quinta-feira, 1 de dezembro de 1988

A caminho de Santa Rita do Sapucaí

Um dia estava andando pelas ruas de Congonhal-MG com vários dúvidas na cabeça, vivia de pequena renda, já tinha quinze anos e queria ganhar o mundo. Quando passei em frente da rodoviária e decidi entrar, sem pensar, comprei uma passagem para Santa Rita do Sapucaí,também em Minas, meu companheiro Renato, tinha uma loja de móveis lá, dizia que havia uma grande obra, muitos caminhões, estavam construindo uma escola, queria ser caminhoneiro. Em poucas horas, após ter feito baldeação de ônibus e caminhado, estava em outra cidade. 
Desejava desbravar o mundo, a oportunidade surgiu nesta viagem conheci alguns estudantes que se preparavam para o vestibular de ETE "Francisco Moreira da Costa", mochileiros de outras cidades, alguns estrangeiros e decidi que queria ser como eles. Aos 16 anos, fui morar em Santa Rita do Sapucaí-MG onde aprendei a me virar sozinho, tive medo, angústia, mas encontrei coragem para enfrentar o desconhecido.
Havia muita amizade, muitas vidas, muitos destinos diferentes. Histórias que se cruzam num mesmo sonho: o de mudar o mundo. Neste período dirigi a minha vida, as vezes em busca de aventura, como um piloto de corrida que não tinha habilitação, muitas vezes "pisava fundo", ignorando a sinalização, nem quebra-mola nem sinal vermelho me parava não, diversas vezes derrapei, saí da pista, subi na calçada, fui multado quando quis "cortar caminho" pela contramão, mas graças a Deus eu saí inteiro, tomei juízo (não tinha dinheiro para vodca) e hoje não me arrisco mais, tô andando numa estrada nova, nesta viagem estou seguro.
Percorri este caminho muitas vezes, 13696 Km, mas valeu a pena. Sempre fui de carona, perdi a conta de quantas caronas peguei. Bicicleta, moto, táxi, moto-táxi, carro, ônibus e caminhão. Quando pegava carona em carros chegava mais rápidos, dava para almoçar na casa da mamãe. Mesmo assim, gostava de ir com os gigantes da estrada, ia devagar podia observar o caminho, as curvas da estrada, a paisagem, conhecia pessoas que levavam a vida com simplicidade e valorizavam cada segundo. A carona foi se repetindo na minha vida, mais por necessidade do que por aventura, foi assim muita vezes neste caminho entre Santa Rita do Sapucaí e Congonhal. 

domingo, 17 de julho de 1988

Lazinho "Meia Volta"

O saudoso Lazinho, também chamado de "Meia Volta", para alguns apenas um andarilho, para outros uma lenda, para mim um ser iluminado, uma criança que viveu quase 100 anos, uma figura que apesar de balbuciar apenas algumas palavras, através de seu olhar se comunicava com todos e fez parte de uma época que deixou saudades, assim como ele.
Fico emocionado em me lembrar e só me faz ter muitas saudades de Congonhal e principalmente de minha infância, mas, uma das histórias do Lazinho que lembro da Corina contar, era que ele ficou daquele jeito porque foi abandonado na porta da igreja no dia do casamento. Se é verdade eu não sei, mas é uma das inúmeras histórias.
Quando era criança quando eu via o Lazinho eu saia correndo de medo...Depois de muito tempo passei a cumprimenta-lo....Mas não entendia nada o que ele falava....Acho que tinhamos medo porque ele carregava aquele cajado e porque não entendiamos o que ele falava, mas ele sempre respondia (não sei o que?) quando o comprimentavamos, era quase como uma rotina.
Congonhal cresceu, os carros tomaram suas ruas, hoje talvez, já não haveria espaço para o “bom velhinho” perambular com seu cajado. Mas nem por isso ele deixou de existir. Ele vive em nossas recordações, em nossas lembranças. Ele era irmão do meu vô Avelino. O lazinho andava o dia todo mas tinha endereço fixo; fizesse frio,calor,ou chuva ele saia de manhã e só voltava a tardinha para casa do Senhor Avelino no bairro das Taiobas em Congonhal. Algumas pessoas morriam de medo dele, mais ele não fazia mal a ninguém.. desde que não o impedisse de andar...andou até que adoeceu e morreu.....saudades do Lazinho e do Senhor Avelino que cuidou dele a vida inteira.
Há algunas décadas atrás com meus 12 anos de idade ,mais ou menos umas 10:00 horas da manhã acordei assustada com o barulho de um atropelamento.Saí na janela e vi que o saudoso Lazinha ao atravessar a rua foi atingido pelo ônibus da Cipatur bem em frente onde eu morava. Ao vê-lo com o rosto todo ensangüentado comecei a chorar e pedir ajuda. Ele levantou-se, colocou a mão no rosto não aceitou ajuda e saiu andando. Até hoje tenho ele na minha memória. Saudades te todos que já se foram ao encontro de Deus e de todos que deixei aí. Saudades mesmo!!

segunda-feira, 11 de julho de 1988

Vi um caminhoneiro ser abduzido

Relatos colhidos no local.
“Estáva retornando de minha propiedade rural no bairro dos marianos. Antes de chegar á rodovia BR491, notei uma estranha luz no asfalto. Vi um caminhão pilotado por meu colega de Ipuiuna, sozinho, dirigia o caminhão em direção à luz. O veículo foi envolvido por esta nuvem luminosa e em seguida flutuou sendo atraído pela mesma, o motorista antes de ser carregado para o interior da nave, saltou e correu. Ao aproximar notou que a nuvem de luz se tratava de um discóide muito brilhante, parado á 6m de altura. O caminhoneiro foi em direção do objeto e continuou caminhando, quando tentou voltar, viu um impacto como se fosse atingido por uma alta descarga elétrica que o acertou no peito. Com medo JM fugiu, quando já estavam distante viram que o UFO não estava mais lá". Voltou na manhã do próximo dia, procurou por vários lugares mas nada encontrarou. Foi acusado pela policia de ter inventado a historia, mas o dizia estar contando a verdade. Relato de JM, 30 anos, Comerciante, junho de 1979.

