quarta-feira, 20 de maio de 1970

Distrito de São José de Congonhal - Década de 10

Na publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP, Congonhal é citado como distrito de Bom jesus dos Mártires de Pouso Alegre. 
O município de Pouso Alegre, cuja superfície é de 68 léguas quadradas, fica situado no vale do Sapucaí Grande. Compreende os cinco distritos de Bom Jesus dos Mártires de Pouso Alegre (cidade), São José de Congonhal, Nossa Senhora da Conceição da Aparecida da Estiva, Nossa Senhora do Carmo da Borda da Mata e Sant'Ana do Sapucaí. A sua população total vai a mais de 40.000 habitantes.

São José de Congonhal - Distrito
Foto 02 - São José de
Congonhal, primeira Igreja 1911.
Em 1900, a então Vila de Congonhal contava 2400 habitantes, que liderados pelo Coronel Evaristo Valdetaro e Silva, buscaram sua emancipação política e administrativa.
O topônimo inicial foi São José do Congonhal, invocação do Padroeiro e abundância de uma planta nativa - congonha - existente na região até 1938. Simplificado para Congonhal, embora conhecido como Vila do Congonhal, ficou definido como Congonhal, em 1953.
Distrito criado por Lei Provincial nº 2650, de 4 de novembro de 1880 e por Lei Estadual nº 2 de 14 de setembro de 1891. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, figura no Município de Pouso Alegre o Distrito de Congonhal.
Nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 1-IX-1920, no quadro fixado pela Lei Estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923 e na divisão administrativa referente ao ano de 1933, figura no Município de Pouso Alegre o Distrito de S. José do Congonhal - assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31­XII-1937, bem como no quadro anexo ao Decreto-Lei Estadual nº 88, de 30 de março de 1938.
Pelo Decreto-Lei Estadual nº 148, de 17 de dezembro de 1938, o Distrito de S. José do Congonhal passou a denominar-se Congonhal.
Em 1939-1943, o Distrito de Congonhal figura igualmente no Município de Pouso Alegre - assim permanecendo no quadro fixado pelo Decreto-Lei Estadual nº 1058, de 31 de dezembro de 1943, para vigorar no quinquênio 1944-1948, bem como no fixado pela Lei nº 336, de 27-XII -1948 para 1949-1953.
Elevado à categoria de Município, pela Lei nº 1039, de 12-XII-1953 que fixou o quadro para 1954-1958, composto dos Distritos de Congonhal e Senador José Bento, comarca de Pouso Alegre.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.

quarta-feira, 13 de maio de 1970

Bom Jesus dos Mátrires de Pouso Alegre - 1918.

O município de Pouso Alegre, cuja superfície é de 68 léguas quadradas, fica situado no vale do Sapucaí Grande. Compreende os cinco distritos de Bom Jesus dos Mártires de Pouso Alegre (cidade), São José de Congonhal, Nossa Senhora da Conceição da Aparecida da Estiva, Nossa Senhora do Carmo da Borda da Mata e Sant'Ana do Sapucaí. A sua população total vai a mais de 40.000 habitantes.
Bom Jesus dos Mártires de Pouso Alegre - Sede
Foto 01 - Bom Jesus dos Mátrires de
Pouso Alegre, Avenida Dr. Lisboa 1918.
Pouso Alegre, sede do município, foi feita vila em 3 de outubro de 1831 e elevada a cidade em 1848. Tem 6.000 habitantes e é iluminada à luz elétrica, serviço esse feito pela Empresa Força e Luz de Pouso Alegre. A 814 metros de altitude, goza de um clima excelente. Tem as suas ruas principais bem calçadas e conta edifícios importantes, tais como o Colégio da Visitação, equiparado ás Escolas Normais do Estado; o Ginásio Diocesano, com uma freqüência de 220 alunos; a Catedral, de proporções consideráveis; o Teatro Municipal, o melhor do Sul do estado; o Palácio Episcopal e outros.
O comércio é regular e a indústria compreende fábricas de licores e de cerveja, duas tipografias etc. Há na cidade serviço telefônico. Pouso Alegre é sede do bispado do mesmo nome e sede de uma comarca de 1ª entrância.
Coronel Octavio Meyer - O coronel Octavio Meyer, presidente da Câmara Municipal de Pouso Alegre, nasceu nessa cidade em 1870. Ocupou-se com o comércio de 1884 a 1911, no em que, comprando uma fazenda, se dedicou à criação de gado e à cultura de cereais. Foi eleito presidente da Câmara em 1904.

