da Província de Minas Gerais: Faço saber á todos os seus habitantes, que a Assembléia Legislativa Provincial decretou, e eu sancionei a Lei seguinte:
Art. 1. Fica transferido do termo de Pouso Alto, para o da Cristina a Freguesia da  Virginia, revogada assim a Lei n. 2527 de 1879.
§ l. O distrito de São José do  Congonhal, do município de Pouso Alegre, fica elevado á categoria de paróquia com as mesmas divisas,
§ 2. Denominar-se a freguesia do São Sebastião da Pedra Branca a de São Sebastião do Capituba, do município  da Cristina.
Art. 2.° Ficam revogadas as disposições em contrário.
           Mando, portanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução de referida Lei pertencer que a cumpram e façam cumprir ,tão inteiramente como nela se contém. O secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr. Dada no Palácio da Presidência da Província de Minas Gerais aos quatro dias do mês de novembro do Ano de Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e oitenta, qüinquagésimo nono da Independência e do Império.
                                                                        JOAQUIM JOSÉ DE SANT'ANNA.
            Para Vossa Excelência ver,
                                                            Ezequiel Augusto Nunes Bandeira a fez.
            Selada e publicada nesta secretaria aos 12 de Novembro de  1880.
Camillo Augusto Maria de Britto.

terça-feira, 6 de janeiro de 1970

Barão da Vila da Barra

Francisco Bonifácio de Abreu, o barão da Vila da Barra, (Barra, 29 de novembro de 1819 — Rio de Janeiro, 30 de julho de 1887) foi um médico, parlamentar e poeta brasileiro.
Filho de filho de Francisco Bonifácio de Abreu e de Joana Francisca da Mota e formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, era coronel cirurgião honorário do Exército, por causa de seus serviços prestados durante a Guerra do Paraguai.
Foi deputado geral pela província da Bahia nas 14ª,15ª,16ª,17ª,18ª,19ª e 20ª legislaturas. Foi presidente das províncias do Pará em 1872,e de Minas Gerais em 1876.
Com a lei 2242 assinada pelo Barão da Vila da Barra em 26 de junho de 1876 cria o distrito de paz na povoação do São José de Congonhal.
Agraciado grande dignitário da Imperial Ordem da Rosa, comendador da Imperial Ordem de Cristo, foi agraciado barão em 15 de novembro de 1876. Traduziu para o português a Divina Comédia de Dante. Era sócio do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia.
FONTE BIBLIOGRÁFICA: Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil – Disponível em http://www.dichistoria.saude.coc.fiocruz.br. 

Distrito de Paz de São José de Congonhal em 1876

LEI N. 2242-DE 26 DE JUNHO DE 1876.
        Que transfere diversas fazendas de umas para outras freguesias, e cria um distrito de paz na povoação do São José de Congonhal, termo de Pouso Alegre.

       O Barão da Villa da Barra, do Conselho de Sua Majestade O Imperador, Grande Dignitário da Imperial Ordem da Rosa, Comendador Ordem de Christo, e presidente da província de Minas Geraes: Faço saber a todos os seus habitantes, que a Assembléia Legislativa Provincial decretou e eu sancionei a Lei seguinte:

