Porto Seguro localiza-se na região que foi, oficialmente, a primeira a que chegaram os navegadores portugueses no atual território brasileiro. Em 22 de abril de 1500, o navegador Pedro Álvares Cabral avistou terra firme, após ter deixado a costa africana um mês antes. O lugar avistado foi o Monte Pascoal, 62 quilômetros ao sul de Porto Seguro. No dia seguinte, os portugueses desembarcaram em terra firme pela primeira vez no atual território brasileiro, num local cujo ponto exato ainda é debatido pelos historiadores.
A Primeira Missa, em tela de Victor Meirelles (1861). A Grande Cruz, entretanto, só existiu na Segunda Missa.
A primeira igreja do Brasil foi erguida pelos dois frades franciscanos menores que chegaram em Porto Seguro, na expedição de Gonçalo Coelho, em 1503. Pertenciam à Província de Portugal. Eles integraram o primeiro povoado do Brasil com a participação de europeus: a primitiva Colônia de Porto Seguro. Eles foram bem recebidos pelos índios, que os ajudaram a construir a igrejinha, junto com outros portugueses que acompanharam a missão. Esse igreja tinha a invocação do Seráfico Patriarca São Francisco. Era a Igreja de São Francisco de Assis do Outeiro da Glória. Em 19 de junho de 1505, o povoado foi massacrado pelos índios. Um novo templo foi construído por volta de 1515, mantendo-se em culto até 1730, quando entrou em processo de ruína.
A colonização foi feita pelos portugueses e os padres da Companhia de Jesus. A Capitania de Porto Seguro coube, em Carta Régia de 27 de maio de 1534, a Pero de Campos Tourinho, seu primeiro donatário, que levantou a vila, em 1535, na foz do rio Buranhém: construiu casas, forte, capela, armazéns, estaleiro e forja, distribuiu terras aos moradores, criou um tombo para registro de sesmarias e iniciou a exploração dos sertões.
Um dos primeiros núcleos habitacionais de origem portuguesa do Brasil, Porto Seguro, além de ostentar o Marco do Descobrimento, desempenhou papel importante nos primeiros anos da colonização portuguesa. O marco veio de Portugal entre 1503 e 1526 e simboliza o poder da coroa portuguesa, utilizado para demarcar suas terras. Todo em pedra de cantaria, de um lado está esculpida a cruz da Ordem de Avis e, do outro, o brasão de armas de Portugal.
Na mesma área, está a Igreja Matriz Nossa Senhora da Pena, construída em 1535 pelo donatário da capitania, Pero do Campo Tourinho. Aí, estão guardadas imagens sacras dos séculos XVI e XVII, entre elas a de São Francisco de Assis - primeira imagem religiosa trazida de Portugal para o Brasil - e a de Nossa Senhora da Pena, padroeira da cidade, festejada a 8 de setembro. Para se ter uma melhor ideia de como era a capitania no século de Tourinho e da chegada dos jesuítas, pode-se ler alguns trechos das cartas escritas por Manuel da Nóbrega ou por José de Anchieta, padres da Companhia de Jesus, sobre a região.
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