quinta-feira, 7 de maio de 1970

Congonhal 1917 - São José do Congonhal

São José do Congonhal está situado em uma linda planície banhada pelo majestoso Cervo, distando apenas 15 quilômetros de Pouso Alegre na estrada que vai dessa cidade a de Caldas e a outras localidades. É um distrito rico pela sua policultura e graças mão dadivosa da Providencia, as terras urberinas produzem café, cana de açúcar, algodão, mandioca, fumo e cereais em abundância, tem ricas pastagens onde se criam enormes manadas de gado vaccum, cavalar, muar, lanígero e suíno, de exportação facílima.
O distrito que ainda não tem 40 anos, já possui uma população não inferior a 10 mil habitantes, e sua sede tem 150 casas e praça, 8 ruas largas e bem alinhadas, vários becos e travessas. O seu orago é São José.
Tem uma matriz de construção moderna, bem cuidado cemitério, atestando o sentimento religioso do povo, uma igreja da qual é vigário o virtuoso sacerdote padre Martinho Maistegue, de nacionalidade espanhola. Em frente à igreja, vê-se um bonito cruzeiro símbolo de Redenção, levantado padres missionários.
Possuímos escolas públicas estaduais funcionando em prédios próprios, com frequência mais que regular e uma mantida pelo distrito, num de seus populosos bairros; duas farmácias, uma padaria, várias casas de fazenda com armarinhos e muitas de secos e molhados, uma fábrica de laticínios, maquinas de beneficiar arroz, diversas rodas de mandiocas, muitos capitalistas e fazendeiros importantes.
Está ligado a sede, que é a culta e adiantada Pouso Alegre, por unta linha telefônica e por uma magnifica estrada de rodagem; em breve terá uma linha de automóveis, também ligando o distrito a sede e a outros municípios. Possui boa agua potável, mas insuficiente para o abastecimento da população; entretanto, o inteligente vereador distrital não descuidará desse magno melhoramento.
Foram benfeitores deste lugar o comendador José Ferreira de Mattos, que deu o terreno necessário edificação da igreja e patrimônio da e o capitão Francisco José Ferraz que por sua morte, deixou elevada quantia para as obras da igreja.
O distrito é dirigido por um diretório político, chefiado pelo senador Eduardo do Amaral, de quem o distrito muito espera ainda. Limita com os municípios de Silvanópolis, Caldas, Ouro Fino e Pouso Alegre, de que é parte integrante.
Íamos deixando de mencionar a agência postal, que tem um movimento animador, graças ao seu agente, cuja dedicação para a boa ordem, é notória. Oxalá que o governo de nossa formosa Minas, por um gesto de benemerência que é peculiar, ordenasse a sub administração dos Correios para, em lugar do estafeta fazer duas viagens por semana, faça três, e assim não prejudicará o comércio e nem as correspondências tardarão a chegar aos destinos.
Esperamos certos de o presidente do Estado, Sr. Delphim Moreira nos fará antes de deixar a presidência, mais esse importante, quanto útil melhoramento.