     Artigo 1. Ficam anexadas a freguesia e termo do Pomba, desmembradas da freguesia de São José do Paraopeba, do termo de Ubá as seguintes fazendas: do Monte Verde, Serra da Bernardina, com exceção do território denominado Beija-Flor, a da Cabeceira do Paraopeba, que pertenceu a Antonio Rodrigues Gomes e a que abrange território da fazenda do finado Francisco Ferreira Barboza: á freguesia dos Serranos do termo da Ayuruoca, desmembrada da de São Vicente Ferrer, termo  do Turvo a fazenda denominada Tabuões: á freguesia do Caxambu, desmembrada da de Pouso Alto a fazenda Boa Vista pertencente ao capitão Manoel de Souza Pinto com as seguintes divisas: limitará ao norte com terras de José Clementino de Carvalho, ao sul com as de Henrique José Nogueira ao sudoeste com as de Joaquim Isaú dos Santos, e a leste com a freguesia de Baependy, ficando do assim alteradas as divisas entre Caxambu e Pouso Alto: á freguesia da São João Nepomuceno desmembrada do Carmo da Cachoeira, ambas do município de Lavras, a fazenda de Manoel Antonio dos Reis: á freguesia da cidade da Oliveira, desmembrada da de Santo Antonio do Amparo, a fazenda do capitão Carlos Ribeiro da Silva Castro: á freguesia de São Miguel do Piracicaba, do termo do Santa Bárbara desmembrada da do Inficionado, termo de Mariana, a fazenda do Turvo de Antonio Joaquim Bittencourt; á freguesia da Vila do Pará, desmembrada da do Onça do termo de Pitanguy a fazenda Olaria de José Candido Moreira; ao termo de São João d'El-Rey, desmembrados do de São José d'El-Rey, na parte civil somente, os territórios Vargem do Porto e Córrego situados á margem do Rio das Mortes. 
       Artigo 2. Fica criado um distrito de paz na povoação de São José do Congonhal do termo de Pouso Alegre, cujas divisas serão marcadas pela respectiva câmara municipal.
        Artigo 3. Revogam-se as disposições em contrário.
      Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como nela se contém. O secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr. Dada no Palácio da Presidência da Província de Minas Geraes aos vinte e seis dias do mês de Junho do ano de Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e setenta e seis, qüinquagésimo quinto da Independência e do Império.
            (L. S.)                                                 BARÃO DA VILA DA BARRA.
            Para Vossa Excelência ver,
                                                            Anacleto Queíroga Martins Pereira a fez.
            Selada e publicada nesta secretaria aos 26 de junho de  1876.
José da Costa Carvalho.

domingo, 4 de janeiro de 1970

Personagens da história de Congonhal (MG) - Comendador José Ferreira de Matos

Foto 01 - Comendador José Bento
Conrrado Ferreira de Matos
O Comendador José Ferreira de Matos foi o quinto filho do casal  João Ferreira de Matos e de Ana Maria da Conceição. Casou com Maria Benta da Anunciação com que teve o único filho José Bento Ferreira de Matos nascido em Congonhal - MG. Seus avós maternos Francisco de Paula e Maria Joana Ferreira e paternos Eugênio Ferreira de Matos e Bárbara Maria de Jesus.
Foi eleito vereador na cidade de Pouso Alegre - MG para o quadriênio 1887 a 1880 com 417 votos em sétimo lugar conforme Ata de 16 de Outubro de 1877 (Livro de Atas, folha 3 versos 3 e 4 de janeiro de 1877 a dezembro de 1877). Mas foi à Congonhal que dedicou todo o seu carinho e orgulho, viria a falecer na sua fazenda no bairro Grota Rica no dia primeiro de maio de 1884. Tornou-se num benemérito por excelência e as várias ações e doações efetuadas comprovam isso: Doação de área de 25 alqueires para patrimônio da capela que deveria ser construída  em honra á São José. A autorização foi dada pelo bispo de São Paulo no ano de 1869, sendo que em 1881 foi Canonicamente intituída á Paróquia, tendo seu primeiro vigário o padre Bernardo Cardoso de Araújo.
Ficou registado em documentos da Cúria Metropolitana de Pouso Alegre, datada do século 17 que o Comendador José Ferreira de Matos, ele próprio, dirigiu pessoalmente o alinhamento das ruas no tempo de formação do povoado de São José de Congonhal, para tanto contratou um alinhador, o senhor José Antônio Guimarães.
Na página 11v, linha 24 do livro do Óbitos numero 01 do Cemitério Paroquial de Congonhal, foi registrado o falecimento do Comendador José Ferreira de Mattos, doador das terras para criação do município de Congonhal. “ Aos dois de maio de mil oitocentos e oitenta e quatro nesta Freguesia faleceu de inflamação dos intestinos o Comendador José Ferreira de Mattos idade de setenta e cinco anos casado que foi com Maria Benta da Annunciação foi solenemente encomendado e sepultado no cemitério neste freguesia que para constar fiz este termo que assino Vigário Cândido Cipriano da Rocha”.
Foi intermediário na abetura da estrada de Pouso Alegre á Caldas. Um homem de personalidade impar, da qual os Congonhalenses se orgulham e que permanece como referência para a presente e futuras gerações.
Fonte: Museu Tuany Toledo - Câmara municipal de Pouso Alegre