Estranhamente o caminhoneiro apareceu dias depois e fez relatos concidentes e impressionantes sobre o que se passou nesses dias, em resumo, "ele estava em uma nave, sendo examinado por seres de cabeça e olhos grandes, que nao falavam com a boca".  O caminhoneiro relatou relatou também que "quando dirigia seu veículo voltando para Ipuiuna, pela BR491, estrada deserta a noite, avistou nos céus um objeto luminoso que parecia acompanhar o caminhão, resolveu parar e observar, o objeto se aproximou e deu para ver claramente se tratar de um disco voador. O ovni pousou atrás do caminhão, e quando tentou afastar sentiu estar paralisado pelo objeto, após isso escutou um barulho eletrônico e estava no caminhão dirigindo normalmente. Não se lembravam do que tinha acontecido", após algum tempo devido a dores de cabeça, por hipinose relatou que foi levado a bordo na nave por duas horas e viajado através do espaço e do tempo. O caminhoneiro fez um mapa estrelar detalhado que foi comprovado a veracidade pelos astrônomos depois. Relato de MS, 32 anos, Caminhoneiro, junho de 1979.

Policiais e pesquisadores investigaram o caso, mas não se obtiveram mais dados – o caminhoneiro e o comerciante mantêm a mesma versão dos fatos. Acreditta-se que o caminhoneiro foi abduzido e teve seu sangue analisado. Se na época tivesse feito exames laboratoriais seria  provável comprovar que ele tenha passado um determinado tempo fora da Terra. Ele tem certeza foi sequestado por entidadas desconhecidas, supostamente extraterrestes em discos voadores.

Embora muitos não acreditem nesses fatos, as pessoas que relatam esse fenômeno, passaram por teste detector de mentiras e algumas foram hipnotizadas onde continuavam a relatar a mesma historia, algumas com ricos detalhes, o mais interessante é que mesmo morando em lugares distantes umas das outras os detalhes das historias coincidem em muitos aspectos.

Isto ocorreu em junho de 1979. Eu era bem pequeno mas lembro bem dos relatos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 1988

Taiobas, Congonhal e o Mundo

Do lado paterno Sinésio Raimundo Gomes é bisneto de índios da tribo Tupi-guarani; a tribo de minha bisavó que por pouco, muito pouco não foi dizimada pela família de seu Bisavô que durante caçada na serra da Mantiqueira raptou-a. Já do lado materno seus bisavós são fugitivos europeus da Segunda Guerra Mundial, vindos da Itália e Espanha. 
Em fevereiro de 1973 o Sr Waldemar Cesário e sua esposa Tereza Mariano caminharam 9 quilômetros do bairro das Taiobas até a cidade de Congonhal, onde na Praça Central aguardaram a jardineira para viajarem até Pouso Alegre. 
A motivação desta viagem era o fato da cidade de Congonhal não contar com nenhuma unidade hospitalar, fato que ainda hoje é realidade, embora já se passaram 32 anos. Portanto sou natural de Pouso Alegre, Minas Gerais. Após meu nascimento, retornamos ao bairro das Taiobas, onde moramos até o ano de 1978, nesta data minha irmã mais velha já havia começado a estudar e meus pais mudaram para Congonhal. Fiz e os primeiro estudos durante o regime militar, sob governo do General João Batista Figueredo. 
Graduei como técnico em eletrônica pela ETE “Francisco Moreira da Costa” de Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais em 1993 e em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Paulista - UNIP no campus de Ribeirão Preto. 
Fiz curso de especialização em Proteção Digital de Sistemas Elétricos de Potência na Escola de Engenharia de São Carlos – USP. Está se dedicando ao estudo de Pedagogia na Universidade Metodista de Piracicaba. Sua vida profissional iniciou-se como estagiário na Emtel Empreendimentos Técnicos Ltda de Belo Horizonte (1993), atuando na área de telefonia rural; em de 1994 atuou como técnico em manutenção em rede de televisão na Rádio Mulher Ltda de Araraquara, ajudando a implantar a rede de retransmissão de Araraquara à São Paulo.
Já em 1996 fui contratado na função de Supervisor Técnico pelo Sistema Brasileiro de Televisão em Ribeirão Preto, onde teve destacada participação na implantação do Transmissor Toshiba canal 05 VHF-L de 10 KW; de 2002 a 2004 atuei como instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial em Ribeirão Preto onde lecionou ao curso técnico em eletroeletrônica as disciplinas de: Desenho Técnico, Eletricidade Geral, Eletrônica Analógica, Eletrônica Digital, Informática, Instalações Elétricas e Microcomputadores. Atualmente presto serviços de consultoria na área de eletroeletrônica a empresas e atua como técnico em ensino do SENAI em Araraquara onde leciono ao curso técnico em eletroeletrônica as disciplinas de: Máquinas Elétricas, Controle e Automação Industrial e Sistemas Microprocessados. Possuo obras publicadas na área de eletroeletrônica e participo ativamente de diversas atividades na área. Ao longo de toda a vida, dediquei-se ao aprofundamento de conhecimentos em eletricidade e eletrônica.