Referência: Jornal “O PAIZ (RJ) - 1910 a 1919“, ANO XXXI – Número 10.642. Rio de Janeiro, Sábado 10 de outubro de 1917. << http://memoria.bn.br/DocReader/178691_04/16791 >>.

domingo, 3 de maio de 1970

Distrito de São José do Congonhal - 1913

Distrito do Congonhal - Distante 18 quilômetros, a sede (Pouso Alegre), Congonhal é um arraial pequeno, com 150 casas e localizado em um planalto de onde se descortina belo e vasto horizonte.
Tem 19 casas comerciais, escola primaria, farmácia e água encanada. É banhado pelo rio Cervo e confina com os municípios de Caldas e Silvanópolis.
O distrito é muito rico, tendo muito desenvolvida sua indústria pastoril, havendo ali também 16 engenhos de cana, um de café, um de serra, 19 fabricas de polvilho e 104 pequenas propriedades agrícolas.
Entre suas principais fazendas contam-se as seguintes:
Fazenda da Grota Rica - De propriedade de José Francisco Mariano da Silva, tem uma área total de 400 alqueires, 250 dos quais em matas e culturas e 150 em pastos. Produz 300 carros de milho, 300 alqueires de feijão e 200 de arroz, empregando arados reversíveis nas suas culturas. Cultiva café, cana e mandioca em grande escala, sendo a produção de aguardente de 4.000 barris e a de polvilho de 100 alqueires. Possui engenho de cana e de mandioca, movidos a agua. Dista 12 quilômetros de Congonhal o tem boa criação de gados vaccum e suíno em número de 1.200 cabeças.
Fazenda do Serro - Dista 12 quilômetros de Congonhal e tem a área total de 500 alqueires. Cultiva cana e cereais em grande escala. Possui engenhos de cana e serra. Sua produção de aguardente é de 400 barris. A criação de gado da fazenda consta de 200 cabeças da espécie vaccum, 200 da suína e 30 da cavalar.
Fazenda das Almas - Com uma área total de 200 alqueires, em culturas, matas e pastos, cultiva cereais apenas para o custeio e cria exclusivamente gado suíno, cujo número de cabeças atinge a 300. Dista 18 quilômetros de Congonhal.

Referência: Jornal “O PAIZ (RJ) - 1910 a 1919“, ANO XXVIII – Número 10.442. Rio de Janeiro, Sábado 10 de maio de 1913. << http://memoria.bn.br/DocReader/178691_04/16791 >>.

sábado, 2 de maio de 1970

Personagens da história de Congonhal (MG) - Mendes de Oliveira

Mendes de Oliveira, nasceu em 1882, em Congonhal. Filho do Sr. Frederico Mendes de Oliveira e D. Anna Custódia Rodrigues de Oliveira. Era jornalista e poeta Parnasiano, autor de obras como : Jogos Floraes e Prélios. Como tantos outros poetas no Brasil, o jornalismo lhe tirou da função literária, dedicando então somente ao jornal, tornando esta sua principal atividade. Ainda jovem , dirigiu em Belo Horizonte , alguns jornais como: O Verbo, A Gazeta, Vida Mineira e o Diário Mineiro. Faleceu aos 36 anos vitimado pela gripe espanhola, uma pandemia que assolava a população belorizontina, em 29 de outubro de 1918. 
A sua memória tornou-se eternizada pelos mineiros e na pedra que Belo Horizonte lhe escupiu colocando-lhe o busto , á Avenida Augusto de Lima , entre a Rua da Bahia e Avenida Alvares Cabral com esta legenda: 
AO POETA MENDES DE OLIVEIRA
A Cidade de Belo Horizonte, seus amigos e admiradores - 1943
MENDES DE OLIVEIRA
Fidalgo poeta e altivo literato,
Desde os tempos saudosos de Ouro Preto.
Prende na trama de ouro de um soneto
As graças rodas da divina Erato
É o jornalista prático e sensato,
A contrastar com menestral faceto,
Que transpôs os jardins de Capuleto,
Ágil, sutil, lascivo como o gato.
Belo poeta e fisico bonito,
Se não fosse tão fino e tão astuto,
Nas chamas do Himeneus estava frito.
O mar rubro do amor, a pé enxuto,
Ei-lo passando, a erguer para o infinito.
A coluna de fumo de um charuto...