Povoação de São José do Congonhal em 1874

Nada é impossível á vontade do homem, quando acompanhada de perseverante esforço; vence todas as dificuldades por maiores que sejam e, quando não esmorece no meio da jornada, realiza seus projetos e consegue o principal fim de suas fadigas. Na vida modesta e obscura de nossos lavradores encontra-se, muita vez, espíritos fortes e cheio de entusiasmo que se identificando com todas as aspirações nobres e grandiosas, promovem, na órbita de suas condições saciais, tudo o que pode interessar ao engrandecimento de sua pátria.
Almanach Sul-Mineiro ano de 1874 - Página 234.
Ao numero desses homens úteis pertence sem duvida o capitão José Ferreira de Mattos, incansável cidadão á quem deve a existência o formoso povoado de que daremos ligeira noticia. A 3 léguas de Pouso Alegre, na estrada que dessa cidade se dirige a de Caldas, em uma linda planície banhada pelo rio Cervo erguem-se hoje os primeiros edifícios de mais uma povoação.
Ha 10 anos, se pode dizer, nada ali havia que demonstrasse o rápido desenvolvimento que teria o novo bairro e ele não existiria si um braço forte e dedicado lhe não desse o impulso de que era capaz. O capitão Ferreira de Mattos e sua Sra. D. Maria Benta da Annunciação, cuja fazenda demora á uma légua do Congonhal, fizeram doação do terreno necessário para a edificação da igreja e também para patrimônio da mesma.
Imediatamente promoverão todos os meios de edificarem o templo dedicado á São José e sendo auxiliado por alguns outros cidadãos, vêem hoje já bem adiantada aquela construção e concluído um regular e decente cemitério que já presta serviços aos moradores vizinhos. O novo povoado conta Já 27 casas, a maioria das quais bem construídas estando outras em construção. Estão já alinhadas 8 ruas de 50 palmos de largura e uma boa praça. Ha já alguma madeira para construção de uma casa de detenção. Ha já uma escola particular de primeiras letras.
A uberdade das terras próximas ao povoado, seu local aprazível e rico de ótima água, os esforços dos moradores, a circunstancia de estar em uma estrada importante, tudo nos faz crer que o Congonhal continuará a progredir e que em breve será uma florescente freguesia.
A cultura mais geral é de mantimentos e cana, existindo também alguns gramados onde se engorda gado para exportação. A plantação de café está já iniciada e com bons resultados, parecendo que as terras são apropriadas para essa importante cultura.
O finado Francisco José Ferraz foi também um dos benfeitores deste povoado e por sua morte deixou 800$000 para as obras da igreja, das quais continua a ser protetor e promotor o capitão Mattos cuja dedicação é digna de todo o louvor. 
Pertencendo este povoado á freguesia da cidade de Pouso Alegre não damos aqui os nomes de seus habitantes; e não tendo por enquanto existência legal limitamo-nos a esta ligeira noticia, que é como um apêndice da noticia supra.

Referência: VEIGA, Bernardo Saturnino da. Almanach Sul-Mineiro ano de 1874. << http://memoria.bn.br/DocReader/213462/234>>